9.O preço de uma amizade

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Sherlock chegou no momento exato em que um morador abria a porta da residência para sair.

Empurrou o morador e antes que a porta se fechasse, pulou para dentro da portaria.

    – Você novamente.  – O porteiro saiu correndo para puxar Sherlock e retira-lo do apartamento.  – Saia daqui.

Sherlock levantou bruscamente dando um soco no porteiro, o fazendo cair sobre o pequeno banco de madeira que enfeitava a recepção.

    – PEGUEM ESSE PSICOPATA!  – Gritou o homem que agora esbanjava um belo roxo no olho direito.

Sherlock subiu as escadas o mais rápido que pode, pulando entre dois ou três degraus. Quando chegou no corredor do apartamento de Molly, só sentiu seus braços serem presos pelas mãos dos dois seguranças que o puxavam para descer as escadas.

Sherlock conseguiu juntar todas suas forças e se desvencilhar dos dois homens que lhe prendiam. Saiu correndo o mais rápido que pode, quase sem equilíbrio algum e alcançar a porta de Molly.

A garota estava sentada em sua cama, assistindo o noticiário e se deliciando com um pedaço de bolo de chocolate, quando ouviu batidas desesperadas em sua porta.

   – Oh Meu Deus! – Molly olhava espantada com a cena de Sherlock sendo segurado por dois guardas.

    – Vai dizer que não me conhece agora? – Sherlock mal conseguia projetar o som das palavras e mirava a visão no rosto de Molly.

A garota demorou para assimilar o que estava acontecendo e por mais que quisesse dar um chute nas partes baixas do detetive, respirou fundo e encarou os dois guardas.

     – Podem solta-lo. Ele é meu amigo.

Molly abriu mais a porta para que Sherlock pudesse entrar, ou melhor, terminasse de entrar, já que parte de seu corpo já estava caído para dentro do apartamento da garota.

     – Obrigado. – Disse o moreno após se recompor e arrumar a gola de sua camisa social, que fora quase rasgada pela força dos seguranças. – E eu sou um Sociopata Altamente Funcional. – Gritou para os homens que já pegavam o elevador.

     – Que engraçado. – Molly o mira com um olhar furioso. – Agora se lembra dos agradecimentos.

Sherlock mirou o rosto de Molly, seu coração palpitava de uma forma que era quase impossível que pudesse controlar seus sentimentos pela garota. Não que a preocupação pelo amigo tivesse desaparecido, mas com Molly ao seu lado tudo parecia mais calmo, era como se todas as coisas positivas do mundo fossem atraídas pela mulher.

    – Sherlock? –  Molly chamou pelo rapaz, que a encarava sem ao menos piscar.

Uma corrente de sentimentos e emoções tomou conta do corpo de Molly, que pronunciara o nome do moreno quase gaguejando se perdendo em meio ao azul dos olhos do detetive. Assim como a presença de Molly para Sherlock, a moça também se sentia em paz ao ter o moreno por perto, por mais que estivesse com raiva, queria correr para seus braços e abraça-lo calorosamente. Mas antes que pudesse realizar seu desejo, foi obrigada a voltar para o mundo real, assim que Sherlock saiu de seu misterioso estado de estase e despejou todas as informações para Molly.

    –  John foi sequestrado. Deixaram um bilhete em seu computador escrito "Goodbye John", bem o inglês certamente foi intencional e feito justamente para me afetar, já que toda minha família é de origem inglesa e eu sou o único nascido no Brasil. – se agarra nos ombros de Molly e fixa o olhar em seus olhos. – De acordo com a letra, foi um escritor renomado que tem um ótimo conhecimento do mundo literário, mas o papel tinha um cheiro horrível, como se seu portador não tomasse banho a dias.

O Mistério está em SampaOnde histórias criam vida. Descubra agora