— Maria!— Deu um sorriso largo — Vejo que está diferente daquela garotinha que saiu daqui. Devo ter medo de você?
— Não, não tenha medo. Aquela garotinha não existe mais. Ela morreu há anos.
— Sendo assim, é um prazer conhecê-la.— Ele segurou minha mão e deu nela um beijo suave.
— E o que faz aqui?— Minha mãe perguntou, com um olhar não muito amigável.
— Vim visitar a Miranda. Ela foi parte da família por muitos anos e eu ainda a considero como tal. Está melhor?
— Está sim.— Minha mãe respondeu.
— Fico muito feliz. Sendo assim, vou voltar para a fazenda. Vocês vêm comigo, garotos?— Perguntou para Miguel e Felipe.
— Eu não Papai.— Miguel respondeu— A Miranda acabou de acordar e pode ter um chilique se eu não estiver aqui.
— Se é o que quer... E você, Felipe?
— Vou sim. Época de colheita, tenho que vigiar os empregados.— Deu um sorrisinho.
— As empregadas, você quer dizer.— Miguel olhou com uma cara de quem diz "você não engana ninguém".
— Me conhece muito bem meu irmãozinho.— Sorriu— Vamos Papai?
— Vamos!— Fernando sorriu como que parabenizando o filho e os dois se viraram— Até breve!— Sorriu para nós e saíram.
— Vou tomar um café.— Falei e saí em direção à cafeteria.
Sentei em uma das mesas e logo um garçom veio me atender. Antes que ele pudesse falar, Miguel sentou-se ao meu lado.
— Estamos adiando essa conversa.
— Que conversa?— Perguntei com cara de desinteressada, enquanto olhava o cardápio e indicava o que queria para o garçom.
— Eu quero o mesmo.— Miguel disse ao garçom, que saiu— Estamos adiando a conversa sobre NÓS.— Segurou minha mão.
— E desde quando o NÓS existe?— Soltei sua mão.
— Desde que nos beijamos.
— Olha Miguel, foi um erro aquele beijo. De verdade. Não sei por que aconteceu mas não vai se repetir.
— Por quê?
— Porque a Miranda está nessa situação por nossa culpa e, de verdade, não acho que daríamos certo.
— Fala isso antes mesmo de tentar?
— Falo porque sei que é assim.
— Pois eu discordo. Acho que nos parecemos em muitos aspectos. Mais do que a Miranda e eu.
— Tá aí o seu principal erro: me comparar com a Miranda o tempo inteiro.
— Não estou comparando!
— Está! E vou te falar mais uma vez: para! Não é porque somos irmãs que somos iguais.
— Não são iguais! Já te disse que você é diferente. Parece até melhor.
— Outra coisa que me irrita: para de cuspir no prato que comeu, porque sei que foi muito feliz com a Miranda.
— Mas acabou e ela tem que entender. Ela tem que seguir a vida dela e eu a minha, você não concorda?
— Claro que concordo, mas não tem que seguir a sua vida comigo.
— Por que não?
— Porque eu não que...— Antes que eu pudesse terminar minha frase, Miguel se aproximou e me beijou. Correspondi.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Apesar Da Vingança
RomanceCONCLUÍDO "Porque apesar da vingança, eu me apaixonei pelo filho do homem que destruiu meus sonhos." Olá. Me chamo Maria. Nessa história, vou lhe contar como meu mundo perfeito desmoronou, me transformando em uma mulher fria e vingativa. Depois de m...