DECEMBER PART 1

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KILLIAN

Emma levou seu tempo encarando o envelope do exame de sangue, talvez elaborando a próximo mentira que ia me contar. Eu não falei nada, não tinha nada a dizer. Eu queria apenas ouvir a verdade.

— Você foi na minha médica?

— Pergunta errada, Emma. — Caminhei até o sofá e me sentei ao lado dela. — Você vai dizer logo porque mentiu para mim ou vai fazer suspense?

— Eu não-

— E por isso que aquele anel não está no seu dedo agora, Emma. Mesmo eu demonstrando saber a verdade você ainda insiste em mentir para mim.

— Você não sabe nada da verdade.

— Então me diga. — Exigi.

— Eu não podia ter aquele filho, Killian. — Emma sussurrou. — Quando eu-eu estive com Graham foi para te magoar. — Ela confessou sem olhar em meus olhos.

— Porquê eu não quis ficar naquele dia?

— Em parte. Eu fiquei com raiva porque sabia que você tinha ido para casa de Milah. Quis me vingar.. Me desculpe. — Não falei nada, não era essa parte da história que eu queria ouvir. — Eu me arrependi no momento que acabou. Senti nojo de mim mesma, não deveria ter ido tão longe.

— No seu aniversário você mencionou.. Você disse-disse.. — Eu não queria pensar nisso, mas era uma curiosidade.

— Eu fiz. — Engoli em seco. — Eu estava bêbada, não tinha nada na cabeça. Eu só queria sentir algo.. Eu sugeri. — Minhas sobrancelhas atingiram o topo da minha cabeça, às bochechas de Emma se avermelharam.

— Eu não quero mais falar disso..

— Está chateado porque eu nunca te dei essa oportunidade? — A loira questionou.

— Não. Estou chateado porque você mentiu para mim. Eu te perguntei várias vezes se você confiava em mim, perguntei primeiro a você o porquê da briga com a minha irmã. Mesmo assim você não me contou que abortou a droga do filho do Graham. — No momento em que as palavras saíram da minha boca eu me arrependi.

— E exatamente por isso. Porque ele era a droga do filho do Graham.

— Não foi isso que eu quis dizer. Me desculpe.

— Não precisa se desculpar, eu sabia que mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer. Foi por isso que eu tomei os remédios.

— Porquê você não me contou?

— Você seria contra. Iria me convencer a não abortar e um dia jogaria na minha cara o meu erro. Exatamente como fez agora.. — Meu sangue ferveu. Eu não estava com raiva disso, estava com raiva da mentira. — Não me orgulho disso.. Sempre quis ser mãe, mas eu sempre quis ser a mãe dos seus filhos.

— Esse bebê era meu filho. — Argumentei tentando manter a racionalidade, mas eu tinha tanta mágoa guardada que respirar não estava sendo o suficiente.

— Não! Não era. — Emma gritou. — Não era minha obrigação te falar nada.

— ERA, SIM! Você tinha que vir a mim e falar comigo! Confiar em mim! — Vi Emma se encolher do meu lado e respirei fundo tentando me acalmar. — E o seu corpo, a sua vida, mas você me escolheu para ser o pai, então no mínimo deveria confiar em mim!

— Você não entende.

— Não! Não entendo. Sinceramente não sei se quero.

— Como eu poderia criar um filho fruto do meu maior arrependimento com o amor da minha vida? Isso não seria justo!

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