JULY PART 2

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EMMA

Acordei com uma dor de cabeça terrível, tudo a minha volta girava. Passei minha mão pelo outro lado da cama, vazio. Me sentei na cama e visualizei um copo com água, duas aspirinas e um post-it amarelo que tinha um recado de Killian.

"Tome os remédios, vão ajudar com a dor. Tem café puro na cafeteira e uma visita para você na sala.
Vou passar o dia com Belle, te vejo no jantar."

Tomei os remédios e segui direto para o banheiro, quando sai de lá dei de cara com a última pessoa que eu queria ver na vida. Milah.

— Bom dia! — Ela disse sorridente. Definitivamente eu odiava essa mulher. — Sente-se, Killian deixou café pronto e eu trouxe algumas rosquinhas. — Caminhei até a mesa e me sentei ao lado oposto dela. Enchi somente uma xícara com café e fiquei encarando a morena que folheava o jornal do dia. — Pode comer as rosquinhas, não estão envenenadas.  

— Quem me garante? A branca de neve quase foi enterrada viva por causa de uma maçã, prefiro não arriscar. — Ela soltou uma gargalhada e eu revirei os olhos.

— Eu não sou a rainha má, Emma. — Arquiei as sobrancelhas. — Se você não quer comer as rosquinhas não vou insistir, apenas não demore, vamos sair daqui a pouco.

— Eu não vou sair com você.

— Sim, você vai. Tenho que te levar a um lugar e sua teimosia só vai nos atrasar. — Tentei contestar, mas ela me deu aquele olhar de mãe que não gosta de ser contrariada.

Terminei meu café e me arrumei, não sabia para onde íamos então coloquei algo confortável. Uma roupa que não me atrapalhasse de correr e pedir socorro caso ela decidisse me matar.

— Eu não vou te matar Emma, então por favor pare de me olhar assim.

— Você me obriga a entrar no seu carro para ir a sabe-se lá deus onde, quer que eu te olhe como?

— Primeiro, eu não botei uma arma na sua cabeça e te obriguei a vir, segundo estamos indo a um lugar para você desestressar. — Ela deu partida no carro, adentrando as ruas de NY. —  Demora trinta minutos para para chegar lá, enquanto isso vamos conversar.

 — Não tenho nada para conversar com você.

— Você pode começar se desculpando pelo circo de ontem. Você e Killian tem seus problemas, acredite em mim eu entendo, contudo você não precisava fazer aquele drama na frente dos meus amigos.

— Desculpe, eu não queria ter estragado seu aniversário. Aliás, parabéns! Fez quantos anos? Cem?

— Obrigado. E eu fiz quarenta e cinco.  — Droga! Quarenta e cinco com esse corpo?  — Não tenho problema com a minha idade, tenho problemas com garotinhas que não enxergam o que estão bem na sua frente. Da pra ver que você usa lentes, mas tenho certeza que não é cega.

— É uma leve miopia. Eu não sou cega, só não aproveitei a oportunidade. — Falei enquanto encarava a paisagem através da janela. — Ao contrário de você.

— Eu não corri atrás dele, nunca pensei nele como mais que um amigo.

— Amigos que se beijam? — Virei para encará-la

— É um namoro, tem dessas coisas.  — Ela deu de ombros. — Você fala como se vocês não fossem namorar nunca mais, para de drama.

— Drama? Sério mesmo que não soa nada estranho você falar que Killian e eu vamos namorar, quando atualmente vocês namoram?

— Não. — Revirei os olhos. — Eu e Killian namorarmos não muda o fato que no final vocês vão ficar juntos. Encare nosso namoro como uma terapia. Você é um tsunami de emoções enquanto Killian é um mar calmo. Todo o caos que você trás são os sentimentos que ele pode lidar, mas às vezes ele precisa de um pouco de calmaria para recarregar.

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