Capítulo três (BETADO).

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Levemente envergonhado e confuso, Guilherme raciocinou a informação que acabou de ouvir, enquanto, olha para suas mãos que estão depositadas em suas coxas. É isso mesmo que tinha ouvido?

- O quê?

Thomas riu contido. - Irei apresentá-lo como meu namorado, Guilherme.

- M-Mas...

- Tem alguma objeção? - levantou uma de suas sobrancelhas, agora o fitando seriamente.

- N-Não! - intimidado, negou repetidas vezes com a cabeça. - Não é isso, é que...

- É que...? - incentivou-o a prosseguir.

- Eu não esperava.

- Eu o entendo. - ajeitou seu próprio terno. - Bem, irei pedir um vinho para depois irmos, hm?

- Está bem.

Juntos, os dois desfrutaram da bebisa - que assim que Thomas pediu foi servido. Pelo menos, o Thomas desfrutou, pois, Guilherme, por não nunca ter bebido, fez uma leve careta ao sentir o gosto, deixando a taça de lado, e dando a desculpa de que já está cheio.

- Podemos ir agora. - levantou-se da cadeira, vendo o menor fazer o mesmo, este que se surpreendeu ao ter sua mão entrelaçada com a de Thomas. - Agora sim.

[...]

- Está tudo bem, Guilherme? Eles não tem machucaram, não é? - Thomas questionou preocupado, assim que ele e Guilherme conseguiram entrar no carro.

- Estou bem. E não, eles não me machucaram.

Óbvio que para o pequeno esse tratamento é estranho. Entretanto, o seu dono pode estar agindo assim, porque, os entrevistadores estavam eufóricos, não se importando em dar espaço. E também haviam câmeras, e fotógrafos - estes que quase o chegaram com os flashs.

Na boate, os garotos em que dividiram o quarto consigo sempre comentavam de que seus ex-donos eram muitos brutos, grossos e arrogantes.

- Que bom. - soltou um suspiro aliviado, sorrindo carinhosamente para Guilherme, que não notou o sorriso direcionado para si por estar com a cabeça baixa.

Para o pequeno, é assim que deve agir: de forma submissa. E, além do mais, Thomas tem um olhar muito intimidante.

- Pode dar partida, Jorge. - alertou e logo estavam dirigindo de volta para a mansão.

[...]

- Com sono? - Thomas perguntou após usar o banheiro e ver Guilherme sentado na beirada da cama, esfregando os olhinhos com os dedinhos, além de bocejar.

- Um pouco.

- Durma.

- Posso?

- Não precisa pedir. É só fazer.

Guilherme franziu a testa. - Mas o senhor não ficará bravo?

- Não.

- Hmm... - retirou seus sapatos e logo em seguida seu terno, sendo ajudado por Thomas que, sem segundas intenções, o ajudou a retirar o resto das roupas, deixando-o apenas de box.

O mesmo soube que Charlie já maltratou o Guilherme - como também os outros garotos e garotas da boate - usando punições severas para castigá-lo e quer saber se há alguma marca ou cicatriz.

- O-Obrigado, sen-...

- Thomas, me chame de Thomas.

[...]

- Finalmente A Bela Adormecida acordou! - Beth exclamou, do batente da porta, pondo as mãos na cintura e olhando Guilherme acordar e se espreguiçar de modo fofo e adorável.

- Não sou A Bela Adormecida. - resmungou, sentando-se na cama e fazendo o seu famoso biquinho e cruzando os bracinhos. Os seus fios de cabelo estão um pouco bagunçados, o que o deixa uma gracinha.

- É, sim! São onze e pouca, menino!

- Aish! Eu não estou acostumado a dormir tarde, por isso não acordei cedo.

- E que horas está acostumada a dormir? - curiosa, perguntou.

- Lá, os puros, são mandados a dormir onze horas para estarmos dispostos e bem acordados no dia seguinte. - contou desconfortável. Esse assunto é um pouco desconfortante para si e comentar sobre se torna insuportável, pois, as recordações vem em sua mente, recordações horríveis e dolorosas.

- Ah... - fez um som de compreensão, percebendo o incomodo vindo de Guilherme. - Tome um banho e desça para comer o café da manhã.

- Mas não são quase meio dia?

- Sim, mas, o café da manhã é a principalmente refeição do dia, e a comida que preparei para você tem muitas vitaminas e proteínas.

- Não é aquelas vitaminas verdes, né? - fez uma cara de nojo, arrancando uma gargalhada alta da moça.

- Não, querido. - negou. - Ande logo, que estarei o esperando.

Guilherme assentiu e levantou-se, indo até o banheiro e se despindo, entrando no box e iniciando seu banho, que, ao invés de ser rápido, terminou sendo longo.

- GUILHERME!! - Beth gritou.

- Desculpe! Já vou descer!

Vestiu o roupão de banho e saiu do banheiro, paralisando ao ver Thomas parada a sua frente, estendendo-lhe uma box, um moletom, uma calça e um tênis simples.

- Bom dia, Guilherme. - beijou a testa molhada do menor, que se arrepiou e murmurou timidamente um "bom dia" em resposta. - Espero que as roupas caibam em você. - e irão caber. Thomas sabe o tamanho certo das roupas de Guilherme, e muito mais.

- Não precisava, sen- Thomas. - se autocorrigiu, corado, pegando a roupa, segurando-as contra o peito, e desviando os olhos para os seus pezinhos. - Eu trouxe roupas na minha sacola.

- Comprei novas roupas para você, não precisará usá-las mais.

- Não jogou-as fora, não é?! - ergueu a cabeça e arregalou os olhos para Thomas.

- Não, por quê? - encarou-o confuso.

- É-É que - engoliu em seco, sentindo a garganta doer. É muito triste falar sobre isso... - algumas roupas foram dadas pelos meus pais quando ainda eram vivos e como lembrança gosto de guardá-las para senti-los comigo.

- Eu não sabia. Irei pedir para que Beth as guarde junto das outras roupas.

- Outras roupas?

- Sim, você tem um armário inteiro apenas com roupas que comprei para você.

- P-Por quê? Quer dizer, eu não passo de um brinquedo temporário, não? Não é necessário isso.

Thomas suspirou e pôs a mão esquerda sobre o ombro direito de Guilherme.

- Com tempo você perceberá que não é apenas um brinquedo para mim, Gui. - falou, depositando outro beijo sobre a testa do menor, saindo do quarto em seguida, deixando o mesmo totalmente confuso.

- O-O quê?

Um Dono Diferente - YaoiOnde histórias criam vida. Descubra agora