Quarenta

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Durante uma semana inteira, Kyle e eu vivemos em um bolha impenetrável de amor, apenas nós dois, sem nossos problemas e os impedimentos para o nosso relacionamento.

Passamos todos os momentos da minha última semana de férias juntos, exceto por alguns períodos em que ele teve que resolver as coisas dele. Decidi que eu não o pressionaria em relação à sua situação com a gangue. Eu confiava nele, sabia que não era aquilo que ele queria para a sua vida.

Meu humor mudou drasticamente de triste e chorosa para alegre e risonha. No dia seguinte que Kyle e eu nos acertamos, Joyce apareceu lá em casa, nem precisei explicar para ela que eu tinha voltado a namorar com Kyle.

Meu rosto dizia tudo.

E eu nem fazia questão de disfarçar. Estava mesmo feliz para quem quisesse ver.

Nossa semana fora perfeita, eu passei mais tempo no apartamento dele do que na minha casa ou a de Joyce. Descobri pequenas coisas em relação à ele que fazia eu amar ele um pouco mais toda vez.

Eu juro que, se fosse por Kyle nós dois não teríamos saído da cama dele por nada nesse mundo. Todas as vezes que saímos foi porque bati o pé e quase tive que arrasta-lo da cama. E, é claro que o sexo que ficava cada vez melhor.

Todas as noites nós comíamos em lugares diferentes, íamos para o cinema, jogávamos boliche, fizemos de tudo um pouco, até para uma exposição de uma arquiteta famosa, chamada Elizabeth Ritcher nós fomos. E ele adorou quase tanto quanto eu. Joyce ficou chateada por eu não ter ido com ela à exposição, mas superou depois.

Meu pai não estava gostando da minha ausência excessiva, dormi muitas noites fora de casa e eu tinha a impressão de que a mentira de que eu estava dormindo no apartamento de Joyce não estava colando mais.

Eu sabia que essa mentira já estava ficando insustentável. Então, ontem eu havia dito a ele casualmente enquanto jantávamos com Amelia que eu estava saindo com alguém mas que não era nada sério, por enquanto.

Amelia parecia genuinamente feliz por mim, meu pai pareceu um pouco surpreso e muito curioso me enrolei um pouco para responder suas perguntas sendo o mais sincera o possível, não gostou de saber que a pessoa que eu estava "saindo" era mais velho do que eu, que não fazia e nem ao menos pretendia fazer faculdade.

Discuti com ele dizendo que nem sempre, uma pessoa só teria sucesso profissional se fizesse faculdade. Eu podia citar vários casos, particularmente achava Kyle brilhante mas seus segredos e mistérios me deixavam um pouco incrédula.

Minhas aulas na faculdade começariam no dia seguinte e em breve Kyle teria que sair da cidade, não gostava da ideia de tê-lo longe novamente, da última vez os outros capangas de Johan de alguma forma souberam que eu estava sozinha na cidade, ficaram me perseguindo. Pelo menos eu tinha meu pai comigo. Me sentia mais segura.

Quando questionei Kyle em relação à isso, ele fora vago ao me responder que ele já tinha resolvido e que não era para me preocupar.

Na segunda-feira, eu fui para a faculdade assistir às aulas sem Joyce. Nesse semestre não conseguimos pegar os mesmos horários juntas, então os dias dela ir para a faculdade eram diferentes do meu. Fiquei chateada, mas eu iria sobreviver e ia acabar me acostumando de não estarmos mais juntas nas aulas.

Eu estava dirigindo de volta para casa depois de assistir a última aula do dia, quando vi o carro de Kyle estacionado rente ao meio fio, ao lado da minha casa.

Sorri, mas estranhei um pouco ao vê-lo ali e não dentro do meu quarto. Eu tinha certeza que deixara a janela aberta naquela manhã, antes de ir à faculdade.

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