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–  Nina 

   

    Às vezes, gostava de ter uma espécie de poder sobrenatural para poder entrar na mente das pessoas, e ficar a saber o que pensam.

    Por exemplo, gostaria de entrar na mente do Luke. Ele intrigava-me, deixava-me confusa. Eu queria conhecê-lo melhor. Um dia este rapaz era rude, outro dia já estava de bom-humor. O seu estado de espírito variava, mas as suas opiniões não. Eu apreciava falar com ele. Talvez, até demais.

    Os meus pés estavam sobre o pavimento um pouco húmido, bem assentes no chão. Porém, os meus pensamentos pareciam viajar a mil à hora.

    "Nina? Queres... Hm... Ir dar uma volta?" – a voz ligeiramente rouca de Luke despertou-me completamente.

    "Pode ser" –  respondi, tentando soar casual.

    Fitei os meus sapatos, enquanto levava uma das minhas mãos ao meu olho esquerdo, esfregando-o. As minhas pernas começaram a movimentar-se. Ganhei a coragem de inclinar a cabeça para cima, para poder observar Luke, que estava concentrado no som que os nossos ténis faziam ao embater no chão.

    "Onde vamos?" – decidi perguntar, querendo quebrar este silêncio.

    "Acho que te vou levar à minha casa na árvore" – encarou os meus olhos verdes, formando um curto sorriso.

    "Tens a certeza? Não quero incomodar" – disse, fazendo gestos com as mãos à medida que falava.

    "Não incomodas, não te preocupes" – respondeu-me, observando cada movimento meu, com atenção.

    Acenei afirmativamente com a cabeça, em resposta à sua fala, e apenas me foquei no barulho que ambos fazíamos ao caminhar. Sentia que já estávamos perto do pequeno refúgio de Luke, pois já se começava a ver relvado e grupos de flores.

    "É ali" – Luke apontou para cima. Inclinei a minha cabeça e observei uma casa de madeira, um pouco grande, apoiada em várias árvores.

    "Como é que construíste isto?" –  falei, num murmúrio, olhando-o pelo canto do meu olho.

    "Se queres que te diga, não sei, mas fi-lo sozinho" – sorriu de canto, com orgulho.

    Eu continuava simplesmente a encarar o seu rosto, o seu sorriso, os seus olhos. Cada detalhe da sua face. As suas perfeitas imperfeições.

    "Vamos?" – perguntou, estendendo-me a sua mão. Peguei na mesma, surpreendida com a sua acção, e começámos ambos a caminhar para a sua casa na árvore.

    Assim que entrei dentro da mesma, os meus lábios entreabriram-se, por vontade própria. Posters de bandas estavam colados sobre as paredes sem cor; dois pequenos colchões estavam situados no chão; a guitarra de Luke estava encostada a um canto, e folhas com algo escrito nelas encontravam-se organizadas numa pequena mesinha. Tudo o que eu tinha acabado de ver era de uma grande simplicidade, mas uma simplicidade bonita.

    "Wow" –  sussurrei, continuando a examinar cada canto deste pacífico e original lugar.

    "Desculpa a desarrumação" – Luke disse, dirigindo-se para um dos colchões. Sentou-se no mesmo e fez-me um sinal com as mãos, para que eu me sentasse ao seu lado.

    "Não está nada desarrumado" –  fitei-o – "Até dá vontade de viver aqui" – formei um largo sorriso e fui até ele, sentando-me depois no macio colchão.

Treehouse ➤ Luke Hemmings [Completed]Onde histórias criam vida. Descubra agora