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–  Luke 


    As minhas mãos estavam trémulas assim como os meus pés bem assentes nos pedais da bicicleta. Normalmente não a utilizava para ir a determinados lugares mas a saudade começava a apertar no meu coração e sentia a necessidade de voltar a ver Nina. Estava nervoso porque provavelmente ficaríamos às escondidas no seu quarto e não gostava de conhecer os seus pais desta pior forma. Mas, mesmo assim, continuava a pedalar, observando tudo o que me rodeava. Desde árvores a pequenos arbustos, desde flores a ervas daninhas. Tudo tinha a sua própria beleza e era isso que me fascinava na Natureza.

    Era imensamente idiota da minha parte continuar com o pijama vestido enquanto andava de bicicleta até à casa de Nina, mas, quem é que eu quero enganar? A maioria dos pijamas é confortável.

    Esperava que ela se estivesse a sentir melhor depois do acidente, pois não podia aguentar vê-la com dor, ver as suas expressões de agonia. Só queria fazê-la sentir bem, e pretendia surpreendê-la hoje. Nina merecia felicidade. Eu pretendia dar-lha, de um certo modo.

    Apertei os travões da minha bicicleta assim que avistei uma casa familiar. Prendi o meu meio de locomoção a um poste com uma espécie de corda e suspirei longamente, preparando-me mentalmente para o que se iria suceder. Caminhei até à parte de trás da sua habitação e pude ver uma luz ligada. A luz do seu quarto. Conseguia vê-la deitada na sua cama a ler um livro. Esbocei um pequeno sorriso devido à vista que tinha dela.

    Devia fazer isto do modo cliché e atirar pedras à sua janela? Oh, não, e se a janela se partisse? Como é que iria chamar a sua atenção?

    "Porra" – disse para mim mesmo. Avistei uma árvore que ficava suficientemente perto da varanda dela e tentei trepá-la, acabando por quase escorregar em ramos pequenos. Saltei e apoiei-me no corrimão, puxando depois o meu corpo para o outro lado com um pequeno empurrão. Apalpei os meus braços e o meu peito e soltei um breve suspiro de alívio. Sobrevivi.

    Decidi bater três vezes na sua janela com o meu punho, ajeitando depois o meu cabelo que tinha levado com vento na minha pequena viagem até aqui. Quando levei a minha mão ao vidro mais uma vez, este subitamente desapareceu, sendo substituído com a figura feminina de Nina. Os meus lábios curvaram-se num pequeno sorriso assim que a vi perto de mim, e abracei-a de imediato, – cautelosamente, para não a magoar.

    "Tive tantas saudades" – murmurei contra o seu cabelo, inalando o cheiro do mesmo.

    "Eu também" – a sua voz terna falou num murmúrio. Convidou-me a entrar e dirigiu-se de imediato à porta do seu quarto, trancando-a. – "Não queremos correr riscos" – disse ela, soltando uma curta risada.

    Nina não questionou a minha presença. Não questionou o facto de eu estar com o pijama vestido. Não me perguntou o que eu queria. Apenas fez com que me sentasse na sua cama e subiu rapidamente para o meu colo, começando a espalhar beijos pelo meu rosto. O que é que eu fiz de bom para a merecer?

    "Senti tanto a tua falta" – murmurou por entre beijos, cobrindo as minhas bochechas com as suas mãos. Deixei-a continuar a beijar a minha face até que não pude aguentar mais. Pressionei os meus lábios contra os seus e agarrei delicadamente no seu pescoço, puxando-a mais contra mim. Quando senti a sua língua a contornar lentamente o meu lábio inferior, soltei um pequeno gemido e entreabri de imediato os meus lábios, deixando-a entrelaçar as nossas línguas, com o propósito de aprofundar o beijo.

    Levei uma das minhas mãos às suas costas e deitei-a com cuidado na cama, encaixando-me entre as suas pernas, sem quebrar o beijo. Nina agarrou pedaços dos meus cabelos loiros, puxando-os levemente, como eu gostava. Felizmente não estava a usar calças justas, porque se estivesse, elas já estariam completamente apertadas.

Treehouse ➤ Luke Hemmings [Completed]Onde histórias criam vida. Descubra agora