Capítulo 17

374 33 1
                                    

DANIELA


Bryan?

Você deve estar se perguntando, por que diabos esse mal parido esta me enviando uma carta? Eu não vou me surpreender se você rasga-la e não se der ao trabalho de ler, eu realmente ficarei surpreso se você abrir este papel de merda. Mas é bom continuar o assunto. Não sei como lhe agradecer por ter pegado a guarda dos meus filhos e sei que não fez isso por mim, tudo sempre foi ela.

A vida a partir de um tempo sempre girou em torno dela, eu tinha que ter estado lá, segurado sua mão, prometer e fazer tudo ficar bem. Eu falhei, eu sempre falho com ela, mas é como meu companheiro de cela diz "Maluma, Hermano, nós nascemos para ferrar com as coisas, é o que fazemos apenas aceite e lide com isso". Não posso dizer que Jhony está errado, infernos, a palavra "ferrado" sempre esteve escrita na minha cara.

Anitta me contou que você a viu no hospital, eu não poderia pedir para outra pessoa fazer isso por mim, as coisas, daqui, são diferentes. Eu não confio nela, infernos, eu malditamente não confio. Mas ela consegue entrar aqui, ninguém da Elite entraria aqui para sair, você sabe disso, tão bem quanto eu. Não sei porque continuo fazendo isso, enviando flores, escrevendo frases que eu sei que ela não vai ler, mas eu preciso disso Bryan, pra me manter lucido. A droga no barco não era minha, você e eu sabemos disso. O peixe é grande e o buraco também, eles querem quebrar minha mente através dos meus ossos e eles não vão conseguir.

A fofoca se espalha como o burburinho dos presos, eles querem o boliviano Bryan, eles vão ameaçar minha família, eu não quero ter nada haver com essa gente, não misturo meus negócios, de um tempo pra cá eu venho acabando com tudo, terminando acordos, conjurando promessas de paz, matando bastardos neste negocio, tudo pra por um fim nesta merda de herança que eu nunca quis. Eu sou como o Diabo, a quem deram o inferno para governar. Eu não quero este trono, mas se eu não guia-lo? Quem irá? Você sabe que eu farei qualquer coisa para protegê-los, daqui três dias, receberei a proposta final. Se em três dias você não receber outra carta, quero que você faça exatamente o que esta escrito aqui.

Saia da Colômbia com as crianças e com Amanda. Eles provavelmente estão lendo esta carta, antes de chegar a você. Mas você lembra como brincávamos de códigos quando criança, você saberá entender o que eu lhe digo.

Eu sinto que nunca poderei ver os olhos deles Bryan, ouvir o riso de bebe, não vou cria-los, não verei eles crescerem, mas diga a eles que eu os amei, diga a ela quando acordar. Eu não mereço nada disso, eu sei, mas uma vez bastardo egoísta, sempre bastardo egoísta. Caso essa seja minha ultima carta, ensine-lhes ao menos uma de minhas frases preferidos "A beleza da rosa pode ser traiçoeira, se você não enxerga os espinhos".

Maluma.

_O que será que ele quis dizer com isso? - pergunto-me.

_Achei que a carta estivesse endereçada ao senhor Bryan - Michelle sorri de sua escrivaninha. Sua bolinha de papel cai por sobre minha mesa desordenada e reviro os olhos.

_Se o senhor Londoño fosse um remetente comum sob investigação do governo eu estaria lendo uma coluna de fofocas - respondo mal humorada, dobrando a carta novamente e pondo-a dentro de minha velha bolsa.

_Você é uma graça Daniela, deveria ser atriz, a facilidade que você mente me comove - Michelli revira os olhos e toma um gole de café. - Nutre sentimentos pelo traficantizinho?

Saco meu dedo do meio e saio caminhando para fora do departamento de investigação criminal. Michelle sabia torrar minha paciência como ninguém. Desgraçada. Eu não tinha mais nenhum sentimento por Maluma. Nenhunzinho. Não mesmo. Balanço minha cabeça transtornada.

Livro 2 - Doce RedençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora