Vinte e cinco

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Kyle estava estranho.

Já fazia uns dias que ele estava assim.

Eu perguntei várias vezes o que havia de errado. Em todas as vezes ele sorria forçadamente e dizia que não era nada. Alguma coisa estava acontecendo, eu não fazia ideia do que era.

Acho que era seu novo emprego, ele parecia cansado e às vezes desanimado. Podia ser apenas uma questão de tempo para ele se adaptar.

Eu estava um pouco chateada por ele estar assim tão pra baixo, Kyle normalmente era cheio de piadinhas e cantadas idiotas, eu estava sentindo falta disso.

Kyle estava no parapeito da janela de seu apartamento fumando um cigarro.

Quieto demais.

Abracei-o por trás, apoiando minha bochecha em suas costas, sentindo seu cheiro reconfortante , do couro de sua jaqueta e do shampoo em seu cabelo, muito masculino.

— Você está bem?— perguntei pela vigésima vez naquele dia.

Ele sorriu pra mim e assentiu com a cabeça, se virando de frente para mim, segurando minha cintura e me dando um beijo na bochecha.

— Nós temos que passar no mercado, antes de ir para a casa de Joyce.— eu disse.

— O.K.

Joyce havia chamado Kyle e eu para ir jantar lá essa noite, uma reuniãozinha entre amigos/casais, com ela mesma disse. Eu achava ridículo, pois Hunter estaria lá e Deus sabe que eu não gostava de sua presença, apenas suportava.

Kyle estacionou seu Ford Capri, em frente ao mercado e abriu a porta do passageiro para mim.

Ele pegou um carrinho de compras e andamos pelos corredores do mercado, pegando as coisas necessárias para fazer uma lasanha, que eu faria já que Joyce era um terror na cozinha.

— O que você acha de levarmos um vinho?— Kyle perguntou, olhando os vários tipos de vinhos dispostos nas prateleiras.

Concordei com a cabeça.

— Uma boa ideia, com certeza.

Ele sorriu e colocou duas garrafas de vinho no carrinho e voltou a empurra-lo.

Paramos em no corredor de bebidas e carne. Dentro do mercado estava bastante frio, cruzei os braços e tremi um pouco, apesar de eu estar usando uma jaqueta quente.

Kyle percebeu isso e colocou um braço ao me redor me abraçando, quase que imediatamente me senti mais aquecida.

— Vamos logo isso, aqui está bem frio, gatinha.— ele disse.

Concordei com a cabeça e ele juntou nossos lábios, deixando meu corpo de repente, muito quente.

Ouvi risos agudos e estridentes de crianças se aproximando nos corredores.

Afastei meus lábios dos dele e olhei ao redor, para minha surpresa encontrei os filhos de Kelly e Gregory, amigos de longa data dos meus pais. As crianças me reconheceram de imediato e vieram correndo em minha direção, gritando meu nome.

Aí. Meu. Deus.

As crianças olhavam com curiosidade e um pingo de timidez para nós. Kyle sorriu verdadeiramente para Julie e Gorge pela primeira vez naquele dia

RupturaOnde histórias criam vida. Descubra agora