Um vento forte levantou parte do enorme sobretudo, assim que se aproximou da porta de saída.– Nossa que frio. – disse Tom, que se
tremia todo atrás de Sherlock.– Não se preocupe, logo irá para casa quentinha de sua namorada. – retrucou o detetive, enquanto esperava os outros passageiros descerem.
– Como sabe que tenho uma namorada e que vou pra casa dela?– olhava espantado para Sherlock. – Que eu me lembre não comentei nada sobre isso.
– Não precisa comentar, basta olhar para a aliança na mão direita. – apontou para o dedo com o anel. – Pelo visto é um namoro recente, alguns meses, 4 no máximo. – continua observando a aliança. – A aliança ainda está nova, o que mostra que compraram recentemente em uma liquidação, pois o material é de segunda. E o fato de não falar dela é porque não sabe muito sobre ela, mas quer tentar manter um namoro normal e por isso vai para casa dela após uma breve viagem, pra parecer que se importa com ela.
– Você não pode falar isso. – Tom retrucou – Eu gosto muito dela.
– Se realmente gostasse, pelo menos teria alguma foto dela em seu celular ou mandaria uma mensagem informando que chegou. – Sherlock pega o celular do seu bolso e começa a checar as mensagens. – Durante toda a viagem você falou apenas de si mesmo, dos seus sonhos, vontades e aventuras, mas em nenhum dos comentários citou o nome de uma mulher á não ser o de sua mãe, vi as fotos da sua galeria enquanto você mexia no celular, repleta de fotos suas e de sua família, mas nenhuma com você e alguma mulher, que obviamente deveria ser sua namorada.
Tom não conseguia entender como o cérebro de Sherlock funcionava tão rápido, o moreno havia dito aquilo em menos de um minuto sem ao menos gaguejar. Olhava pasmo para ele. "Como ele conseguiu decifrar tudo isso?", "Em nenhum momento vi ele olhando para meu celular.", "Como acertou os meses de namoro?", "Como sabe que eu vou para casa da minha namorada?". Eram as perguntas que Tom fazia internamente.
– Senhores, queiram descer e liberar a passagem da porta, para que os outros passageiros possam desembarcar. – Um homem de cabelos loiros se aproximava dos dois.
– Ah, sim claro. Já estamos indo. – Sherlock se virou em direção a escada e desceu rapidamente os degraus.
Um enorme temporal caia por São Paulo, Sherlock já havia visto vários temporais é óbvio, mas nunca um igual aquele. Ventava muito, a chuva era de granizo e grande parte da metrópole estava alagada, provocando uma enorme lotação no interior do aeroporto.
– Você tem casa por aqui? – Tom perguntou após pegar suas malas.
– Sim, a casa de uma velha amiga. – Disse o moreno, que também havia pegado a mala.
Tom percebeu o tamanho da mala de Sherlock, que era razoavelmente pequena, e quis tentar usar seus dons de detetive amador para impressionar, ou ao menos, tentar impressionar o detetive.
– Pelo tamanho de sua Mala. – começou Tom. – Acho que pretende passar uma semana em São Paulo, e sua velha amiga deve ser uma bela amiga. Em garanhão? – deu uma leve batida no ombro esquerdo de Sherlock.
– Interessante. – Respondeu o moreno, olhando para o rosto de Tom, fingindo uma cara de assustado.
– Mesmo? – Animou-se o garoto.
– Mesmo. Acabou de comprovar que nunca trabalharia ao meu lado. – O moreno disse pegando a mala e indo em direção a saída do desembarque.
– Por que? Sou esperto demais para você? – Tom seguia o detetive.
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O Mistério está em Sampa
FanficSherlock é um brasileiro que mora em uma pequena cidade do interior da região Sul junto de seus pais, que vieram de Londres. Ao receber uma carta para a resolução de um caso, é atraído para uma das grandes metrópoles brasileiras, São Paulo, ou mais...