Capítulo 12

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Ela acordou cedo, se enrolou em um dos lençois, até que achou uma blusa do Adam, quem dormia pacificamente na cama, vestiu para cobrir a nudez, foi até a cozinha e pôs a cafeteira para funcionar. Assim que o café ficou pronto, ela pegou sua xícara e se aproximou da cadeira perto da janela que estava aberta. O dia estava um tanto quanto nublado, mas ela podia sentir a brisa suave tocando seu rosto, a água do mar estava na cor azul intensa. Ela tomou um gole do café e viu seu celular na mesinha ao lado. Se lembrou que estava desligado desde o dia anterior e resolveu ligá-lo. Assim que o fez, ela chegou a se assustar quando o celular começou a apitar com sons de que ela tinha recebido várias mensagens e ligações. Jane abriu uma das mensagens.

"Mãe, atende, por favor!"

Ela leu, mas ainda assim, o número que constava lá era desconhecido. Jane não sabia qual dos filhos havia ligado, mas ela ligou para o número que ela não conhecia. Não demorou muito para a ligação ser atendida.

– Ai, graças a Deus! Tenho te ligado desde ontem! – Jane ouviu e reconheceu a voz, era a Lauren.

– Que número é esse, filha?

– É o novo número do Harley. Onde você está, mãe? Porque você não me atendeu? – Lauren perguntou afoita.

Percebendo o nervosismo na voz da filha, Jane ficou preocupada. – O que aconteceu, Lauren?

– O papai... – Lauren começou a chorar.

Jane se sentou na cadeira. – O que tem seu pai?

– Ele... sofreu um acidente.

Jane pôs a mão no peito e piscou. – Um acidente? Mas como assim?

– Ele está em estado grave, mãe! Está passando por uma cirurgia que já faz um bom tempo. – Lauren chorou ainda mais. – Onde você está?

Jane levou a mão a boca, não acreditando no que estava ouvindo, ela largou a xícara na mesinha e se levantou. – E os seus irmãos? Eles estão com você? – ela disse indo para o quarto pegar as roupas. Fez o máximo de silêncio que pode, para não acordar o Adam.

– Eles estão aqui. A gente tava na festa quando soubemos. O papai tava sem documento nenhum, demoraram de achar o documento do carro e identificá-lo. Mãe, por favor, vem logo. – A voz da Lauren soou tão triste que Jane sentiu seu coração apertar.

Jane saiu do quarto e começou a vestir a calça apressadamente.  – Já estou indo, meu amor. Me diz onde vocês estão.

– Hospital Alliance. Não demora, mãe. – Lauren pediu e provavelmente chorou mais, porque Jane pode ouvir a voz do Harley tentando acalmá-la.

– Eu estou indo, filha, fica calma, por favor. Logo chego, ok?

– Ok. – Lauren disse antes de desligar.

Ela vestiu a blusa, pegou a bolsa e saiu da casa. Agradeceu aos céus por ter tido a ideia de usar o carro dela para ir para a casa do Adam, pois assim ela aprenderia o caminho. Ela deu partida no carro e seguiu na direção do hospital o mais rápido que pode.

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– Filhos! – ela disse ao se aproximar da sala de espera. Os três filhos dela se levantaram e Jane abraçou os 3 ao mesmo tempo. – Vai ficar tudo bem, me falem, o que aconteceu?

– Parece que ele estava distraído e ultrapassou o sinal vermelho. – Lauren falou. – Um carro pegou o carro dele em cheio e... – Lauren não conseguiu terminar. Harley se aproximou e pôs o braço em volta dela.

– E a ferragem perfurou bem perto do coração dele, por isso a cirurgia está sendo super delicada. – Harley explicou.

Jane engoliu em seco, seus olhos começaram a lacrimejar. – Ele... ele corre risco de morte? – ela estava com medo de perguntar.

Gabby fez que sim com a cabeça, Jane olhou pra ela e viu que a filha estava a ponto de se desfazer, ela abriu os braços para a filha, que foi de imediato e começou a chorar. – Mamacita...

Jane piscou várias vezes para que as lágrimas não caíssem – Vai ficar tudo bem, baby, seu pai é forte, ele vai superar essa. – ela tentou convencer a filha, e a si mesma.

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– Eu nunca vi uma cirurgia demorar tanto! – Luke falou, agoniado de tanto esperar.

– Filho, se acalme, senta aqui. – Jane falou. – Quando essa cirurgia começou?

– Já faz mais de 4 horas. – Harley disse.

Lauren olhou para a mãe. – Onde você estava? Porque não me atendeu? Eu fiquei desesperada, cheguei a pensar que você estava com o papai e que eles não haviam te achado...

– Shhhh. – Jane abraçou a filha, que sempre foi a mais sensível dos três. – Eu estou aqui, eu estou bem. – ela beijou o cabelo da Lauren.

– Graças a Deus. Mas onde você estava?

Jane engoliu em seco... – Eu... – ela olhou em uma direção e viu uma médica se aproximando. – A médica!

Todos se levantaram e se aproximaram da médica.

– Como ele está? – Jane perguntou.

A médica olhou para Jane, era um rosto novo naquela família.

– Ah, essa é a Jane, Dra. Anne, ela é a nossa mãe. – Gabby falou.

– Ah, então você é a Sra. Adler. – Anne falou.

Jane piscou com o nome, mas se deu conta de que não era hora de contestar. – Sim, sou eu.

– Bom, primeiro saibam que ele está bem. Foi uma cirurgia complicada, mas ele está bem. – Dra. Anne sorriu.

Todos respiraram aliviados. – Quando vamos poder vê-lo? –Luke perguntou.

– Dentro de uma hora ou duas, ele acabou de sair da cirurgia, precisa ficar sob observação um pouco. – a médica explicou. – Eu venho buscá-los quando for hora de vê-lo, não se preocupem.

Jane segurou a mão da médica. – Muito obrigada mesmo, Doutora.

– Não por isso, eu só fiz o meu trabalho. E além do mais, eu sei como é perder alguém em um acidente de carro, eu fiz o que estava ao meu alcance para não deixar que isso acontecesse com vocês também. – Anne deu um sorriso fraco. – Agora fiquem despreocupados, vão comer alguma coisa e logo vocês o verão. Preciso ir. Com licença. – a médica disse antes de sair.

Jane olhou para os filhos que pareciam extremamente cansados. – Vocês ouviram o que ela disse, vão comer alguma coisa. – ela disse em tom maternal.

– Eu não sinto fome alguma. – Gabby falou.

– Gabby... – Jane reclamou.

– Eu sei, eu vou comer. Agora que sei que o papai está bem, estou mais tranquila. Vamos comer alguma coisa antes do papai acordar? – Gabby perguntou aos irmãos e ao cunhado, que logo consentiram.

Jane voltou a se sentar no sofá da sala de espera. – Eu já comi. – ela mentiu. – Podem ir, vou ficar aqui.

Eles saíram e deixaram a Jane sozinha. Ela fechou os olhos e respirou fundo, passou a mão no rosto. "Ok, ele está bem", ela disse para si mesma, tentando desfazer a aflição em seu peito.

Simplesmente ComplicadoOnde histórias criam vida. Descubra agora