Pure Fear

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Maxon Schreave's Point of View

Eu sentia todo o meu corpo doer. Minha cabeça em especial latejava incansavelmente. Sentia minhas mãos e pés presos, porém eu não tinha força pra mover um musculo sequer do meu corpo. Nem sequer eu conseguia abrir os olhos. O que aconteceu pra me deixar nesse estado?

Foi então que tudo voltou a minha mente.

América.

Katherine.

Ataque.

Num impulso, tentei me levantar, obviamente em vão. Ao abrir meus olhos eu vi que estava realmente com os pés e mãos amarados. Sentir a pressão das cordas na minha pele me trazia más lembranças. Me lembrava a última vez que vi meu pai.

Forcei a minha visão, que estava completamente embaçada graças a pancada. Eu sentia sangue escorrer pela minha cabeça, saindo do local onde a dor era mais intensa. O mundo a minha volta aos poucos foi ficando mais focado. Os borrões se transformaram em pessoas e a vista não era das melhores.

- América! – gritei ao reconhecer a minha esposa a mercê dos bandidos. Ela estava largada no chão, protegendo Katherine com seu corpo. Minha filha soluçava e as palavras de América não conseguiam acalma-la. Quando a ruiva escutou minha voz, se virou na minha direção.

- Maxon! – gritou, em meio aos prantos. Tentou se levantar, apertando Katherine contra si, mas algum dos rebeldes a jogou de volta no chão. Ela gritou de dor e colocou a mão diretamente no tornozelo. É claro, ela o tinha machucado.

- Deixem elas irem! – eu berrava, com raiva. Tudo em mim doía ao ver as duas pessoas mais importantes da minha vida naquele estado.

- Ah, Reizinho! – um dos rebeldes se aproximou de mim, falando debochadamente. – Aqui você não manda em nada! – completou.

A raiva dentro de mim me dava força. Eu apertava meus pulsos contra as cordas, querendo me livrar delas, porém era em vão. A única coisa que eu conseguia era machucar ainda mais meus pulsos.

- Papaiiii – Katherine berrava e lutava contra o abraço de América, querendo vir na minha direção. A pequena gritava de angustia com tudo o que estava acontecendo. Ela não entendia, mas sabia que não poderia ser algo bom.

- Kath, minha princesinha, escuta o papai – pedi, com a voz calma. – Fica ali com a mamãe, okay? Logo vamos todos sair daqui – assegurei para a menina, que voltou a se agarrar em América.

- Eu vou te proteger, minha pequena – América falou bem baixinho, mas eu pude escutar suas palavras. Eu nunca tinha visto a ruiva tão abatida quanto nesse momento. Parecia que toda a sua força tinha sido drenada.

- O que vocês querem? – urrei para o cara que tinha debochado de mim antes, ele parecia estar no comando de tudo.

- Quando chegar a hora você vai saber, Majestade – ele disse, novamente com deboche na voz e fazendo uma reverencia.

- Deixe elas irem, então! – retruquei, entorpecido pela raiva. – Independentemente do que for, você tem que negociar comigo.

- E porque eu deveria lhe fazer esse favor? – o cara respondeu, rindo da minha cara. Conversávamos num tom de voz mais baixo, mas eu sabia que América acompanhava tudo.

- Elas são inocentes! Katherine é apenas uma criança! – eu falava, trincando os dentes. Aquele cara não fazia ideia do que eu poderia fazer pela minha família.

- Realmente, Katherine não tem nada a ver com vocês dois – ele disse, bem baixinho e perto do meu ouvido. Pelo olhar de deboche na sua cara, eu sabia do que ele estava falando. Do nada, minha expressão virou. Ele sabia que Katherine não é minha filha de sangue.

Falling FateWhere stories live. Discover now