– Nina
O amor foi a minha cura. Sentir amor de alguém foi uma das melhores coisas que já me aconteceu. Luke fez e faz-me sentir segura, protegida, amada, e não poderia estar mais feliz com isso. Claro que nem tudo é sempre bom. Existe bom no mau e mau no bom, e algo teve que acontecer. A vida teve que me pregar um susto. Talvez para eu perceber o quanto era sortuda por ter alguém assim a acompanhar-me a cada dia que passa? Não faço a mínima ideia. Mas sei que o que veio à minha mente – quando aquele carro chocou contra mim, – foi Luke. Apenas Luke. Não pensei na minha família, não pensei em amigos. Pensei no Luke. Este sentimento assustava-me, por vezes. Dá para acreditar no quão miserável eu seria se este rapaz de cabelos loiros não estivesse presente na minha vida?
Por vezes algo corre como queríamos que corresse. Pode ser raramente, mas acaba sempre por acontecer. Quando tinha catorze ou quinze anos dizia aos meus pais que gostava de ter um amor inesquecível na minha vida. Aquele tipo de amor que nos faz querer saltar para uma piscina num dia de Dezembro. Aquele tipo de amor que nos faz querer dançar num dia de chuva. Aquele tipo de amor onde o sol podia não brilhar durante o dia todo e não nos iríamos importar porque estávamos com alguém especial. Esse tipo de amor. E, bem... Aconteceu.
Às vezes temos que esperar algum tempo para que as coisas aconteçam à nossa maneira. Mas, digo a mim mesma todos os dias que valeu a pena esperar estes anos. E faria-o de novo vezes e vezes sem conta para poder sentir isto novamente. Porém, neste momento, estou bem. Posso ter imensos arranhões sobre o meu corpo, mas estou bem. Estou bem porque o rapaz por quem estou profundamente apaixonada está ao meu lado a agarrar na minha mão como se fosse algo vital para ele. Estou bem porque consigo sentir a sua respiração a embater no meu pescoço e as suas pestanas contra a minha bochecha. Estou bem porque ele se encontra presente ao meu lado. Não estou sozinha.
"Nina?" – Luke falou num murmúrio. Desencostou a cabeça do meu ombro para me poder olhar nos olhos. Remexi-me na cama mas acabei por soltar um pequeno grunhido devido às dores.
"Estás bem? Queres que vá chamar uma enfermeira?" – ele inquiriu, preocupado. Abanei a minha cabeça negativamente, sorrindo fracamente.
"Não, amor. Eu estou bem" – declarei, encostando-me à cama.
"Amor?" – Luke questionou e eu arregalei os olhos, apercebendo-me de que lhe tinha chamado um daqueles nomes lamechas.
"Ah, eu..." – comecei por dizer, mas ele interrompeu-me.
"Eu gosto" – os seus lábios curvaram-se num pequeno sorriso – "Amor" – cruzou o seu olhar com o meu – "Soa bem" – finalizou, passando a sua mão livre pelos fios do meu cabelo castanho.
O seu rosto esbelto encontrava-se pálido assim como o resto do seu corpo. Por debaixo dos seus pálidos olhos azuis estavam pequenos círculos negros, que provavam a falta de sono que ele tinha. Larguei a sua mão e levei a minha até à sua bochecha, acariciando a mesma com o meu polegar enquanto os nossos olhares permaneciam cruzados.
"Luke..." – o seu nome escapou dos meus lábios.
"Hm?" – ele pareceu hipnotizado por mim.
"Beijas-me?" – questionei e não obti resposta. Ele apenas pressionou os seus lábios humedecidos contra os meus, fazendo-me a vontade. Expirei a quantidade de ar guardada dentro de mim em contentamento e a minha mão foi até aos seus cabelos, apertando-os levemente para criar mais fricção entre nós.
Alguém bateu à porta, fazendo-nos separar muito lentamente. Soltei um curto som de descontentamento e Luke apenas se riu baixinho.
"Entre?" – disse um pouco alto e a porta abriu-se, revelando uma enfermeira trajada com roupas azuis.
"Olá, como se está a sentir, Nina?" – ela perguntou. Pensei um pouco antes de responder.
"Bem. Quando vou poder ir para casa?" – questionei, voltando a pegar na mão de Luke.
"Hoje à tarde, se o seu corpo estiver a reagir bem. Quer que ligue aos seus pais para depois a levarem para casa?" – a enfermeira fez algumas anotações no seu bloco de notas e eu apenas abanei a cabeça.
"Não..." – suspirei longamente – "Eu e o Luke depois apanhamos um táxi" – forcei um sorriso.
"Está bem" – ela tossiu um pouco para aclarar a voz – "As melhoras, então"
"Obrigada"
*
Um dia se passou muito lentamente. Talvez até lentamente demais. Depois de sair do hospital, os meus pais decidiram prender-me em casa durante esta semana, com medo que acidentes como aquele fossem acontecer de novo. Então, permanecia entediada com o telemóvel perto de mim à espera de receber uma mensagem de Luke.
Olhei em volta, tentando procurar alguma coisa com que me pudesse entreter, até que algo me chamou à atenção. Na minha mala, que estava meio aberta, encontravam-se as cartas que Luke me tinha dado há algum tempo. Alcancei a mesma e retirei uma carta de lá, lendo o título da mesma. Lê se te sentires insegura. Veio mesmo a calhar.
"Se estás a ler isto ou te sentes insegura ou simplesmente não tens nada para fazer e retiraste uma das cartas da tua mala de ganga. Vamos supor que é a opção dois, porque não tens razões para te sentires insegura. (Estou a tentar que a minha letra pareça legível, desculpa se não perceberes alguma palavra). Não sei por onde começar, realmente. Adoro os teus olhos esverdeados. Eles lembram-me das folhas das árvores num dia de Primavera, cheias de vida e de energia. Quando os olho durante demasiado tempo sinto que me posso perder neles. Também adoro o cheiro dos teus cabelos castanhos claros. Amêndoas adocicadas com aroma de pêssego? Qualquer coisa assim. Nunca mudes o teu champô. Adoro o teu corpo frágil e a tua pele morna que faz contraste com a minha. Adoro o facto de os nossos corpos se encaixarem perfeitamente um no outro quando estamos deitados a descansar. Adoro o teu sorriso, e o som do teu riso. Nunca me vou fartar dele. Dá-me vida, sabias? Fazes-me sentir presente neste Mundo cheio de coisas más. Tu és a única coisa boa que existe neste preciso momento. Amo os teus lábios. Amo os teus beijos e amo quando me puxas levemente os cabelos. O teu sentido de humor fascina-me e a tua simpatia também. És a melhor coisa que alguma vez me aconteceu. Nunca te sintas insegura, Nina. Tu és a rapariga mais linda, por dentro e por fora, que alguma vez vi na minha vida. E eu sou um rapaz tão sortudo por te ter. Adoro-te tanto. Tanto, que dói.
Luke."
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Treehouse ➤ Luke Hemmings [Completed]
Fanfiction☪ ☪ ☪ ❝ Eram um pouco diferentes. Dançavam na rua, perto do lugar onde tudo estava a decorrer. Contudo, conseguiam ouvir a música perfeitamente. A grande mão de Luke descansava sobre a anca da rapariga perante si, enquanto que a outra era...