Capítulo 16

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Callie, uma semana depois.

-Tem alguns bonzinhos. - Karen fala enquanto se alonga e se refere aos bailarinos que Selma selecionou para serem possíveis parceiros no meu no projeto final. Estamos no salão dois, onde Selma marcou para os testes. E os escolhidos já começam a chegar, alguns do último ano igual a mim e outros do primeiro e segundo.

- Vamos ver. - Digo sem empolgação. O difícil não é eles serem bons e sim me sustentarem, em frente ao espelho gigante suspiro. Nem sou tão grande assim, naquela noite me senti pequena.

- Mais que droga. - Cuspo com raiva. Aquela noite não sai da minha cabeça, parece até macumba. Até uns dias atrás só pensava nos teste para enfim começar minha carreira e agora só consigo pensar na droga de uma noite de sexo que valeu cem reais.

- Que foi sua louca? - Karen pergunta espantada.

- Nada, só estou de TPM.

E realmente estou, o que deve estar piorando tudo. Esses dias nem eu estou me suportando.

- E então, vamos começar Callie? - Selma fala ao entrar no salão, super empolgada.

- Vamos lá. - Respondo com zero empolgação.

Em resumo, levei cinco quedas e quase quebro o pescoço em uma delas. Mas consigo escolher um e dos bons, ele se chama Rodrigo e não me derrubou nem uma vez. E temos sintonia, coisa rara de se achar, o mais procurado em um parceiro.

- Você está proibido de se machucar entendeu? Muito menos quebrar um osso. - Falo pra ele enquanto arrumo minha mochila para ir embora.

- Vou me esforçar para que não aconteça. - Responde sorrindo. Ele é poucos centímetros mais alto que eu, ruivo, corpo esguio mas bem forte. - Foi um prazer te conhecer, depois marcamos os ensaios tá bom? - Levanto a mão e a ofereço em cumprimento.

- Certo. - Ele aperta.

- Vamos, a Lis tá esperando a gente no shopping. - Karen fala e passa por mim para juntar suas coisas. - Já vou, tchau. - Aceno para meu novo parceiro de dança.

- Tchau.

◆◆◆

Estamos as três, sentadas na praça de alimentação esperando nossos lanches.

- E o coração amiga? - Lis pergunta.

- Batendo e o teu? - Repondo com deboche.

- Sabe do que estou falando. - Olha pra mim paciente esperando uma resposta.

- Não tem o que dizer, foi só uma noite sem importância, com um cara bem errado, só isso. - Dou de ombros.

- Gatinho diz que ele tá cada vez mais louco. - Karen fala se referindo ao KR.

- Essa semana ele tá demais, tá praticamente matando por nada. - Lis comenta.

Falar dele não está ajudando.

- Aquela noite não sai da minha cabeça tá legal? Ás vezes até sonho com ela, só que vocês falando dele não vai ajudar em nada a esquecer. - Desabafo, cansada do assunto.

- Estamos preocupadas com você, está mais stressada e distante. - Karen fala e pega na minha mão.

- No final das contas a culpa foi minha, ele nunca se importou e até chegou a falar na minha cara mas continuei provocando achando mesmo que ele era diferente do que demostrava, ele só foi gentil comigo do momento em que me jogou na porta até o momento que gozamos, depois ele me rejeitou de novo. - Elas me olham com tristeza e continuo desabafando.

AO SAIR DO MORRO (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora