UNSAID THINGS

OCTOBER PART 2

KILLIAN

O parto da minha sobrinha foi a coisa mais linda e aterrorizante que eu já vivi na minha vida, trazer uma nova vida ao mundo é lindo, já não posso dizer o mesma das circunstâncias em que um bebê nasce. No início eu fiquei com medo de derrubá-lá, mas quando ela se aconchegou em meu colo eu não quis mais soltá-lá. Passei tanto tempo com ela em meus braços que ela acabou adormecendo.  — Vamos ao quarto para colocá-lá no berço. — Liam me disse.

— Não me importo de segurar, ela parece estar tão confortável. — Falei enquanto ninava a pequena.

— Ela é linda, não é. — Ariel disse para mim.

— Perfeita. — Disse com os olhos vidrados na pequena. Passei tanto tempo com ela em meu colo que quando ela despertou já eram duas da manhã.

Depois de assistir o nascimento da minha sobrinha, pegá-la no colo, niná-la em seu primeiro sono em vida, eu percebi o quando queria criar minha própria família. Eu estava tão fascinado pela ideia de ser pai que quando encontrei Emma parada no meio do corredor eu só pensava em levá-la pra dentro para concebermos nosso primeiro filho. Mas, ao contrário do meu planejamento, tristes notícias vinham ao meu encalço.

Em meio a lágrimas e soluços, Emma me contou o que a médica tinha dito sobre o nosso filho, uma perda silenciosa e inimaginada. Eu a abraçava forte para demonstrar que estava ali por ela, mas sentia como se não fosse o suficiente. Eu não sabia como lidar com a perda no mesmo dia de um nascimento.. A pouco eu festejava com a minha família a chegada de mais um membro e agora choro a perda de um filho..

— Eu matei meu filho, Killian..

— Não fala isso. Não foi culpa sua..

— Foi, Killian.. Foi sim! — Emma começou a tremer.

— Shiuu.. Calma, calma.

— Cinco semanas.. Eu estaria com cinco semanas..

— No futuro você vai ter cinco semanas de novo, cinco, onze, vinte, trinta e uma.. Todas elas. Seu dia vai chegar..

Passei toda a madrugada tentando acalmá-la, Emma chorava tanto que eu achei que ela fosse desidratar.

— Como ela é? Sua sobrinha. — A loira me perguntou quando seu choro cessou.

— Ela é linda.. Tem os olhos azuis como Liam, mas os cabelos são da mesma cor do de Ariel. — Sorri ao lembrar

— Qual o nome?

— Melody..

— Tem algum significado? Eles não colocariam esse nome atoa.

— Provavelmente tem, isso é bem a cara deles. — Sorri enquanto acariciava minha loira. — Que nome você acha que teríamos dado ao bebê?

— Eu não sei.. Nunca entramos em concordância sobre um nome.

— E se a gente fizesse uma mistura dos nomes?

— Tipo Kemma?

— Tipo isso, mas uma divisão justa dos nomes.. Kilma.. Kelma..

— Emlian.. Emillian

— Emillian.. Gostei.

— Emilia é mais bonito.

— Então teríamos uma menina.. 

Não pregamos o olho nem por um segundo naquela noite, quando o sol nasceu ainda éramos os mesmos do dia anterior, mas agora faltava uma pecinha no nosso quebra cabeça.

Mesmo com todo cansaço, às sete da manhã eu fui abrir o armazém, na maior parte do tempo minha cabeça estava em Emma e no nosso filho, eu me perguntava a todo momento o porque disso ter acontecido com a gente..