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–  Nina

    "Qual é o mal?" – ele respondeu, retirando a sua mão da parede. Pensei que estava a exagerar um pouco. Afinal de contas, ele poderia nem ter visto o Luke. A minha expressão facial suavizou, e encolhi os ombros. Tinha sido apenas um beijo na bochecha.

    "Esquece" – sussurrei para mim mesma, com a esperança de que ele tivesse ouvido.

    Ele sorriu de canto, passando os dedos pelo seu cabelo ondulado. Forcei um curto sorriso, rodando os meus calcanhares em direcção à porta, pronta para ir embora. Ashton pareceu não se importar, pois não me pediu para ficar. Mas realmente, que tipo de rapaz pediria a alguém para ficar numa cabana com cheiro a mofo?

    Comecei a caminhar, olhando para o chão à medida que o fazia, para que não tropeçasse nalguma pedra ou nalgum ramo, visto que eu era muito, mas mesmo muito desastrada.

    Assim que cheguei ao lugar onde todas as tendas estavam montadas, examinei o céu, que estava de um tom azulado e rosado, deveras bonito. Um pouco mais à minha frente, estava uma mesa gigante, sem exagerar, pois era lá que nós comíamos a nossa comida. Mas, claro, alguns de nós é que metiam a mesa e faziam algumas tarefas. Os professores não podiam fazer sempre tudo.

    À medida que as pessoas chegavam, iam-se sentando nos bancos, que também eram feitos de madeira. As minhas pernas movimentaram-se até a um dos mesmos, e, com alguma cautela, sentei-me no mesmo, ficando assim ao lado de pessoas que não conhecia. Michael estava exactamente à minha frente, o que fez com que um sorriso se curvasse nos meus lábios. Murmurei um pequeno "olá", dirigido a ele. 

    "Olá" – ele respondeu-me – "Está tudo bem?" 

    "Sim, digamos que está" – disse, colocando as minhas mãos sobre o meu colo. Comecei a brincar com o tecido da minha t-shirt, agora um pouco mais seca.

    "Como dormiste lá na tenda, com o Luke?" – Michael perguntou, inspeccionando com atenção a minha expressão facial. As minhas bochechas ficaram, obviamente, com um tom vermelho.

    "Como sabes disso?" – questionei.

    "Oh, sabes, as notícias correm rápido" – sorriu. Revirei os olhos, rindo-me baixinho.

    "Eu dormi bem, por acaso. Ele é uma ótima companhia" – afirmei, dando de ombros.

    "Gostas dele?" – perguntou.

    "Não!" – falei, num tom um pouco mais alto, causando algumas pessoas a olhar para mim. – "Não, não gosto do Luke dessa forma... Somos só amigos" – reformulei, agora num tom normal.

    "Se tu o dizes..." – semicerrou os olhos, fazendo depois o gesto ''estou de olho em ti'' com dois dos seus dedos.

    Enquanto comia o que já estava no meu prato de plástico, montes de pensamentos decidiram aparecer na minha mente. 

    Quando as pessoas perguntavam a conhecidos ou desconhecidos a famosa pergunta: "gostas de alguém?"; como encarariam essa questão? É uma simples pergunta que nos faz pensar durante um pequeno período de tempo. Imaginamos dizer que sim quando sentimos que estamos apaixonados, que caímos na tentação do amor. Mas o que é, na verdade, o amor? O amor é uma doença, cuja cura é ainda irreconhecível. É uma incurável doença que deixa a mente das pessoas à roda, que faz com que nos sintamos fracos, e que deixa o nosso corpo a pedir pelo toque de alguém, em particular. O amor tem um lado bom e um lado mau. Às vezes, deixa-nos felizes pelo simples facto de existirmos porque conhecemos aquela pessoa que faz com que tudo seja melhor.

Treehouse ➤ Luke Hemmings [Completed]Onde histórias criam vida. Descubra agora