Callie, seis semanas depois
– As coreografias estavam excelentes senhorita Almeida. – O homem alto, vestido em um terno azul caríssimo, me faz o décimo elogio.
A noite de estreia do espetáculo está cheia de celebridades e pessoas da alta classe social, o espetáculo foi excepcional com um número mínimo de erros, está tudo indo melhor que o planejado.
– Obrigado senhor Andrey. – Mantenho a formalidade no tom mas a vontade é de revirar os olhos.
O homem é bonito, não posso negar, mas quero tudo menos me envolver hoje.
– Não precisa dessa formalidade comigo, me chame de Chase. – Responde com a mesma voz galante.
– Dispenso a intimidade, senhor Chase. – Enfatizo seu nome em uma dispensa bem clara. Ele não se toca e coloca sua mão em cima da minha, com um sorriso no rosto.
– Jante comigo qualquer dia desses. – Recolho minha mão e a ponho em meu colo.
E antes que eu possa dispensar o descarado com alguma desculpa esfarrapada, Zoe aparece o meu campo de visão e levanto o braço a chamando para perto, em meu rosto estampado meu desejo de fuga.
– Nossa, estou te procurando faz tempo. – Ela diz como se não estivesse vendo o sujeito, e já pega meu braço me puxando para longe. Me fazendo amá-la mais por entender meus pedidos silenciosos.
– Foi um prazer. – Minto para o homem ao sair.
– Qual o problema deste? – Ela pergunta quando já estamos distantes.
– Não parava de me elogiar. – Faço uma careta de desgosto.
– Não é de seu costume dispensar bonitões como aquele. – Ela ressalta desconfiada.
– Não estou afim. – Dou de ombros.
– Você está bem amiga? – Me olha preocupada enquanto leva a mão a minha testa.
– Eu eim. – Finjo ofensa, batendo de leve em sua mão. – Não estou desesperada para transar com o primeiro rosto bonito que aparecer.
– É porque você costumava ser bem gulosa, agora de uns tempos pra cá, nem pra boate está indo. – Destaca a verdade com uma cara de desconfiada.
– Só estou meio cansada disso. – Confesso.
– Então porque não sossega com alguém? – Pergunta como se fosse simples.
– Porque meu alguém é um idiota e estragou essa possibilidade. – Falo de mau humor, só por estar falando dele. Pego uma taça da bandeja do garçom que passa por ali e dou um gole considerável na bebida, que desce quente, dando boas vindas ao meu organismo.
– É daquele ali que falas? – Zoe aponta para alguém atrás de mim. E nem preciso virar para saber quem é, sinto sua presença, que em qualquer situação me puxa feito um maldito imã. – O cara que você socou? – Ela completa, e em outra virada acabo com o líquido da taça.
Me viro e o vejo, e o impacto de vê-lo em um traje formal me tira o fôlego. O paletó aberto molda perfeitamente os ombros largos, a blusa social marca o peito másculo, a calça em um tamanho perfeito realça as coxas grossas. A visão faz minha boca salivar, e desejar por um minuto abrir uma exceção de uma noite e tê-lo novamente.
Nem em minhas maiores fantasias imaginei esse homem vestido assim e nunca estive tão ferrada em vê-lo agora dessa forma, está mais gostoso que nunca. Como sempre olha diretamente para mim e me pergunto como e porque ele está aqui, parece não desistir nunca. Faz seis semanas que não o vejo, seis semanas de pura exaustão psicológica tentando tirá-lo da minha cabeça, da minha pele.
VOCÊ ESTÁ LENDO
AO SAIR DO MORRO (Completo)
Lãng mạnCallie é uma jovem dançarina, dedicada fielmente a sua carreira, onde batalha diariamente para receber uma tão sonhada bolsa para estudar fora do país. Seu foco muda ao aceitar um convite, e esse convite a levará a um rosto conhecido, e mesmo que a...