Sheila chegou na sala de estudos e viu todo mundo olhando para ela. Como não olhar para seu cabelo todo molhado e sua cara de choro? Ela tinha conversado com Ny, especialmente sobre seu crime, e sobre a adoção de Lana e Ryan - que ela achava injusto. Lana e Ryan iam ter direito à privacidade e colo e....
- O que é que vocês estão olhando? - Ela disse enchendo os olhos de lágrimas de novo.
Agora, Ryan não estava mais ali para a defender, e ela se sentia vulnerável e todo mundo olhava para ela como se ela fosse um objeto estranho. Ela se sentia julgada, ela se sentia excluída de tudo e só queria ir embora... mas isso não aconteceria nem tão cedo!
Melvino percebeu que a coisa não estava boa. Surras, pensou o rapaz, nunca eram fáceis ali. Por isso, Melvino se levantou, foi até a menina, e abraçou-a com força. Uma coisa cheia de amor, e desprovida de qualquer julgamento. Se havia alguém que ia mesmo para Andromeda, era Melvino - e todo mundo sabia disso.
- Não precisa mais chorar. - Melvino disse abraçando a menina dura e chorando. - Ninguém aqui te julga, Sheila. Você fez o que julgou ser certo.
Chiara chegou a revirar os olhos, mas não falou nada. A menina era uma idiota, de fato, mas... cada um achava sua forma de sobreviver.
- Não me abraça! - Sheila se soltou dos braços de Melvino. - Você nem gosta de mim.
- Deixa de ser cabeça dura! - Meara olhou para ela, e falou rígida. - Olha, até eu que cheguei aqui não tem muito já percebi que essa sua cabeça não vai te levar há lugar algum! É horrível? É... eles nos vêem nus, nos batem... é horrível sim, Sheila, mas até você tem que admitir que eles fazem as coisas por um motivo! Para de ser cabeça dura, e senta aqui conosco! Não vai tornar os próximos anos da sua vida em uma tortura!
Todo mundo olhou para Meara, sério demais.
- Ah, qual é! Alguém tinha que falar! - Meara protestou quando todo mundo a julgou com os olhos. - Ela pode só sentar a bunda aí e ser amiga de todo mundo de uma vez!
- Você tem sérios problemas de comportamento, alguém já te disse isso? - Kennedy falou para Meara rindo. - Tá... o que é que vamos fazer depois daqui?
- Não diga que vamos ver outro filme chato. - Tyrone já protestou, ignorando Sheila e Melvino que ainda se consolavam em um canto. - A gente precisa de umas atividades novas, pra ontem!
- A gente podia ir até a estufa de novo. - Chiara considerou.
- Ai que chato! - Meara bufou. - Plantas, Chiara, sério?
- Tá, eu já sei! - Kennedy quase se levantou animado.
- Se você for falar que vai girar seu pinto... - Meara revirou os olhos.
- Ha ha ha. - Fingiu humor o rapaz.
- A gente podia pedir autorização para ir até o observatório. - Sheila quebrou a conversa, começando a fungar o choro para dentro. - Ele me deixa ir, quando eu... não estou tão bem... e de repente...
- Melvino pode dirigir. - Meara piscou para Sheila, de forma amigável.
- Nossa, uma coisa diferente! Aí sim! - Tyrone sorriu. - A gente precisa levar a Lana.
- E o Ryan. - Melvino acrescentou. - Podemos pedir pros pais deles, o que acha, Sheila?
- Ia ser bom. - A menina concordou. - Olha... eu sei que fui um saco, tá bom? Eu sei que fui... e confesso que estou com ciúmes de Lana e Ryan por terem tudo tão privado agora, mas eu sacaneei vocês todos aqui.
- E com gosto. - Chiara brincou vendo Melvino a fuzilar com o olhar. - Que foi? É verdade!
- Ela tá se desculpando, anta! - Tyrone repreendeu a amiga. - Continua, Sheila.
- Eu estava errada. - Confessou. - E sinto muito por isso. Sei que... Lana, ela....
- Lana sabe. - Melvino prometeu. - Lana sabe o que você sentia.
- Ela é uma lesma para números, mas ela entende de emoções. - Prometeu Meara. - Tá... agora que já desculpamos a Sheila... que vai pedir pro Doomdanru para a gente sair em uma excursão?
Todos ficaram em silêncio, se olhando.
- Seus frouxos... eu peço! - Melvino disse suspirando. - Agora vamos fingir que vamos estudar um pouco, está bem? Depois do almoço, o clube dos perdedores e nossos novos amigos vão fazer a primeira viagem como um grupo só!
Todos sorriram, e Melvino começou a empurrar Sheila para uma das mesas, quando um alarma bem diferente tocou e todos se olharam.
- O que é isso? Incêndio? - Meara perguntou já preocupada.
- Estamos lotados. - Chiara comentou. - Todo mundo sabe disso.
- Pois é... - Kennedy deu de ombros. - Será que erraram?
- MELVINO! - Uma voz, a de Doomdanru, gritou sério. - ME ENCONTRE NA PLATAFORMA!
- Eu... eu preciso ir! - O rapaz começou a correr para longe.
- Tá... alguém quer me explicar o que é que rolou? - Meara virou para os amigos, sem entender nada. - Por quê está todo mundo com essa cara de susto?
- É o alarme de saguão de Provenance. - Explicou Chiara para a menina. - Temos um novo membro para o Habitat 32.
FIM DO LIVRO 1.
Meninas, obrigada pelo ano lindo! Começo, agora, a postar uma série de histórias que JÁ ESTÃO COMPLETAS no meu computador, ou seja, vocês terão histórias garantidas, que fiz e já fechei! Presentão de Natal. Além disso, algumas atualizações vão sair em breve, bem como alguns novos acordos com Rosabela - fiquem ligadas!
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Aurora
Science FictionMeara Ablim nasceu na Terra com uma rara mutação genética - Heterocromia, que fazem seus olhos terem cores diferentes - um azul e um castanho. Abandonada ainda bebê por ser "imperfeita" por culpa da revolução genética, ela viaja até "Provenance" ass...