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–  Nina

  

    Apenas como qualquer terça-feira, eu estava em minha casa enquanto Luke me tentava explicar a matéria de matemática. Sim, tentar porque eu não conseguia perceber metade do que ele dizia.

    Estávamos sentados no sofá, lado a lado, de pernas cruzadas. Se não me engano, já tinham passado dois meses desde a primeira vez que ele me tinha começado a explicar esta matéria – que eu continuava a odiar. No decorrer destes poucos dias, tinha começado a achar que Luke e eu estávamos a formar uma relação de amizade, muito lentamente. Ele, obviamente, tinha alguns problemas no que tocava a fazer amigos, por isso, eu sabia que não deveria falar ou fazer algo que ele não gostasse. Luke estava a 'abrir-se' para mim, devagar, e eu não me importava com o tempo que ele precisaria para o fazer. Estava feliz por ele não agir miseravelmente a todo o tempo. Ele quase que já não mantinha a sua expressão séria no rosto.

    "Não, Nina" – Luke deu um meio sorriso – "Tens que multiplicar tudo por dois" – colocou o caderno sobre o meu colo.

    "Isto é tão estúpido" – atirei o objecto feito de folhas de papel para o chão, levando depois as mãos aos meus cabelos, sentindo-me frustrada.

    "Vai buscar o caderno que atiraste ao chão" – Luke grunhiu, tentando continuar com uma expressão séria na face para que eu percebesse que ele não estava a brincar.

    "Não podemos apenas fazer uma pausa? Como da outra vez?" – peguei numa das almofadas e coloquei-a sobre a minha cara.

    "A matéria não é assim tão difícil" – ao ouvi-lo, deitei-me completamente no sofá – "Levanta-te, Nina"

    "Não é difícil para ti! Tu és bom a matemática" – respondi, atirando a almofada para um cadeirão.

    "Bem, acontece que cada um nasce com um dom" – Luke disse, num tom de brincadeira, enquanto os seus lábios se curvavam num pequeno sorriso.

    "Quem me dera ter esse dom" – um longo suspiro escapou por entre os meus lábios.

    "Deves ter dons bem melhores, com certeza" – o seu olhar cruzou-se com o meu.

    "Ainda não os descobri" – após a minha fala, houve silêncio. Um silêncio confortável, que durou um minuto.

    "Vamos lá realizar a pausa que pediste" – a voz masculina de Luke fez-se ouvir. Soltei um pequeno som de aprovação e peguei no comando que estava ao meu lado, acendendo a televisão.

    "Não é esse tipo de pausa. Vem comigo" – levantou-se, desamarrotando as suas calças.

    "Onde vamos?" – franzi a testa, não sabendo se me deveria levantar ou não.

    "Não confias em mim?" – ele ficou a olhar-me directamente nos olhos durante alguns segundos, esperando pela minha resposta. Eu manti-me calada durante pouco tempo. Agarrei o seu braço para me poder levantar, fazendo com que ele se desequilibrasse. Soltei uma pequena risada ao vê-lo e corri até à porta aos saltos.

    "És tão infantil" – o rapaz loiro de olhos azuis disse, sorrindo, como se me estivesse a dar um elogio com uma palavra não muito simpática.

    "Tenho que aproveitar a vida e divertir-me à minha maneira enquanto posso" – sorri de canto – "Gosto de saltar, de andar de baloiço, e irás descobrir o resto provavelmente mais tarde. Digamos que consigo ser um pouco imatura" – fiz uma cara pensativa, abrindo a porta.

Treehouse ➤ Luke Hemmings [Completed]Onde histórias criam vida. Descubra agora