Falling Fate

Daddy?

- Posso entrar? – Escuto Maxon falar da porta do quarto. Não respondo, apenas assinto com a cabeça. Estou com Katherine nos meus braços, a pequena estava com dificuldades para dormir e pegou no sono instantes atrás. Seguro ela ainda no meu colo com medo que ela acorde novamente e demore para dormir. – Você parece chateada. – completa, querendo ir direto ao ponto.

A conversa de hoje de manha ainda ecoa em meus pensamentos, todas as informações, todas as histórias, todas as dores. Eu tinha pena do Comandante, ele tinha perdido tanto. Não achava certo ele culpar Maxon pela sua dor, mas acho que ele o culpava para não ficar maluco e perder a cabeça de vez.

- Você me disse que não sabia quem era o pai de Katherine – digo, falando o que realmente mais me incomodava naquela história. Quando descobri que Maxon não era o pai de Katherine, perguntei a ele se ele sabia quem era e ele negou, dizendo que nunca quis saber.

- Eu descobri enquanto você estava fora – ele me conta, andando com dificuldade até aonde eu estava e sentando ao meu lado. – Aspen e eu estávamos investigando alguns nomes que poderiam estar ligados aos rebeldes e esse surgiu entre eles. Pesquisamos a fundo e descobrimos que ele trabalhava no palácio na época da gravidez de Kriss e que no dia do nascimento de Katherine meu pai o mandou embora. Suspeitávamos que ele poderia ter alguma ligação com ela, mas não tínhamos como provar nada.

- E você não pensou em me contar isso? – perguntei, chateada. Ele me olhou, cabisbaixo. Sei que não era o momento certo para dar um sermão nele ou algo do tipo, mas saber que ele me escondia uma informação dessas me deixava magoada.

- Sim, pensei em te contar diversas vezes, mas falar para isso é doloroso para mim – ele diz, acariciando o rosto da menina que dorme tranquilamente – Dói pra mim saber que não sou o pai dela, não de verdade. Dói pra mim saber que algum dia, algum homem qualquer que passou pelo palácio pode acabar vindo aqui e querendo levar a minha filha de mim...

- Eu sei Maxon, também tenho esse medo, sabia? Katherine é tão minha filha quanto sua – falo, colocando minha mão na dele – Porém, eu preferiria estar preparada para caso isso acontecesse, eu não gostaria de ser pega de surpresa por um estranho entrando aqui no palácio, se apresentando e eu não tendo ideia de quem ele seja. Você deveria ter me contado!

- Eu não tinha certeza ainda, América – ele se explicou – Mandamos um guarda atrás de Piaria, para conseguir alguma informação a mais, ou até mesmo algo para rodarmos um teste de DNA, mas o guarda nunca voltou. Aspen se ofereceu para ir atrás do mesmo, mas eu precisava dele aqui. No momento que eu tivesse certeza, eu te contaria, te garanto isso.

- Pois prometa para mim que de agora em diante, perante qualquer suspeita que aparecer, independente de que se tratar, serei a primeira pessoa para quem você vai contar, combinado? – peço, fazendo ele sorrir. – Eu não quero nenhum segredo entre a gente, Maxon, eu não quero ser pega de surpresa numa mesa de interrogatório por um homem repugnante como o Comandante. Eu quero saber das coisas por você, assim como prometo que você será a primeira pessoa a saber de tudo.

- Eu prometo, meu amor – ele diz, acariciando meu rosto. Katherine solta um longo suspiro, indicando que seu sono ia longe. Maxon sorri, vendo a cena. Ele da um beijo na testa da pequena, antes que eu levante e a coloque no berço. Assim que solto ela dos meus braços, a pequena corre as mãos atrás do alce que compramos para ela na nossa lua de mel, que parecia ter acontecido anos atrás. Sorrio vendo a cena.

- Durma bem, meu amor – digo, baixinho, acariciando sua cabeça. Viro e encontro Maxon deitado preguiçosamente na cama do quarto de Katherine. Sorrio e vou de encontro a ele, me deitando ao seu lado. – Como você está com tudo isso? – pergunto, me referindo ao interrogatório.