19 - Maggie

44 5 0
                                    

Ainda não me sentia conformada com a revelação do meu tio. Foi o tio de Yumi (Sabrina, já não sei mais quem ela é realmente) que matou o meu pai, para me capturar. Ela sabia disto tudo e nunca me disse nada sobre este assunto.

O que será que me escondem mais? Será que todos estes anos não passaram de um plano dos dois para ficarem comigo?

Não consigo pensar em mais nada, apenas em toda esta trapalhada causada por aquela estranha.

Tremo por dentro.

Não aguento a dor que sinto por ser enganada.

O ar falta-me...

A minha mãe foi enganada, tal como eu. Será que já lhe contaram o que se passou? O pensamento sufoca-me.

A tempestade acabou, mas a mente estava dentro de uma enorme tempestade, onde as lembranças me enganavam, me torturavam e me deixavam completamente fora de controlo.

Se há 2 semanas eu me sentia nervosa por treinar com Dante e Sienna, despertar alguns poderes adormecidos por um bruxo qualquer... agora estava nervosa por ter que dominar dois desses poderes, lutar contra o conde e a sua guarda-costas e lidar com a traição daquela que julguei ser uma amiga.

Tudo isto estava fora de controlo. Onde quer que olhe, há uma mentira ou segredo por revelar. Há uns meses atrás, era apenas a Maggie Rivers, filha de Elizabeth e Michael, morava numa vivenda simples e modesta, tinha poucas amizades (mas boas), sonhava terminar o meu curso de advocacia. Agora sou vampira, dizem que tenho imenso poder, sou uma caçadora de demónios (mas sou a sua rainha), estou rodeada de traidores, o nome do meu pai é John e já morreu há 18 anos.

Onde está a paz que tanto procurava?

- Dou 1 centavo para saber o que te perturba, querida. – ouvi a voz de Dante, bem perto de onde me encontrava sentada. Estava sentada num pequeno banco de madeira, no pequeno jardim traseiro do castelo.

Neste banco de jardim encontrei alguma da paz que tanto e tem faltado. Tenho passado bastante tempo aqui, para pensar em tudo o que tem acontecido, nas coisas boas e nas coisas más.

Olhei para ele, em pé e de sorriso no rosto. Adoro aquele sorriso.

Suspiro...

Faço-lhe sinal para que se sente ao meu lado, de sorriso no rosto. É tão fácil sorrir ao lado dele.

Espero que se sente.

Hoje não há treino, então decidi vir para o jardim e pensar um pouco. A minha mente estava cada vez mais descontrolada e estava a precisar de encontrar a minha paz interior, mas não conseguia encontrá-la.

Sinto-me perdida em pensamentos negativos, em conspirações e traições. Não consigo pensar com clareza sobre nada, nem sobre mim.

Quero chorar, mas não o faço.

- Estou a pensar em tudo o que se tem passado ao meu redor nos últimos tempos. Ainda me custa aceitar tudo isto, não me consigo adaptar a tantas mudanças e revelações tão rapidamente. Saber da traição de Sabrina ou Yumi - não me importa mais qual o nome dela - não me deixa menos nervosa ou assustada. – virei-me para ele. Tentei sorrir, mas sem efeito.

Ele colocou a mão em cima da minha, como forma de me acalmar, dar alguma segurança.

Agradeci o gesto.

Inspirei, expirei...

Voltei a fixar o meu olhar no céu, a admirar as nuvens e regressei aos meus pensamentos. Dante volta a puxar-me para a realidade.

O Caminho para a EscuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora