20. Rosa branca

36 3 18
                                    

– Sherlock? – Já passara das 9h da manhã quando John encontrou o moreno dormindo com a cabeça encostada no notebook.

– Sim. – Disse levantando a cabeça, que agora marcava nitidamente a marca do teclado em uma de suas bochechas.

– O que esta fazendo?

– Nada de mais. – Levantou rapidamente fechando o pequeno computador e indo em direção ao quarto.

– Se quiser saber algo sobre Arantes, aonde foi enterrado ou algo assim. – John pegou um Jornal e se sentou no sofá. – Estou aqui.

Sherlock não respondeu, apenas passou rapidamente do quarto para a cozinha, em seguida foi para o banheiro, tomou um dos banhos mais demorados que John já podera imaginar. Saiu do cômodo e foi para seu quarto.

– Você vai ter um encontro? – O loiro observava cada movimento apressado do amigo.

– O que disse? – Sherlock parou intacto no meio da cozinha encarando John.

– Um encontro. – O amigo continuava lendo o jornal.

– O que quer dizer com isso? Não estou entendendo. – Sherlock virou abruptamente em direção a cozinha, pegando um copo de água e abrindo a torneira para enche-lo.

– Não se faça de idiota mais uma vez Sherlock. – John se levantou e foi em direção ao amigo, que engolia freneticamente o líquido no copo. – Você vai ter um encontro esta noite. Por isso que me deixou passar a noite fora resolvendo os seus problemas, enquanto passava a madrugada em busca de um lugar para sair com Molly Hooper. – John jogou toda as informações de uma só vez, encarando firmemente o moreno.

– Você sabe muito bem que pedi para que você cuidasse do caso por ser médico e poderia auxiliar na investigação, caso Arantes acordasse ou sobrevivesse. – O detetive colocou o copo com tanta força sobre a pia, que John poderia jurar que pelo menos parte do vidro havia trincado. – E pelo o que eu saiba, o gênio da dedução sou eu.

Sherlock começou a se afastar em direção a seu quarto, mas a explicação repentina de John fez com que o moreno admitisse seus sentimentos e talvez pudesse contar a verdade a John, que logo começou a falar abruptamente.

– Cheguei em casa e você estava dormindo em cima do teclado do computador, pelo jeito que estava dormindo era um sono pesado, como se tivesse passado a noite toda acordado. Quando te chamei levantou o rosto e pude ver a marca nítida do teclado na sua bochecha, o que comprova o que eu disse antes. Quando perguntei o que estava vendo, levantou e fechou rapidamente o computador, com toda a certeza não era uma caso, porque se fosse me contaria ou diria que no momento não poderia saber, mas não, foi curto e grosso e partiu para seu quarto apressado, tomou banho, que demorou pelo menos uma hora, coisa que você nunca faz e um homem só fica apreensivo assim quando vai fazer alguma entrevista de emprego ou encontrar alguém muito especial, creio que a primeira opção não é o seu caso. – John respirou fundo e falou a frase decisiva que fez Sherlock se virar e o encarar. – Caso queira saber como sei que vai se encontrar com Molly, é bem simples, ela também estava agitada durante toda a noite. Assim que amanheceu foi correndo para casa com a desculpa que precisava dormir e não pense você, que eu não vi a marca das mãos dela em sua bochecha ontem a noite, não querendo me ganhar. – Riu – mas creio que ela te teu um ótimo tapa.

O moreno permanecia parado diante do loiro. Sua respiração estava alterada e quase pulou de alegria quando soube que Molly também estava se preparando para vê-lo, mas não podia dar o braço a torcer, mesmo que John já soubesse de tudo.

– Literalmente você me surpreendeu John. – Sherlock disse o mais calmo possível, tentando disfarçar os pensamentos que rondavam sua mente. – Minha cria está crescendo, isso é fantástico. Acho que terei um substituto em breve. – Sorriu e bateu levemente nos ombros do loiro.

O Mistério está em SampaOnde histórias criam vida. Descubra agora