– Luke
Sabia que era um rapaz sortudo. Talvez por ter o privilégio de poder olhar, tocar, apreciar. Às vezes não damos valor ao que temos por pensarmos que temos problemas maiores; mas a verdade é que se tivermos um sítio onde viver, comida na mesa e família que se preocupe connosco (ou não), podemos ser felizes. A felicidade está na nossa essência e somos nós que a definimos. Por isso, se acharmos que somos felizes se tivermos bem-materiais, vamos querer sempre mais. Se acharmos que somos felizes se tivermos amor e alguém que se importe connosco, nem sempre estaremos felizes. Embora eu soubesse lá no fundo que não devia depender de ninguém, isso aconteceu, quando menos esperava. E não fui capaz de o parar. Nina era a minha felicidade. Encontrava paz de espírito e de mente quando estava com ela. Apenas com um toque – com um simples toque – vindo dela, sentia que alguém me queria e que, afinal de contas, não era inútil. Nina assegurava-me disso, fazia-me sentir importante. Eu pretendia fazê-la sentir o mesmo. Não apenas sentir... Ela tinha de saber que o era.
E lá estava ela, à minha frente, possivelmente perdida nos seus pensamentos. A camisola que usava era translúcida e macia, tal como a sua pálida pele. Tinha estado a observá-la há, pelo menos, cinco minutos. E era reconfortante saber que ela não se importava que eu o fizesse. Nina neste momento parecia tão pacífica... Com os seus cabelos castanhos claros a cair sobre os ombros e a expressão facial tão focada... Como se se estivesse a concentrar nalguma coisa, por exemplo, o barulho das nossas lentas respirações.
Estávamos sentados na sua cama, completamente sozinhos em casa. Apenas um dia se tinha passado desde que a marcara, e a tal marca permanecia visível no seu pescoço, agora de um tom arroxeado. Apreciava olhar para a mesma e saber que, de um certo modo, Nina me pertencia.
"Posso desenhar em ti?" – de súbito ouvi a sua meiga e quieta voz.
"Hm?" – disse, não percebendo muito bem a sua questão. Nina debruçou-se para retirar uma caneta da sua secretária e mostrou-ma.
"Ah, sim" – percebi o seu ponto de vista – "Claro" – estendi-lhe o meu braço e ela sorriu serenamente. Uma das coisas que mais gostava sobre Nina era a sua serenidade. Oh, e ela era uma rapariga imprevisível, também.
Deixei-a desenhar na palma da minha mão enquanto fitava o tecto esbranquiçado. Ainda me lembrava das 'belas' tardes de explicações que passara neste lugar. O desenho que ela tinha feito de mim, há algum tempo, estava guardado num pequeno baú, dentro da minha casa na árvore.
"Já está" – Nina declarou e eu olhei de imediato para a minha mão. Na mesma estava desenhado um casal a dançar, pelo que me parecia. Os corpos estavam encaixados um no outro firmemente e as mãos da rapariga em volta do pescoço do rapaz, que segurava na cintura da adolescente. Ela tinha a cabeça pousada no peito dele, ouvindo possivelmente as batidas inexistentes do coração.
"Somos nós" – ela murmurou, deixando a sua cabeça cair no meu ombro. Enrolei fios do seu cabelo nos meus dedos enquanto a palma da minha outra mão se mantia aberta.
"O rapaz gosta imenso da rapariga, sabias?" – perguntei com um meio sorriso.
"A rapariga sente o mesmo, ou talvez até mais" – Nina respondeu, depositando depois um beijo na minha bochecha. Peguei na sua mão e entrelacei os nossos dedos, olhando para baixo para poder observar a sua beleza.
"Queres beber alguma coisa?" – ela perguntou, cruzando o seu olhar com o meu. Encolhi os ombros, não sabendo bem o que responder.
"Já volto" – afirmou e levantou-se da cama, deixando-me à sua espera durante alguns minutos. Durante a sua ausência observei o seu quarto, onde já tinha estado imensas vezes. Tudo continuava igual mas uma folha com um esboço estava sobre a secretária. Peguei na mesma e observei-a. Um casal a dançar, mais uma vez... Era parecido ao que ela tinha feito na palma da minha mão. Ver o pedaço de papel com algo desenhado no mesmo fez-me sorrir largamente. Eu nunca iria estar preparado para a deixar.
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Treehouse ➤ Luke Hemmings [Completed]
Fanfiction☪ ☪ ☪ ❝ Eram um pouco diferentes. Dançavam na rua, perto do lugar onde tudo estava a decorrer. Contudo, conseguiam ouvir a música perfeitamente. A grande mão de Luke descansava sobre a anca da rapariga perante si, enquanto que a outra era...