Falling Fate

Haunted

- Você está inquieta – Maxon disse, enquanto me abraçava. Estávamos deitados na nossa cama, com Katherine dormindo tranquilamente no berço ao lado. Por mais que eu tentasse, eu não conseguia dormir. O medo do que o povo de Illéa pensaria da gente me deixava com medo.

- Você também não está tranquilo – retruquei. Normalmente, com o cansaço do dia a dia, Maxon dormia rapidamente, mas já estávamos deitados ao que pareciam horas e nenhum dos dois parecia conseguir pregar o olho.

- Quer que eu vá buscar algo para a gente comer? - ele perguntou, sabendo que comida sempre me acalma. Sorri para ele, mesmo sem saber se ele conseguiria ver, devido a escuridão da noite.

- Não, preciso de você aqui comigo – respondi, me afundando ainda mais nos seus braços.

- América Singer negando comida! - ele disse, brincalhão - Preciso anotar isso em algum lugar! Devíamos até fazer um feriado nacional com isso! - continuou, tentando me distrair dos meus pensamentos.

- Por mais que eu ame comida, eu amo muito mais ter você aqui – disse, no impulso, sentindo minhas bochechas corarem. Mesmo depois de todo o tempo que passávamos juntos, ainda me sentia como uma adolescente boba ao lado de Maxon.

- Te amo minha Rainha – ele disse, beijando a minha testa. - Você não tem com o que se preocupar, okay? Illéa te ama, todos vão nos apoiar nisso, porque eles querem nos ver felizes, meu amor – ele disse, cheio de certeza na voz.

- E se a reação for negativa? O que vamos fazer? - perguntei, preocupada.

- Vamos fazer eles mudarem de opinião! - ele disse, cheio de si. - Eu não vou te perder, agora que eu te tenho aqui nos meus braços toda noite, minha querida.

- Não tenho a intenção de ir a lugar algum – respondi, sentindo uma espécie de tranquilidade tomar conta de mim. Ficamos em silencio por um tempo, cheguei até a pensar que Maxon tinha adormecido, porém seu batimento acelerado me falava que ele ainda estava acordado.

- Você disse para Kath que é a mãe dela – ele disse, e mesmo sem eu conseguir ver seu rosto, eu sabia que ele estava sorrindo. Seu tom de voz era igual ao de uma criança que ganhou o que queria no natal.

- Maxon – protestei, querendo mudar de assunto. Eu não sabia como me sentia em relação a isso.

- Foi lindo de se ver, América - ele disse, ainda todo bobo. Eu não podia deixar de me sentir feliz vendo ele assim feliz. Tudo o que eu mais queria na face da terra era ver ele e Katherine felizes.

- Eu nunca neguei que Kath era como uma filha pra mim, Maxon – falei – Eu a amo como uma filha. Apenas sempre disse que queria que partisse dela a vontade de me chamar de mãe, que eu seria a mãe dela se ela quisesse – completei.

- Ela quer, dá pra ver – ele disse, me apertando em seus braços.

- Ver ela tentando me chamar de mamãe é... - comecei a falar, mas não encontrei palavras que traduzissem o que eu sinto.

- Sem explicação - ele completou. - Eu fico tão feliz vendo ela cada dia puxando mais a você no jeito dela – ele disse, todo bobo - Não me surpreenderia se algum disse a visse tocando o piano do nada. - brincou.

- Cada dia vejo mais da Kriss nela – eu disse, mesmo sabendo que era um assunto ainda tenso entre nós. - Os lábios, o nariz – comentei – Ela cada dia puxa mais a ela.

- A única semelhança dela comigo é a cor do cabelo – Maxon disse, parecendo magoado. Senti ele respirar fundo, como se quisesse manter qualquer magoa que existisse distante – E que ela ama você incondicionalmente. - completou, agora num tom mais leve.