O Caminho para a Escuridão

7 - A visita guiada

Depois de devorar três deliciosos pratos de esparguete à bolonhesa, beber uma lata de coca-cola e ter comido uma fatia de bolo de chocolate, Cloud levou-me a conhecer as instalações da Corporação. Um edifício enorme e que estava no meio de uma montanha linda e remota da Austrália. Como estava escuro, não conseguia ver bem onde estavamos instalados. Queria saber como era aquele sítio, então precisava esperar pelo dia.

Ainda estava espantada com o facto dele não ter ficado horrorizado com o meu apetite voraz. Ele não disse nada enquanto eu comia, era impressionante a calma que ele me transmitia enquanto eu comia demasiado. Apenas me sorria com ternura.

O hospital já conhecia. Era um edifício branco e vermelho, não muito grande, que servia para as consultas de rotina de todos ou para emergências, como a minha. As camas de hospital eram modernas e de metal, todas as máquinas de monitorização dos sinais vitais das pessoas eram recentes e trabalhavam na perfeição. Cloud explicou-me que Debra as tinha comprado há 2 anos atrás, quando precisou de ajudar uma equipa de caçadores que quase morreu numa luta contra um exército de vampiros sedentos de sangue, que tentavam atacar uma pequena cidade de Inglaterra, a uns 45 km de Londres. As paredes do hospital estavam cobertas de quadros sobre medicina, estavam algumas fotografias de pessoas que já tinham morrido e foram homenageados pelos colegas que sobreviveram a essas lutas contra os demónios. Há 10 médicos neste lugar, responsáveis por ajudar em tudo o que for preciso. Estava impressionada com a capacidade destas pessoas de superar guerras e doenças. Nem a morte os assustava.

O refeitório fazia parte do edifício principal, que tinha 12 andares. Um prédio fabuloso, todo preto e branco, que se estendia por um terreno bem tratado e com um caminho de pedra desenhado, desde o portão principal até à entrada do edifício.

Bom, regressando ao refeitório, era enorme, tinha imensas mesas e cadeiras, tudo nos tons de vermelho e preto. A sua cozinha era branca e brilhante, estava toda limpa e bem organizada, tinha enormes fogões e panelas de inox, os armários também no mesmo material eram enormes e estendiam-se por toda a zona da cozinha. Ao fundo da cozinha, havia uma enorme arca frigorífica, daquelas que vemos nos maiores restaurantes do mundo. Devo confessar que me apaixonei pela cozinha!

Cloud sorria imenso, sempre que dizia que aquela era a cozinha dos meus sonhos. Que sorriso maravilhoso ele tinha!

Saímos do refeitório e fui levada para uma biblioteca... GIGANTE! Uma biblioteca que só nos filmes existe!

A biblioteca tinha seis janelas bem colocadas para, que de dia, todo aquele espaço estivesse bem iluminado. Havia alguns candeeiros de tecto, mas acho que não usavam muito a biblioteca de noite. Quando o loiro acendeu a luz, não pude conter a minha alegria e o meu espanto. Estantes e mais estantes, cheias de livros. Havia ainda inúmeros móveis com mais livros e, ao fundo da sala, estavam algumas secretárias com computadores topo de gama. As paredes eram amareladas e os móveis e estantes eram castanhos claros e estavam bem envernizados. A organização fazia parte destas pessoas, porque a biblioteca também estava bem organizada.

Eu não conseguia conter as lágrimas de alegria que caíam dos meus olhos. Eu estava apaixonada por este lugar!

- Isto parece um sonho! Nunca vi tantos livros na minha vida. Nem numa livraria! – estava a ser sincera. Eu ia gostar de aqui estar.

Cloud olhava para mim de um modo estranho, o que me deixou desconfortável. Demorámo-nos ali, porque eu queria ver todos os livros que eles tinham. Vi livros de demónios, romances, livros de fantasia, livros sobre factos históricos do mundo...

A visita guiada continuou com normalidade, depois de ver toda aquela maravilha de lugar.

Caminhámos até ao exterior, depois de termos visitado a zona dos quartos, uma zona de descanso, um pequeno cimena, uma varanda linda e que tinha uma vista maravilhosa sobre a montanha.