Capítulo 38

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Kairo

Tudo nessa mulher me faz amá-la mais, a respiração suave vindo de seu sono, o movimento lento dos ombros, a pele aquecida grudada na minha. Após horas de sexo, desmaiou de exaustão e agarrou no sono, assim como antigamente. O cansaço também me domina mas a satisfação é bem maior, ela se tornou uma mulher insaciável e não sei qual amar mais, a garota inocente de antes ou a mulher determinada de agora.

Olho para onde minhas mãos acariciam, suas costas nuas exibem a tatuagem mais sexy da história e ao lado, em cima e abaixo dela estão as marcas deixadas por mim, ainda não saciei minha vontade dela e acho que nunca vou saciar. O apartamento começava a ficar claro, o sol nasce lá fora e não consigo parar de olhar ela.

A combinação que seu corpo tatuado faz com a pele branca e os cachos azuis, é a mais espetacular e perigosa de tudo que já vi. Tudo na minha vida está se encaminhando mas ainda tenho que convencê-la a se unir a mim, se não será tudo em vão, sem ela não será a mesma coisa. Estou tentando fazer tudo certo, tentando abrir um negócio próprio, tentando mudar totalmente por ela, pra nunca mais deixar ela sozinha.

O dinheiro que tenho guardado é suficiente para fazer o que tenho em mente, parece tudo perfeito mas sem ela perde a graça. Respiro fundo, recebendo seu cheiro e sinto meus olhos pesarem.

Callie

O sono está tão gostoso que não sei se quero acordar, a quanto tempo não durmo assim? Nem lembro. Meu travesseiro está tão cheiroso e tão bom de se pegar, abro meus olhos aos poucos enquanto estico o corpo, espreguiçando-o. Vejo o mar de músculos a minha frente e paralisada levanto o olhar, será que estou em um dos meus sonhos? Porque só isso explica o homem que dorme na minha cama, depois de me fazer muito feliz ontem.

O filho da puta devia ser preso novamente, por mais setenta anos por ser tão malditamente lindo, gostoso e sexy para um senhor caralho. Levanto um pouco sentindo sua mão, que até então estava nas minhas costas, escorregarem para o colchão. Analiso seu corpo inteiro, mordo os lábios com força para conter os muitos palavrões de aprovação, o desgraçado é a realização das minhas fantasias mais pervertidas. Me odeio por não conseguir resistir.

Passo meu dedo indicador em seu peito, olho para a tatuagem dedicada a mim, uma mulher de curvas generosas e cabelos cacheados, desenhada a alguns anos na prisão, me permito sorrir, confesso que amei. Passo pelo abdômen e chego no caminho de pelos que ao final dele está o paraíso. Mesmo dormindo o mesmo está meio ereto e me chama, fazendo minha boca salivar.

 Me movo devagar fazendo o máximo pra não acordá-lo, suas pernas estão entreabertas então me posiciono de joelhos entre as dele, me abaixo colocando uma mão no colchão para me equilibrar e com a outra o agarro, já sentindo ficar mais duro e em seguida coloco o máximo que consigo na boca e subo devagar, chupando forte. Passo a língua por toda a extensão e abocanho a cabeça, chupando novamente. Repito todos os movimentos e paro com ele na minha boca quando escuto um gemido rouco, vejo seus olhos se abrirem, chupo a cabeça devagar diante de seus olhos e me ergo, fazendo a melhor cara de inocente que consigo.

– Bom dia. – Desejo e sorrio meigamente.

– Ótimo dia. – Ele responde rouco.

Desço da cama e vou até o banheiro, o ritual de mandar embora não é complicado mas com esse cara sinto que não será nada fácil. Por mais que seja ótimo estar com ele, por mais que seja louca por ele, o medo do abandono é maior, é melhor ser eu a mandar embora agora do que ele futuramente.

Já dentro do banheiro com a porta trancada, vejo meu corpo no espelho, estou toda marcada, poucos lugares não estão. Lembro da noite passada e não me arrependo, a tanto tempo procuro esse sexo e até hoje só ele consegue me dar. Do jeito que quero, gosto e necessito. Tomo um banho demorado, dando um tempo se caso ele quiser sair, lavo o cabelo e faço minha higiene matinal, termino e enrolo uma toalha no corpo, saio do banheiro e ele ainda está lá, sentado na cama, apenas de cueca box preta.

– Pode usar o banheiro, antes de ir, se quiser. – Falo já indo para o closet, sem olha-lo nos olhos.

Escolho um conjunto fresquinho para o sábado a tarde, aproveitando que amanheceu mais quente. Viro para sair e ele está na porta, impedindo minha passagem.

– Licença – Peço ainda sem olhá-lo.

– Não vai fazer isso, não comigo. – Ele cruza os braços, tomando a porta inteira. Ok, então lá vamos nós.

– Foi só uma noite de sexo, muito boa, mas foi só isso.

Posso está sendo fria? Um pouco! Mas minhas defesas estão construídas, alguma coisa dentro de mim não me permitia me entregar e viver o amor intenso que ele sempre oferece.

– Pare de agir como se não houvesse nada entre nós além de sexo. – Ele diz sério, parece chateado mas não eleva o tom ou grita, parece que aprendeu a controlar todo a raiva que tinha antigamente.

– Tínhamos e já faz seis anos. – Antes que ele responda alguém bate forte na porta. – Me deixe passar, preciso atender. – Peço impaciente.

Ele me lança um olhar que diz que isso não acabou aqui e sai da passagem. Visto minha roupa rapidamente, quem bate na porta parece com pressa, já que não para de bater um só segundo.

– Já vai. – Grito com raiva para quem quer que seja. Ao terminar de me vestir corro até a porta, abro e me deparo com Jason todo suado, as roupas denunciam que vem da academia.

– Acho que já te liguei umas quinhentas vezes e você não atende, resolve vim aqui e você quase não abre a porta, está me evitando? – Pergunta com humor, mas na defensiva.

– Pula o drama Jason. – Falo revirando os olhos.

– Posso entrar? – E antes que responda ele já vai entrando. Que diabos...

– Não estou sozinha. – Digo incomodada por sua folga.

Quando termino de falar, Kairo aparece vestindo apenas sua calça social, ele nota a presença de Jason e sinto ele tencionar. Jason por outro lado continua na mesma e olha pra ele e depois pra mim.

– Espero você dispensar, vou estar na cozinha. – Diz relaxado. Sei o que ele está fazendo, tentando parecer íntimo para marcar território.

– Jason, esse é meu ex. – Assim que me ouve paralisa no caminho, a vibe relaxada some, dando lugar a tensão. Todos em L.A sabem que não me relaciono, nunca.

– Seu ex? – Pergunta novamente como se não estivesse escutado direito.

– Sim, então eu já tenho uns planos para hoje, se não se importa, depois a gente se fala, eu te ligo. – Falo o expulsando educadamente. Kairo continua no mesmo lugar, calado e Jason se despede rapidamente, dizendo que ligaria.

– Quem é o babaca? – Ele pergunta assim que o outro sai.

– Um amigo. – Digo entediada por estar dando tantas explicações.

– Um amigo que não ficou feliz em me ver. – Diz incomodado.

– Aí você se resolve com ele. – Falo odiando o interrogatório.

– Se quer as coisas dessa maneira, vou respeitar sua decisão. – Ele diz indo até suas roupas. Concordo com um aceno, parada, olhando ele se vestir, quando termina se aproxima e beija minha testa.

– Até mais. – Diz e vai embora.

Fico olhando para a porta por alguns segundos, tendo a impressão que o homem levou alguma parte de mim com ele. Ignoro a sensação de vazio e penso em alguma coisa pra fazer hoje, para distrair a cabeça, as coisas são melhores assim e para manter a decisão é melhor não parar pra refletir.

AO SAIR DO MORRO (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora