24 - Maggie

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Não sei quanto tempo estive a dormir. O estômago doí imenso, talvez por causa do pontapé que levei do anjo caído de cabelos compridos, no castelo.

Tentei mexer-me do lugar onde estava sentada, mas estava presa. Fiz força, mas não consegui soltar os braços. Olhei ao redor, para tentar perceber onde estava, mas estava demasiado escuro neste lugar. Ao longe, vi um pequeno feixe de luz amarela, que me indicava que estava fechada num quarto qualquer e privada de qualquer luz ou noção de espaço e tempo.

Fechei os olhos, na tentativa vã de ouvir o que se passava do outro lado daquela porta. Planearam tudo isto demasiado bem. Mas porque será que me meteram num lugar tão escuro?

***

Já perdi a noção do tempo e do espaço. Acho que dormi novamente, mas não sei durante quanto tempo. Voltei a tentar soltar-me, mas sem sucesso novamente. O que quer que fosse que me prendia, era bem resistente. Precisava forçar aos poucos, para me conseguir soltar.

Algum tempo depois, o feixe de luz aumentou, signficando que a porta se estava a abrir. A luz que vinha do exterior era demasiado brilhante e ainda mais amarela do que parecia ser e, por estar demasiado habituada ao escuro, fui forçada a fechar os olhos. Senti ainda que a luz do quarto foi ligada e a porta foi fechada, segundos depois.

- Olá, minha querida. Espero que estejas confortável. Lamento que estejas amarrada, mas eu não podia correr o risco de atacares todos, antes que eu te pudesse ver e explicar o que se passa. – A voz do homem era forte, firme e um pouco áspera. Algo me dizia que era ele quem mandava.

Abri os olhos e, aos poucos, a minha visão foi-se habituando à luz que me rodeava neste quarto. O quarto era grande, mas não se comparava ao do castelo do conde. As paredes eram de um rosa bastante suave, com uma estante com alguns livros no lado esquerdo, quase atrás de mim. Quase à minha frente, estava uma cama grande e com um edredon florido e feio por cima e umas almofadas a enfeitar.

O homem que falou segundos antes, estava bem à minha frente e sorria para mim, de forma estranha. O cabelo era escuro e curto, mas bem tratado, tinha uns intensos olhos verdes, era alto e com um corpo bem definido, de calças esverdeadas e camisa preta. Homem bonito, mas perigoso. Só podia ser Jaden, com aquela sua postura firme e cheia de orgulho.

Fui dominada pela raiva, pelo ódio. Estava no mesmo espaço que o assassino do meu pai. Se não estivesse presa, já teria as mãos em torno daquele pescoço, para o matar.

Ele é a pessoa que mais odeio.

Por causa dele, fui privada da minha verdadeira vida, vivi uma mentira, fui enganada por Sabrina, fui ameaçada e perseguida. Por causa de Jaden, Dante viveu 18 anos sem o irmão, sem a cunhada, sem mim.

Vou matá-lo, mal tenha uma oportunidade.

- Peço desculpa de não me sentir mais satisfeita, mas não estou habituada a ser raptada, amarrada e privada de luz! – Cuspi as palavras. A raiva começava a crescer dentro do peito, mas achei melhor manter-me calma.

- Por isso, devo pedir perdão, querida... Mas de outra forma, não te teria aqui, neste momento. Queria conhecer-te pessoalmente, ver-te novamente. A primeira vez que te vi, eras um bebé e eras linda. Hoje, és uma mulher maravilhosa, com demasiado poder e força e quero-te ainda mais para mim... – os olhos brilhavam de forma estranha, mas não me podia deixar enganar pela falsa simpatia. Agora, eu tinha a certeza que ele era o homem que matou o meu pai. Como era possível ele estar a falar comigo como se não fosse culpado de nada?

O Caminho para a EscuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora