Fazer as pazes com Cloud foi a melhor parte da semana. Já não aguentava aquela dor, aquele sufoco que tinha dentro do meu peito. Saber que ele também sofria, ainda me faz sentir culpada por não lhe ter dado logo uma oportunidade para se explicar. Não fui justa com ele.
Ter-lhe dito que o amo não estava nos meus planos, mas completou o meu coração, que agora bate desenfreado dentro do meu peito, mostrando-me que amar era a melhor coisa do mundo.
Hoje ia ao hospital da Corporação, para tirar o gesso do braço, por causa do pulso partido. Segundo o que Cloud me explicou, o meu pulso sarou nos três dias em que estive a dormir, mas que, para ser mais credível para mim, colocaram o gesso no meu braço. Não gostei de saber disto, mas agora não me incomodava tanto. Depois de termos feito as pazes e, de muito carinhosamente, Cloud me ter pedido para ser a sua namorada (que aceitei sem pestanejar), lá tivemos que recomeçar os treinos para desenvolver os meus poderes ainda por desenvolver. Parece que tenho mesmo que despertar os 3 poderes, para acordar quem realmente sou.
Ainda não conseguia percber bem o que isto significava, mas sem esforço não ia descobrir o que Cloud queria dizer com aquilo.
No dia que nos entendemos, ele contou-me que a minha mãe precisou fugir e esconder-me do mundo. Parece que um homem perigoso (ele não quis dizer quem) me queria raptar, quando ainda era um bebé, para casar comigo e usar os poderes que tenho em seu benefício pessoal.
Não quis acreditar que havia mesmo alguém que me queria fazer mal, mas já nada me surpreendia nesta fase de revelações.
Ainda me foi revelado que Michael não era de verdade o meu pai. O meu pai morreu para me proteger do tal homem. Quando fugiu, a minha mãe encontrou um humano para se fazer passar por seu marido e pai da filha que precisava proteger (eu), para que ninguém desconfiasse das nossas origens.
Foi difícil aceitar esta história, mas começava a entender as palavras de Lizzy sobre o mundo e os perigos que este esconde. Não deve ter sido fácil para ela esconder-me tudo isto, fingir que amava Michael e proteger-me sempre da melhor forma.
Lamentei ter saído de casa chateada e magoada, por ela me ter escondido demasiados aspectos importantes sobre mim.
Já estava neste quarto de treinos há cinco horas, num treino louco para acordar os meus poderes, mas não conseguia mais. A sala era quadrada, pequena e escura. Parecia estar preparada para para abafar sons demasiado elevados ou explosões. Estava cansada, sentia as gotas de suor descerem pelo meu rosto, caíndo no meu peito quase a descoberto. O meu top preto com um decote bem generoso, justo e leve, já se encontrava colado ao meu tronco, por causa da transpiração de tantas horas de treino, que não estavam a dar em nada, tal como as minhas leggins de treino também pretas, sem desenhos.
Cloud tinha umas calças de treino cinza, uma blusa de manga curta branca justa e que lhe moldava bem o seu tronco bem definido e trabalhado. Só o facto de olhar para ele, já ficava completamente desconcentrada, não conseguindo projetar os tão desejados poderes.
Todo este treino consistia em libertar a mente do bloqueio que me foi feito, quando me tornaram numa falsa humana. Era suposto encontrar o gatilho certo para que o meu lado vampiro viesse à tona, tornando-me mais orte e resistente.
Eventualmente, teria que lutar corpo a corpo com Cloud, para saber como atacar um verdadeiro demónio. Mas não aguentava mais o treino, estava demasiado cansada.
- Concentra-te, Mags! Assim não vais conseguir desenvolver os teus poderes. – a sua voz era imperativa, forte e autoritária.
- Não consigo. Estou demasiado cansada para continuar... Preciso de um banho, de comida e ainda tenho que ir ao Hospital para tirar o gesso... – lamentei, na esperança que este treino acabasse, nem que fosse só por um dia.
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O Caminho para a Escuridão
WampiryMaggie, mais conhecida por Mags, foi treinada durante anos sem sequer saber porquê. O seu primeiro treinador desapareceu misteriosamente e depois passou a ser treinada por Yumi, uma rapariga muito misteriosa. Um dia, de um momento para o outro, apa...