Elena é a chefe de uma máfia. Apesar de ser uma jovem mulher de vinte e quatro anos, ela pode ser mais fria e calculista do que qualquer homem.
Por ser mulher, os chefes de outras máfias não à respeitam como deveria ser respeitada, ela é sempre jul...
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Só de lembrar de tudo que eu havia sofrido, me dava arrepios. Acabei lembrando de um machucado em minha alma que eu nunca havia conseguido cicatrizar. Me dói só de lembrar. É aterrorizante lembrar. O fato de ter acontecido só me deixou mais determinada a não querer depender de homem algum e não me render a ninguém.
— Não sei como te contar isso. — Sussuro enquanto começava a suar frio.
— Pode confiar em mim, anjo. — Nicollas segura minha mão.
Fiquei pensando um pouco sobre o ocorrido. Lágrimas ameaçavam descer novamente, mas às seguro. Não quero parecer fraca, não de novo. Eu nunca havia contado sobre isso a ninguém, tinha medo. Tinha medo de parecer indefesa ao contar sobre isso.
— Bom...Eu passei muitos anos da minha vida em um local reservado para ser treinada. Todos os chefes foram. — Digo com calma e me segurando para não chorar. — Eu fui para esse local com cinco anos. Fui treinada para ser uma assassina sem piedade, uma ótima chefe e líder. — Suspiro. — Havia um homem chamado Bryan, meu treinador de luta. — Coloco a mão no rosto e paro de falar.
Nicollas me abraça com carinho e mexe em meus cabelos.
— Ei anjo, está tudo bem. Eu estou aqui com você, eu te amo. — Ele sussura. — Continua, amor.
— Ele sempre foi muito duro comigo, não tinha piedade. Se eu tinha que aprender a lutar de verdade, eu teria que apanhar, e muito. — Disse com calma. — Perdi a conta de quantas vezes fui espancada para aprender a me defender. Depois de alguns anos, quando completei quinze anos, ele começou a ficar estranho comigo. — Dou uma pausa. — Eu já havia aprendido bastante sobre luta e auto defesa. Eu já havia me transformado em um monstro quando se tratava de artes marciais, sem contar com os outros treinos. — Suspiro. — Ele já havia me ensinado bastante mas é claro, eu tinha que continuar treinando todos os dias. — Olho para Nicollas. — Em um desses dias, Bryan estava estranho até demais. Fiquei com receio de chegar perto do mesmo. Só havia nos dois na sala de treino. — Ponho a mão no rosto, eu ia acabar chorando novamente.
— Ei anjo, continua. — Nicollas me da um beijo rápido.
Suspiro e volto a contar o ocorrido.
— Ele começou com uns assuntos estranhos. Por exemplo: dizendo o quanto eu era linda, uma garota muito forte para minha idade e que eu teria um futuro brilhante pela frente. — Aperto minha perna, deixando a marca de minhas unhas. — Ele estava me elogiando demais e me olhando com uma cara estranha, com um sorriso de canto no rosto. Eu senti que algo iria acontecer. Ele começou a se aproximar demais, não sabia o que ele iria fazer. Ele me puxou para perto de si e me virou de costas para ele, me prendendo com força. — Limpo a lágrima que ameaçava descer. — Ele começou a beijar meu pescoço, e eu tentei fugir. Como eu sabia lutar, iria usar isso contra ele. — Suspiro devagar. — Eu até consegui me soltar e correr para a porta, mas ela estava trancada.
