– Luke
Foi mais forte que eu. Como me poderia aguentar sem ela? Sem a rapariga que me deu motivação, vontade... Tudo de bom.Eu estava simplesmente dependente dela. E não havia nada que pudesse fazer para o parar.
Agora que estava com Nina percebia a importância de um simples toque, ou beijo. Não consegui largá-la durante a noite inteira. Examinava cada traço do seu angélico rosto enquanto ela dormia pacificamente. Observava a forma de como os seus cabelos acastanhados caíam perfeitamente sobre os seus ombros. Sentia a pele das suas costas numa aproximação imensa, devido ao facto de estarmos expostos, sem roupa, – eu pressionado contra ela, que pegava na minha mão com força, como se tivesse medo que eu fugisse.
E, agora, era de manhã. Vários fios de luz trespassavam da janela do seu quarto, embatendo assim nos nossos braços e faces. Estaria finalmente um dia de sol porque nos reencontrámos? Esperava que sim.
Não queria partir desta cidade onde tudo construí. Não agora.
"Bom dia" – uma voz fez-se ouvir, num tom baixinho e rouco. Olhei para Nina, vendo-a de olhos entreabertos, com a cabeça inclinada sobre o meu peito, fitando-me com admiração.
"Bom dia, bela adormecida" – respondi, esboçando um pequeno sorriso apenas por vê-la.
"Sentia tanta falta de acordar assim, ao teu lado" – aconchegou-se a mim e o meu sorriso alargou-se. Envolvi o seu pequeno corpo com os meus braços e pousei os meus lábios sobre a sua testa."O que queres fazer hoje?" – perguntei – "Teremos todo o tempo do mundo para explicações" – enrolei pequenos fios do seu cabelo nos meus dedos, admirado com a suavidade do mesmo.
"Prepara-te" – Nina lançou-me um olhar provocador, fazendo-me semicerrar os olhos. Saltei da cama e procurei pelos meus boxers.
"À minha frente não!" – exclamou, tapando os olhos. Pequenos risos me escaparam dos lábios. Hoje iria ser um longo e bom dia.
*
"Então... A tua avó é que te motivou a voltar?" – Nina perguntou. Neste momento, caminhávamos por um parque cheio de árvores e pequenos bancos de madeira. Os olhos dela estavam mais reluzentes que nunca, e tive que parar para os contemplar.
"Não foi bem assim" – balbuciei – "Eu queria voltar. Mas estava a pôr tanta coisa em causa..." – suspirei longamente – "Mas tu vales a pena" – os meus lábios curvaram-se num curto sorriso à medida que a minha mão procurava pela dela. Puxei-a contra mim e inalei a sua essência.
"A tua avó está melhor?" – questionou – "E... A tua mãe? Ela não vai ficar zangada, ou até mesmo desiludida contigo?"
"Ela parece-me bem. Lembrava-se de mim, e tudo" – encolhi os ombros – "E, por agora, não me quero preocupar com a minha mãe"
"Chegaste a ver o teu padrasto mais alguma vez?" – inquiriu Nina, curiosamente.
"Nem por isso" – mordisquei o meu piercing labial – "Espero que se tenha ido embora"
"Lembro-me do dia em que te consolei" – riu-se alegremente – "Eu devia estar sobre o efeito de substâncias. Não sei onde fui buscar aquela coragem toda"
"Oh, tu vais buscar coragem a muitos sítios" – comentei – "Por exemplo, as palavras que disseste ontem... Quando nós... Tu sabes..." – o meu nervosismo tornou a aparecer.
"Luke..." – bateu no meu braço, rindo-se – "Lembras-te da última frase que disseste?" – levantou uma sobrancelha.
"Oh... O 'vem-te para mim'?" – abanei a cabeça enquanto pequenas gargalhadas saíam por entre os meus lábios – "Isso foi do momento, prometo"
"Parecias experiente" – ela colocou as mãos na cintura – "O que raio andaste a ver nestas últimas duas semanas?"
"Eu... Posso ter feito algumas pesquisas" – pisquei-lhe o olho.
"Oh meu Deus!" – Nina abriu exageradamente a boca, fingindo-se impressionada – "Nem acredito que estamos a falar disto tão abertamente" – parámos ao pé do tronco de uma árvore. Sentámo-nos na relva e encarámos o céu azul sobre nós.
"É bom sinal" – humedeci os lábios.
"Tive uma ideia" – a rapariga ao meu lado disse, muito repentinamente – "Tens alguma coisa afiada?"
"Planeias matar-me?" – arregalei os olhos, voltando a pousar o olhar na sua vista.
"Não" – revirou os olhos, estendendo-me a sua palma. Enfiei uma mão dentro dos bolsos e remexi-os, encontrando depois uma caneta.
"Isto serve?" – dei-lhe o objecto. Nina assentiu, começando depois a escrever algo no rugoso tronco de madeira. Esperei que acabasse, observando a sua expressão concentrada à medida que ela tentava furar o material duro com a pequena caneta.
"Já está!" – exclamou, sorridente, após alguns segundos. Tentei ler o que estava lá escrito, acabando depois por soltar um som indescritível.
"Nina S. e Luke H. têm algo que todos desejam ter. Um amor inesquecível" – li baixinho. Um largo sorriso aflorou-se no meu rosto, enquanto os meus braços procuravam pelo frágil corpo de Nina. Abracei-a fortemente, beijando o seu ombro inúmeras vezes.
"Sabes que te amo, certo?" – afastei-me ligeiramente para poder ver a sua expressão facial. Nina anuiu rapidamente. Decidiu juntar os nossos lábios, dando-me um calmo e lento beijo, cheio de paixão. Expirei o ar que ainda continha nos pulmões, pressionando o meu peito contra o dela.
"Também te amo, Luke" – murmurou contra os meus lábios. E, ao ouvir aquelas palavras que traziam imenso significado com elas, apercebi-me do quão feliz eu era.
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Treehouse ➤ Luke Hemmings [Completed]
Fanfic☪ ☪ ☪ ❝ Eram um pouco diferentes. Dançavam na rua, perto do lugar onde tudo estava a decorrer. Contudo, conseguiam ouvir a música perfeitamente. A grande mão de Luke descansava sobre a anca da rapariga perante si, enquanto que a outra era...