Quinze

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— Sobe aí.— Kyle falou para mim depois de colocar rapidamente um capacete em mim.

Olhei por um segundo para a moto preta. Eu nunca havia andado naquilo, mas nem pensei duas vezes e subi atrás dele, passei meu braço ao redor de sua cintura e apertei com força, eu estava com medo.

A moto rugiu e saímos em disparada pela rua. Fiquei com mais medo ainda por Kyle estar dirigindo como um louco e muito acima da velocidade, ele estava sem capacete e dirigindo imprudentemente. Fiquei de olhos fechados durante todo o caminho.

Chegamos em menos de quinze minutos no prédio de Joyce. Desci da moto e tirei o capacete eu estava muito brava, estava prestes a estourar, porque pensei que iria morrer na garupa daquela maldita moto.

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Kyle foi mais rápido.

— Nunca mais vá até aquele lugar, não importa se for com Joyce e Hunter. Não te quero mais lá.— ele aproximou o rosto do meu e disse rangendo os dentes.

Demorei um pouco para processar o que ele falou para mim.

Eu estava de queixo caído.

Arregalei os olhos.

— Vai se foder. Eu vou para onde eu bem entender. — empinei meu queixo.

— Você é muito teimosa ou incrivelmente estúpida! Se você acabasse vendo ou ouvindo algo que eles não queriam que soubesse, estaria morta agora.

Cruzei os braços. Não queria admitir mas eu estava com mais medo do que aparentava. Eu não era estúpida para ir até aquela casa novamente nem se Joyce me implorasse.

Por falar nela...

Eu tinha deixado ela para trás.

— E Joyce? — perguntei baixinho.- Será que fizeram algo com ela?

Minha garganta já estava entalada, queria chorar mas eu detestava chorar na frente de outras pessoas, assim como eu odiava quando choravam na minha frente.

A expressão brava de Kyle se suavizou quando percebeu que eu estava prestes a desabar, coloquei minhas mãos no meu rosto e ele me puxou para os seus braços me abraçando, meu rosto ficou enterrado em seu peito, seu cheiro e seu abraço eram muito reconfortantes.

— Hunter não deixaria que nada acontecesse com ela.— Kyle passou a mão pelo meu cabelo.

Ela devia estar desesperada quando não me encontrou lá, devia estar me procurando, queria ligar para ela, mas meu celular ficou em sua bolsa.

— Me empresta seu celular?— perguntei piscando para conter as lágrimas.

Ele me olhou franzindo o cenho e me soltou de seu abraço.

— Claro.

Kyle tirou seu celular do bolso traseiro de seu jeans e me estendeu. Peguei o celular e digitei rapidamente o número de Joyce.

— Alô.— sua voz soou desesperada.

— Sou eu, Cameron.

Mal terminei de falar quando Joyce começou a gritar e depois a chorar.

— Cadê você? Cameron! Eu estava desesperada, onde...

Expliquei tudo para ela rapidamente e disse que estava no prédio dela mas não podia entrar no apartamento porque eu estava sem a chave, ela me disse que já estava vindo para cá com Hunter.

Terminei a ligação, entreguei o celular para Kyle.

— Obrigada. Você já pode ir.— falei cruzando os braços e me virando de costas para ele.

RupturaOnde histórias criam vida. Descubra agora