28 - Maggie/Jaden

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Acordei com uma enorme dor no pescoço. Tentei movimentar a cabeça e não consegui.

Olhei e vi tubos que iam dar ao braço. Parecia que me estavam a injetar sangue no corpo.

Não me lembrava do que se tinha passado.

Tentei falar, mas não consegui projetar a voz. A garganta ardia. Tentei mexer o corpo e todo ele estava dorido.

- Não se esforce, princesa. Ainda está demasiado fraca. Quase morreu, mas esteve sempre a lutar para curar as lesões que Sabrina lhe provocou na traqueia. – a voz doce de Mike encheu-me de alegria. Vi o rosto cansado e pálido, o cabelo desgrenhado e os olhos vermelhos de tanto chorar.

Sinto o cheiro de sangue, vindo de longe. Vi que Mike também sentiu.

- Não se preocupe. Não é nada de importante. Acabou de ser feita alguma justiça. – as palavras não me deixaram nada descansada.

O que significavam aquelas palavras? O olhar estava estranho e eu não conseguia perceber o que se estava a passar. Porque me doía tanto a traqueia? Fiz sinal para que me contasse tudo, mas nada me disse.

Ficou a ouvir algo que se passava ao longe e a cheirar.

Os minutos passaram e eu estava cada vez mais frustrada por não saber o que se estava a passar. Senti a consciência abandonar-me e fechei os olhos.

Estava demasiado cansada e apenas me deixei levar pelo sono.

***

Abri os olhos devagar e olhei para o teto. A luz estava acesa e deduzi que já fosse noite. Virei a cabeça para a esquerda e lá estava o tubo no braço. O pescoço ainda doía, mas já conseguia suportar a dor.

- Alguém... me... pode... ajudar? – disse, com algum esforço.

A voz saiu fraca e ainda me magoava o pescoço. Ninguém respondeu.

Tentei levantar-me, mas não tinha forças no corpo. Desisti de me tentar levantar.

Segundos depois, ouvi a porta do quarto abrir e depois fechar. Os passos aproximavam-se da cama e eu virei a cabeça para ver quem se aproximava. Era Jaden e cheirava a sangue.

- Cheira... a... sangue... - falei, a custo. Olhei para ele e ele desviou o olhar.

Aquilo deixou-me preocupada.

- Mike... Onde... está...? – perguntei. Queria saber do rapaz. Não podia deixar que ele magoasse aquele doce rapaz, que prometi ajudar.

O coração parece estar prestes a explodir-me no peito com o pressentimento que tenho. Quis sair da cama e procurar por Mike. Quis saber se ele estava ou não vivo.

Se ele estivesse vivo, de quem era o sangue?

Tudo isto estava bastante estanho. O que se passava fora deste quarto? Porque me estavam a dar sangue desta forma? Porque me doía a garganta e custava falar?

- Ele foi descansar. Ele não dormia há 3 dias, minha querida. Pregaste-nos um grande susto. Fiz uma promessa a Mike e pretendo cumprir. – respondeu. Sentou-se ao meu lado na cama, e sorriu.

Aquele cheiro a sangue era-me familiar e estava intenso nele. Aquele cheiro só pertencia a uma pessoa. Sabrina!

- Sangue... Sabrina... - tentei falar. A dor na garganta apertou e agarrei-me a ela. Não aguentava esta dor.

- A minha sobrinha nunca mais te vai magoar. Ela morreu hoje. – a voz de Jaden estava estranha. Senti que ele era o responsável pela morte da minha antiga treinadora. Aquilo meteu-me medo. Senti medo do homem que estava ali.

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