- Sala de filmes e interação. - Melvino apontou para a frente, em um ponto onde havia uma passagem, como um tubo também. - Ali fica o refeitório, café é as 8, almoço as 13, lanche as 16 e o jantar às 20. Se sentir fome fora do horário pode pedir qualquer coisa no balcão automatizado, e vão te dar. Bom, pelo menos um leite, ou um chocolate. - Sorriu, caminhando pelo corredor branco e sem graça. - Riaman-ny programa o balcão, então tente não provocar ela se não quiser ficar sem chocolates. Uma vez Tyrone mandou-a para aquele lugar... ficou um mês sem.- Por quê ele faria isso? - Quis saber, olhando para os lados.
- Porque ele não tem juízo algum. - Riu, continuando a caminhada. - Ali fica a sala de estudos, ali a telecomunicação e ali.. naquele corredor, os quartos de Riaman-ny e Doomdanru. Eles não são um casal, e ficam ofendidos quando perguntam se são. Só pra você saber...
- Eles não tem família?
- Dizem que somos a família deles. - Parou na frente de uma porta branca, que ficava ao lado de uma porta igual, e na frente de duas outras iguais. - Eles choraram quando Janete foi embora, mas não conte isso pra nenhum dos outros.
- Eles não vão mais ver ela?
- Eles se vêem, ocasionalmente. - Abriu a porta.
Um som alto veio do corredor, um som seguido de um grito. Um grito masculino, forte. Aí, veio o som de um choro infantil, cansado, e Meara ficou curiosa.
- Vamos, entre. - Incentivou Melvino ficando sério. - É Chiara...vamos dar um pouco de privacidade pra ela, está bem?
- Ela está chorando. - Compreendeu Meara. - Alguém gritou com ela.
- Doomdanru, provavelmente. - Respirou fundo, falando sobre o alienígena misterioso, empurrando Meara pra dentro do quarto.
- Ele pode gritar com ela assim? - Perguntou, preocupada.
- Ela tem a tendência de mentir demais pra Doomdanru, sobre algumas coisas pessoais dela. - Informou. - Ela procura e acaba achando. Doomdanru nos repreende, quando acha que deve.
- Gritando? - Ficou puta.
- Algumas vezes. - Mordeu os lábios. - Ele não é um monstro, e se quer saber, Chiara precisa aprender a não se machucar. Ela tem um problema com... - Apontou pros pulsos. - Eles sempre descobrem. Sempre.
Meara resolveu deixar o assunto de lado um pouco, quando percebeu que Chiara tinha problemas, e olhou para o quarto. Duas camas simples, com colcha cinza e branca. Retas. Uma mesinha de estudos, com uma luminária, branca. Uma pequena porta para um banheiro de banheira, vaso e pia. Um espelho simples. Tudo reto, tudo simples, nada de cores. A janela, que dava pro planeta vermelho, tinha o tamanho de uma bola de futebol, e nada demais que isso.
- É pouco, mas é nosso lar.
- Está ótimo. - Meara olhou pro lado, vendo a proximidade de menos de dois metros entre as duas camas.
- Doomdanru e Ny querem te ver na sala especial, mas eu acho que você deve querer um tempinho pra você... com malas e tudo mais...e...
- MEL! - Uma menina, de cabelos ruivos, de olhar assustado entrou no quarto correndo.
- Lana! - Melvino sorriu ao ver a pequena menina de cabelos vermelhos como o planeta ali. Ela tinha olhos castanhos, um corpo pequeno, coberto por um vestido cinza que ia até seus joelhos e parecia assustada. - O que foi?
- Desculpe... eu não tinha me dado conta que... ela já tinha chegado.
- Meara, esta é Lana. - Apresentou.
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Aurora
Science FictionMeara Ablim nasceu na Terra com uma rara mutação genética - Heterocromia, que fazem seus olhos terem cores diferentes - um azul e um castanho. Abandonada ainda bebê por ser "imperfeita" por culpa da revolução genética, ela viaja até "Provenance" ass...