23. Comfortably Numb

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07:30h, 14 de Junho, Residência Maria Elizabeth, Apartamento de Molly.

"Hello.

Is there anybody in there?

Just nod if you can hear me.

Is there anyone home?

Come on, now.

I hear you're feeling down.

Well I can ease your pain,

Get you on your feet again.

Relax.

I need some information first.

Just the basic facts:

Can you show me where it hurts?"

   O som da música fez Molly acordar, mas antes delirou por alguns minutos enquanto tentava abrir os olhos e se localizar em seu quarto, ouvira, ainda com os olhos fechados, as primeiras frases da música, não sabia ao certo do lugar em que o som vinha, mas por instantes o som da voz do cantor havia se transformado na voz de Sherlock, uma vez que Molly estava relembrando os acontecimentos da noite passada em meio aos seus sonhos, mas diferente do que realmente acontecera, Sherlock acariciava seu rosto, estavam sentados na sala, e o moreno se aproximava e ambos trocavam carícias enquanto as frases saiam pela voz grossa do moreno.

   Mas não durou muito, a imagem do detetive começou a se desfazer e sua voz ficava cada vez mais longe, Molly começava a ouvir o barulho dos carros que se misturavam ao som da música.

   Ainda meio sonolenta, começou a abrir os olhos, colocando a mão sobre o rosto para evitar olhar diretamente para a luz, já que havia dormido com a janela aberta. O som da música havia diminuído, a garota não sabia ao certo de qual lugar estava vindo a música até se inclinar para a direita e notar seu celular embaixo de suas costas. Como havia chego extremamente desnorteada sem saber ao certo quem era ou aonde estava, se deitara na cama após o banho e não notara que havia jogado o celular sobre o móvel e adormecido em cima do aparelho.

   Conforme seu corpo se mexia durante a noite e pelo fato da tela do celular ser touch screen, involuntariamente desbloqueara a tela e a rádio havia sido selecionada e no momento que despertara tocava a música "Comfortably Numb" do Pink Floyd, em uma das emissoras de rádio que fora apertada aleatoriamente.

   Molly se levantou, desligou o celular e permaneceu sentada na beira da cama encarando a tela, que agora se encontrava desligada. Rapidamente as memórias da noite anterior invadiram sua mente. Como ela queria que aquilo tudo não passasse de um sonho, que todos aqueles dias fossem nada mais do que um mero sonho e agora ela iria simplesmente levantar de sua cama, tomar um bom café da manha e sair para trabalhar normalmente. Por mais que ela quisesse ou fosse capaz de fazer isso, não era tão fácil, Sherlock penetrara em sua mente como uma doença, todo canto que olhava lembrava do detetive e o pior, ela morava exatamente no local onde tudo ocorrera, era mais do que óbvio, que assim que saísse do quarto, veria o sofá onde passara a noite com Sherlock, sairia na rua e lembraria de como era andar naquela avenida com pressa de salvar alguém ou completar mais um plano do moreno, até mesmo seu quarto lhe trazia lembranças, uma vez que seu cheiro ainda predominava em alguns de seus lençóis.

   Sentiu uma lágrima escorregar por seu rosto imóvel, assim como seu olhar, que permanecia fixo em um ponto qualquer do quarto, logo as primeiras frases da música voltaram a ecoar por sua mente, provocando a queda de mais lágrimas e alguns soluços, realmente precisava de alguém para aliviar sua dor e colocá-la de pé novamente, precisava ser abraçada, mostrar para a pessoa que não saia de seus pensamentos, a dor que corroia lentamente seu coração, precisava dar o ultimo adeus ao homem que a fizera se sentir mal e ao mesmo tempo a pessoa mais especial do mundo.

O Mistério está em SampaOnde histórias criam vida. Descubra agora