Miranda se escondia cada vez que via Miguel chegar à fazenda procurando por Fernando. Mas é claro que não era o pai que ele procurava, mas provas que comprovassem sua inocência ou culpa no assassinato do meu. Conseguiu, ao longo de duas semanas, algumas cartas um tanto quanto suspeitas recebidas do tal CM, que ainda não tinha aparecido como alguém com nome e sobrenome.
Mas naquela tarde na qual sabia que Fernando não estaria na Três Fontes, ele me levou para que pudéssemos procurar ao máximo o maior número de provas que tivessem ficado para trás, pois já se aproximava a prescrição do crime e eu não podia permitir que chegássemos tão perto e no final ele continuasse impune. Depois de cerca de quarenta minutos revirando cada parte do quarto do Fernando, encontrei, escondido em um fundo falso de seu guarda-roupas, algo que se parecia com um gravador antigo. Me escondi no banheiro e fui escutar.
Gravação on
— Você sabe que vai lucrar tanto quanto eu, porque se o Sérgio continuar com os planos dele vai conseguir tomar parte da sua fazenda e você simplesmente não vai poder fazer nada. — Mesmo com um áudio chiado, a voz no fundo parecia com a de Fernando.
— Eu já sei disso, mas a sua sede de vingança chegou muito longe. Não acha suspeito demais morar em terras tão próximas?
— Acredito que ser um covarde como você e não morar é pior Cláudio, sem falar que daqui vou conseguir aumentar minhas... — E antes que eu conseguisse escutar o resto da gravação, o barulho da porta do quarto sendo aberta me interrompeu.
Gravação off
...
— Patrão? — Rodolfo se aproximou de Manoel na porta da frente da casa na fazenda, Cecilia ao seu lado.
— É comigo? — Ele olhou para os lados, e não viu mais ninguém. — Desculpa, eu acho estranho me chamarem de patrão. Mas do que você precisa.
— Na verdade não é ele, sou eu. — Cecilia sorriu para Manoel, que retribuiu o sorriso — Meu nome é Cecilia, estou me mudando para a cidade, mas o emprego que tinha conseguido não tá mais disponível. Conversei com o Rodolfo, que me conhece já faz bastante tempo, e ele me sugeriu vir conversar com o senhor. Não quero que isso prejudique ele porque só tentou me ajudar, mas se eu conseguisse o emprego seria muito bom porque quero trazer meu filho pra cá também, mas na situação que eu tô não tem como e eu tô morrendo de saudade dele.
— Não sei, por agora não temos nenhum trabalho específico pra você. No que tinha pensado em fazer?
— Faço qualquer coisa que o senhor pedir. — Ela fez uma carinha de pena.
— Se dá bem com cavalos?
— Tá brincando? O senhor precisa me ver montando.
— Primeiro tira o senhor, e segundo você pode ajudar o Rodolfo no estábulo porque agora ele vai estar ocupado sendo o capataz.
— O que o senhor... — Rodolfo ameaçou falar, mas Manoel o reprimiu com o olhar — Você está dizendo patrão?
— Que estamos precisando de um novo capataz e confiamos muito em você. Aí a sua amiga pode cuidar dos cavalos no seu lugar.
— Eu fico muito honrado patrão, e aceito sim. — Ele sorriu — E a Ceci vai cuidar super bem dos cavalos, pode confiar completamente nela.
— Então estamos resolvidos. Cecilia, me traga os seus documentos o mais rápido possível por favor, amanhã mesmo você já começa a trabalhar aqui e pode trazer o seu filho por nossa conta quando sentir que já está acostumada com o trabalho e que é um bom momento pra ele vir.
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Apesar Da Vingança
RomanceCONCLUÍDO "Porque apesar da vingança, eu me apaixonei pelo filho do homem que destruiu meus sonhos." Olá. Me chamo Maria. Nessa história, vou lhe contar como meu mundo perfeito desmoronou, me transformando em uma mulher fria e vingativa. Depois de m...