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–  Nina


    Sempre me disseram que quando nos apaixonamos pela primeira vez, a nossa vida muda de alguma forma. E, por mais que tentemos, o sentimento nunca desaparece. Estou apaixonada, e tenho algum medo. Enquanto o sentimento permanece julgo que poderia facilmente ficar magoada se algo de mal acontecesse. Eu confiava em Luke, e as pessoas em quem confiamos são as que nos podem magoar. Isso assustava-me. Tinha receio. Não queria que o rapaz de olhos azuis e cabelos alourados me deixasse. Tal coisa colocar-me-ia de rastos.

    E perguntava-me. Como me tinha deixado chegar a este ponto...? Ao ponto em que não consigo parar de pensar nele. Em que pequenas coisas me lembram da sua existência. Deito-me e deixo-me afundar nos lençóis e sinto-me incompleta. Quando Luke se encaixa em mim, é como se fosse a peça de puzzle que me falta. E os seus pálidos olhos azuis conseguem transmitir tanta coisa. Conseguem dizer-me se algo lhe está a perturbar apenas com um olhar de desdém. Não me cansaria de o contemplar. Ele é o tipo de pessoa que nos faz pensar se realmente existe um destino. Se realmente dois seres estão destinados a ficar juntos.

    E, é claro que este tipo de pensamentos vem de uma mente que pertence a uma rapariga perdidamente e completamente apaixonada. Tudo aconteceu tão rápido. Se as coisas não tivessem sido feitas da maneira que foram, tanta coisa estaria diferente.

    Luke deu-me a hipótese de experienciar qual era a sensação de se sentir amada. Ele fazia-me sentir amada, protegida, segura. A partir do momento em que as nossas peles se encontravam, em que os nossos olhares se cruzavam, sabia que valia a pena viver. Apenas com um simples toque, que trazia mil e uma emoções à tona.

    Seríamos nós demasiado tímidos para admitir que algo diferente se passava entre nós? Não tínhamos definido um termo. Éramos amigos que se beijavam. E, sinceramente, não podia estar mais contente com essa conclusão. As coisas acontecem quando têm que acontecer.


    Hoje seria um dia diferente dos outros. Mais precisamente, uma noite. A noite do baile de finalistas, que, impressionantemente, tinha sido combinado num dia das férias de Verão. Luke tinha-me convidado para ir com ele, embora soubesse que não era o nosso tipo de coisas. Parecia bastante nervoso quando me fez a simples pergunta, o que foi adorável.

    Eu estava sentada sobre a minha cama, com um vestido branco a cobrir o meu corpo e o cabelo solto com pequenas ondulações. Esperava pacientemente por um pequeno barulho que sinalizasse a presença de Luke Hemmings. E, esse som, pareceu vir da minha janela segundos depois.

    A minha cabeça virou-se rapidamente para a mesma, e vi o reflexo do rapaz por quem esperava. Fui de imediato até à grande janela e abri-a, focando o meu olhar no rosto angélico de Luke.

    Ele segurava num ramo de flores enquanto mordia o seu lábio inferior nervosamente. Os seus cabelos estavam perfeitamente penteados para cima e os seus olhos ligeiramente claros, devido à luz do luar que embatia nos mesmos. Suspirei devido à vista que tinha dele, e, quando saí do meu pequeno transe, um sorriso surgiu nos meus lábios.

    "Queria ser original" – ele proferiu segundos depois. As minhas bochechas ganharam um tom ligeiramente rosado.

    "Adoro quando coras" – falou num tom baixo, entrando dentro do meu quarto cautelosamente para não estragar as flores. – "Embora não seja necessário" – finalizou, esboçando um genuíno sorriso.

    "Trouxe-te tulipas vermelhas" – voltou a dizer – "Praticamente implorei à mulher que me dissesse o significado delas" – soltei pequenas risadas ao ouvir a sua frase.

Treehouse ➤ Luke Hemmings [Completed]Onde histórias criam vida. Descubra agora