Capítulo 25

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Callie 

Pouco tempo depois recebo uma mensagem de Lis pedindo para que eu vá lá fora, buscá-la.

Saio e passo pelos "seguranças", pego ela e volto para dentro, aliviada por eles não falarem nada. Lis entra olhando tudo ao redor, desconfiada. Levo ela até o sofá e sento com ela.

– Que foi? – Pergunto vendo sua cara.

– Essa casa me dá medo. – Diz fazendo uma careta amedrontada. – Tudo que envolve o KR na verdade.

– Fica tranquila que o lobo mal saiu. – Falo para descontrair, mas compreendo o medo dela. Então ela relaxa e sorrir.

– Me conta tudo, a favela só fala disso, patroa. – Se acomoda no sofá sorrindo abertamente, curiosa. Agora sim, Lis sendo Lis.

– O que posso dizer, eu o amo. – Falo honestamente. – Apesar de saber de todos os contras, não consegui evitar.

– Ele também demostra que te ama amiga, apesar de fazer coisas horríveis, espero que não saia machucada e tudo dê certo.

– Também espero. – Falo, desejando que tudo realmente dê certo, não sei como, mas que dê.

Colocamos o papo em dia, falamos sobre os estudos, Lis está fazendo curso de enfermagem, sobre os romances, ela diz que tem um dos homens do Kairo que está sempre atrás dela, eles já ficaram mas ela não quer se envolver com caras como ele e não a julgo. Ela fala sobre as invasões, que está sendo um pesadelo porque acontece do nada e assusta todos os moradores e sempre há mortos. O medo está sendo constante.

Temos a ideia de chamar Karen para uma tarde das meninas, já que perece que Kairo não virá agora. Ligo para ela e depois de protestar um pouco, ela está se arrastando para cá. Depois de um tempo subo e pego dinheiro pra comprar guloseimas e então saímos para buscar a Karen lá em baixo.

Andamos pelas ruas conversando, mas percebo os olhares, por onde passo mal vejo homens do Kairo e Karen disse que Pablo também foi convocado. O negócio parece ser sério.

As pessoas em frente as suas casas escutam música em volume alto, vários ritmos diferentes, enquanto falam na mesma altura, um cheiro de comida diferente para cada beco que passamos, algumas pessoas falam com a Lis mas ninguém me dirige a palavra. Já no pé do morro como diz Lis esperamos Karen, que aparece minutos depois se arrastando.

– Tá com uma cara ótima amiga. – Ironizo assim que ela me abraça.

– Não me julga, tô de TPM. – Responde na defensiva, indo abraçar Lis também.

– É seu dia de sorte então, porque vamos comprar chocolate e muita besteira pra comer. – Digo tentando anima-la.

– Por isso amo vocês. – Diz com um sorriso fraco.

Voltamos a andar e Lis diz que nos levará em um mercando onde tem tudo que precisamos. Conversamos coisas aleatórias no caminho quando uma garota se aproxima de nós, aparenta ser mais nova que eu.

– Você deve ser o novo brinquedinho do KR. – Diz com desprezo. Espera gente, porque isso e do nada?

– Eu não te conheço. – É só o que consigo dizer.

– Não mas todo mundo aqui te conhece, a nova patroa. – Descarrega no mesmo tom.

Ok, deve ser uma das garotas que fali por namorar o cara que pegava geral por rios de dinheiro. Nunca desejei tanto que ele fosse um cara comum e totalmente desconhecido.

– E o que você quer? – Mantenho o tom calmo.

– Só te dizer pra aproveitar, porque não vai durar muito, aquele ali não aguenta ficar só com uma.

AO SAIR DO MORRO (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora