Capítulo 2

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Cinco meses depois...

Eu estou grávida. Agora que percebi e eu não posso voltar atrás. Quando comecei a passar mal com mais frequência, evitando comer alguns alimentos enjoativos, meu pai me levou para fazer alguns exames e tudo indicava que eu estava grávida. Depois fiz o ultrassom e deu menkna. Podia até se perceber a elevação na barriga, e eu achando que tinha engordado.

É bem óbvio que meu pai e minha madrasta ficaram incertos sobre isso, hesitantes, assim como eu. Não sabia quem era o pai, isso os chateava com toda certeza. A mais velha deles sendo um mal exemplo para a irmã mais nova? A filha em que eles depositavam mais confiança tinha, na verdade, engravidado?

Eles disseram que iam tomar uma decisão, que eu teria que aprender com meus erros, mas não iriam tirar o bebê de mim. E eu aguardo ansiosamente pela resposta até agora.

[...]

Eu estava organizando algumas coisas no meu quarto quando Kurenai e meu pai entram sem dizer uma palavra. Apenas deixei de fazer o que estava fazendo e os acompanhei sentarem-se na minha cama.

─ Eu vou ser avó. E a criança não vai saber quem é o pai...

Desviei o olhar para o chão, constrangida. Eu poderia estar agora sem esse momento, o que eu fiz para isso acontecer?

─ Eu e seu pai tomamos uma decisão. Com muito esforço, mas você terá que aprender, Sakura. O mundo não é fácil, nós te educamos aqui dentro para que não possa aprender com a crueldade do mundo.

─ Mas foi isso que você nos obrigou a fazer, infelizmente.

─ Você irá morar sozinha, a partir de semana que vem. Morando sozinha irá aprender a cuidar de sua filha, com toda certeza saberá como é ser uma mãe.

─ Vamos te enviar dinheiro todo mês, até que complete vinte anos, então não se preocupe com isso.

Fiquei um pouco triste. Iria me separar das pessoas que amo por um erro meu, não queria isso. Segurei minhas lágrimas e sorri fechado.

─ Não desconte nada na criança, ame-a como nós te amamos, e traga ela aqui algum dia, certo?

Eles se levantaram e eu fiz o mesmo, de repente me vi em um abraço desengonçado, mas que emitia muito calor e afeto.

─ Chiyo vai lhe ajudar a arrumar as coisas, espere um pouco. Nos vemos na janta.

Ambos se retiraram do quarto e eu me deitei no chão, começando a chorar sem parar e sem fazer barulho. Sara não podia me ver assim, ou ela ficaria triste também.

No fim tudo ficou escuro e eu acabei por adormecer ali.

[...]

Acordei em cima da minha cama, com a luz do sol atrapalhando minha visão. Chiyo arrumava algumas coisas, o quarto todo, haviam algumas malas no canto do quarto.

─ Minha menina... irei sentir saudades.

─ Eu também, Chiyo. ─ falei e a abracei, com lágrimas nos olhos.

Braços um pouco menores que o meu me rodearam, era Sara.

─ Também irei sentir saudades. Quero ver minha sobrinha, hein? - disse, rindo, mas lágrimas saíam de seus olhos. ─ Tenho quatorze e ainda serei tia! Esse é o melhor presente de aniversário. Se cuida.

Beijei o topo de sua cabeça e sorri.

─ Vou ficar bem.

─ Qual será o nome dela? ─ perguntou, soltando-me para se sentar na cama.

─ Que tal... Sarada?

─ Lindo! É quase igual ao meu!

De repente, minha visão ficou turva e eu quase caí, mas me ergui com a ajuda de Chiyo. Eu estava quente demais e tinha pisado no chão frio, deve ter sido apenas isso.

─ E na hora do parto? Como vai ser? - Sara perguntou, visivelmente preocupada.

─ Alguém terá que morar com ela por esse período. É um absurdo essa coisa de você morar sozinha.

─ Tudo bem, Chiyo. É para o meu bem e eu vou saber me cuidar sozinha. Eu tenho a medicina nas minhas mãos.

Ela fez cara feia e voltou a empacotar as coisas. Chiyo era uma segunda mãe para mim, já que nunca consegui saber da minha biológica, antes que papai casasse a governanta da casa me ajudava e sempre me considerou sua filha. Ela sempre se preocupava comigo e me dava conselhos, me ensinou muitas coisas, certamente ela sempre vai marcar minha vida.

Minha irmã foi atrás de comida na cozinha e eu resolvi tomar um banho, pensativa sobre minha situação atual.

Por que tinha que ser assim?

****

✓ Revisado

Coração de mãe [EM REESCRITA]Onde histórias criam vida. Descubra agora