Dezenove

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No final da tarde, meu pai e eu nos despedimos de todos e fomos embora para casa.

— Foi bom o almoço de hoje, não foi? — meu pai disse.

— Foi sim. — concordei com a cabeça sorrindo.

Meu pai ligou o som do carro e não conversamos mais até chegarmos em casa. Os faróis do carro iluminavam a rua já escura, quando chegamos em casa

— Combinei de me encontrar com a Joyce agora, tudo bem?— perguntei pedindo sua permissão.

Ele concordou com a cabeça.

— Volta que horas para casa?

Fiz uma careta, eu odiava quando meu pai me fazia estipular um horário.

— Meia noite?— perguntei insegura. Não precisava voltar à meia-noite se ele fosse dormir.

Ele fez que sim com a cabeça.

— Estarei te esperando voltar para casa.

Droga.

— Pai!— reclamei.— Não precisa! Pode ir dormir, eu vou voltarei no horário certo.

Ele me ignorou, e eu sabia que quando quando ele batia o martelo, era melhor eu ficar calada e aceitar. Meu pai estava desconfiado, mas eu não sabia o que eu havia feito para ele desconfiar de mim.

Que saco! Reclamei em pensamento. Às vezes eu queria morar sozinha e longe dos pais, como Joyce.

Subi para o meu quarto, tirei a camiseta de time que eu usava, troquei por uma regata branca e vesti uma jaqueta jeans curtinha. Peguei as chaves do meu carro e sai porta a fora.

— Estou saindo, pai!— gritei e fechei a porta atrás de mim.

Dirigi até o pub que Joyce e eu já fomos algumas vezes, estacionei o carro em frente ao estabelecimento e entrei. Olhei as horas no meu celular e eram oito em ponto, o horário que eu havia combinado com ela.

Ela já devia estar chegando, o lugar já estava cheio, então me sentei em um dos banquinhos altos que haviam no bar e pedi uma água com limão e gelo. Fiquei um tempo esperando Joyce impacientemente, olhei para o relógio pendurado em uma das paredes do pub, e já eram oito e meia.

Joyce estava atrasada meia hora.

Bufei.

Tirei meu celular do bolso, liguei para ela e caiu direto na caixa postal, liguei outra vez e nada. Não acredito que quando eu mais precisava Joyce iria me dar um bolo.

Suspirei derrotada, sorri para o barman e pedi a conta. Não ia deixar barato esse furo que a Joyce me deu, eu ainda falei para ela não se atrasar! Será que ela esqueceu?

— Ela não vai vim.— ouvi aquela voz inconfundível de Kyle atrás de mim.

Engoli seco.

Aí meu Deus do céu, eu não estava preparada para lidar com ele agora. Não agora. Kyle se sentou no banco ao meu lado e apoiou um braço no balcão do bar.

Me virei para olhar seu rosto, sua barba começava a aparecer, deixando ele ainda mais sexy contrastando com seus olhos verdes. Franzi as sobrancelhas.

— Porque?— perguntei observando seus dedos tamborilando no balcão.

Ele respirou fundo.

— Digamos que ela fez esse favor para mim.— respondeu.

A ficha caiu.

Entendi agora, esse encontro que marquei com Joyce, foi uma armação dos dois. Balancei a cabeça incrédula, aquela traidora fez isso comigo, ela teria que ter uma boa desculpa quando eu fosse confronta-la a respeito disso.

RupturaOnde histórias criam vida. Descubra agora