Um

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Estava sentada no parapeito da janela do meu quarto fumando meu cigarro. O cara deitado na minha cama apenas de cueca, cujo nome não me lembro, parece ter despertado do sono eterno da bela  adormecida.

Finalmente.

Preciso dispensa-lo.

Seu cabelo louro escuro está uma bagunça. Ele se apoiou nos cotovelos, flexionando os braços na intenção de me impressionar e sorriu pra mim mas não retribui o sorriso.

— Você precisa ir embora.

Vi a confusão tomar seu rosto bonito.

Continuei com a mesma expressão enfadada para ver se ele se tocava.

— O quê?— ele pareceu indignado.

Bufei e apaguei meu cigarro no cinzeiro ao meu lado.

— Você é surdo? Vá embora. — eu disse apontando para a minha janela, ele não pode de jeito nenhum sair pela porta da frente, meu pai poderia vê-lo.

O cara se levantou e veio em minha direção. Ele é um gostoso mas é chato pra cacete.

— Qual é gata? Ontem não foi bom para você? Por quê está me mandando embora? — o cara soltou uma risadinha nervosa.

Oh não, ontem foi maravilhoso, o cara é bom de cama mas não o suficiente para um repeteco, nenhum vale. Não consegui segurar minha risada maquiavélica.

— Ah querido, tenho certeza de que você já ouviu o conceito de "uma noite só" e usa ele com frequência. Vaza daqui.

Sua expressão agora é raiva. Ele ficou estático.

Revirei os olhos.

Sai do parapeito da janela. Juntei as suas roupas do chão e joguei nele que pegou suas coisas sem jeito. O garoto se vestiu e a raiva estava presente em todos os seus movimentos.

Obviamente esse idiota não era acostumado a ser dispensado, como dispensa as garotas com quem transa. Sentei novamente no parapeito da minha janela esperando até quando ele iria decidir nos dar a honra de se retirar.

Ele se vestiu e veio em minha direção, onde estava a janela.

Ótimo. Ele vai embora finalmente.

Levantei uma sobrancelha, perguntando silenciosamente o que ele está esperando.

— Você é mesmo a vagabunda insensível que todos dizem que é, Cameron. — sua expressão ficou mais confiante após proferir esse insulto.

Já fui chamada de coisa pior.

Soltei uma gargalhada. Ele estava com o ego ferido. Se a intenção dele era me ofender, falhou miseravelmente.

Lancei-lhe um sorrisinho sexy.

— A vadia da sua mãe me deu aulas. — respondi abrindo a janela para ele. A confiança em seu rosto sumiu tão rápido quanto apareceu.

Agora eu consegui ofende-lo.

Ponto para mim.

Vi o garoto andar pelo jardim da minha casa, parar e se virar para a minha janela, olhando para mim uma última vez.

Lhe dei outro sorriso irônico e acenei para ele.

Tapei a boca para rir.

RupturaOnde histórias criam vida. Descubra agora