Girando (5)

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Haltr havia passado a tarde inteira abordando os trabalhadores da vila. No começo tentava explicar que havia um cavaleiro que queria um certo serviço. Mas a maioria não acreditava na história ou mandava ele ir se catar. Logo descobriu que parecia mais fácil de eles acreditarem se simplesmente falasse que tinha alguém oferecendo um trabalho extra na taverna do Halgen. Mas se sentiu particularmente orgulhoso quando inventou que tinha um estranho pagando cervejas pra quem ouvisse uma proposta. Tegthan pareceu acabando por gostar da ideia e realmente pagava uma cerveja aos que iam até ali. Parecia deixar os homens muito mais propensos a ouvir e dava lucro a Halgen, que logo pareceu mais compreensivo com relação a Haltr ter feito uma confusão com Urag o escudeiro.

-Hey Jorg. Tem um cara lá na taverna que está oferecendo um trabalho extra. E além do pagamento ele tá oferecendo uma cerveja só pra ouvir a proposta.

-É verdade esse troço da cerveja? Eu ouvi uns comentando mas não acreditei. To indo lá agora. Obrigado garoto!

O homem saiu apressado pelos túneis para voltar a superfície. Estavam bem fundo no complexo de túneis. Haltr pensou em ir chamar mais alguém. Mas havia uma coisa que estava o corroendo por dentro. Estava curioso para saber que trabalho era aquele que o cavaleiro estava oferecendo. Como ficava o tempo todo procurando pessoas para ir até lá, só havia visto pedaços da explicação. Havia qualquer coisa sobre um castelo. A região do anoitecer. E Havia uma parte onde ele girava dois copos no ar e ninguém entendia nada. Alguns pareciam incertos quando apertavam a mão dele para aceitar. Outros simplesmente iam embora desconfiados após recusar. Então Haltr decidiu seguir Jorg daquela vez. Uma pequena pausa não faria mal e queria saber melhor do que se tratava aquela coisa.

Haltr voltou pelo túneis e seguiu até a taverna de Halgen. Entrou quase junto com Jorg e os dois se depararam com Tegthan em uma mesa junto com três mineradores desconfiados.

-... Então basicamente é só isso? Acompanhar você até essas tais ruínas? - perguntou um homem meio incerto - mas tem certeza que esse lugar é perto?

-Pouco mais de um dia de viagem - explicou Tegthan de um modo confiante enquanto empurrava mais uma caneca de cerveja na direção do homem - Como disse. Ninguém nunca se arriscou a e ir lá porque é a região do anoitecer. Mas é bem perto. Praticamente iremos em um dia e voltaremos no outro.

-Mas.. Mas... o anoitecer... é tudo completamente escuro...

-Não se preocupe. Vamos levar termalina o bastante para iluminar todo o caminho de ida e volta e ainda mais um pouco. Por isso que preciso de quantos puder levar. Quanto mais pessoas, mais termalina e mais bem iluminado o caminho. - dizia como quem explica algo simples.

-Mas... e se perdermos a Termalina? Vamos morrer na escuridão! - dizia o homem meio amedrontado.

-Escuta barrigudo. Se você não tem coragem de ir tudo bem. Tenho certeza que os outros mineradores não são tão frouxos quanto você. - dizia Tegthan de um modo seco, puxando a caneca de volta para si - Ei você ai grandão! - dizia olhando para Jorg, que até então estivera observando incerto - Não é frouxo que nem esse aqui né? Tome um caneco da melhor cerveja de Helgen!

-Halgen. - corrigiu o taverneiro enquanto o homem que havia sido ofendido saia com uma expressão fechada e praguejando baixinho.

-Não sou um frouxo como Wes. - dizia Jorg de modo confiante, se adiantando para se sentar junto aos outros dois que haviam permanecido. - Deixa eu ver se eu saquei. Tu tá querendo fazer uma expedição até o anoitecer pra achar algum troço? O que é? - o minerador era o homem mais alto de porto negro. E tinha dificuldades para trabalhar na mina. Diziam os boatos que ele foi parar ali pra fugir das autoridades. Que era um criminoso.

Entre a escuridão e a auroraOnde histórias criam vida. Descubra agora