25."You know I love you, I always will"

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    O vento era constante, assim como o frio extremamente congelante e a neve que cobria grande parte da rua. As duas imagens permaneciam paradas em frente à porta do 221B, quebrando a monotonia do inverno britânico.

     – Entre, vai congelar aí fora. – Sherlock quebrou o silêncio, que perdurara por pelo menos cinco minutos.

    Não houve resposta por parte da moça que estava com um enorme sobretudo rosa, luvas, cachecol e toca pretos. Os dois apenas se entreolharam, sem saber ao certo como deveriam agir. A garota poderia muito bem lançar um beijo nos lábios do moreno, mas nem mesmo seu cérebro estava ajudando para que seu corpo se movimentasse. 

  – Podemos conversar em outro lugar? – A moça conseguiu pronunciar a frase após raciocinar por alguns minutos. Os olhos permaneciam fixos nos do detetive.

    Sherlock não respondeu, apenas esboçou um sorriso como se estivesse satisfeito com a escolha da garota, já que John estava no pequeno apartamento e não teria tanta  privacidade para conversar. Deu alguns paços para trás e pegou seu enorme sobretudo e seu cachecol azul, que estavam em um pequeno cabide próximo a porta, desceu os pequenos degraus em direção a rua e antes de fechar a porta olhou rapidamente para cima para ver se John estava nos fundos do imóvel.

    – Para onde vamos? – Perguntou para a garota, que agora estava a milímetros de seu corpo. A vontade de abraça-la era imensa, mas conteve-se e colocou as mãos nos enormes bolsos do casaco. 

  – Que tal... – Ela parou um instante e olhou para um ponto qualquer da rua completamente branca pelo gelo.– Apenas caminharmos por aí?

    Sherlock tentou conter uma risada, mordeu os lábios e olhou torto para a garota que já avançava com paços lentos.

    Os dois caminharam por longos e silenciosos trinta minutos. Ninguém se atreveu a olhar um para o outro, mantendo uma distancia de um braço, quem os visse poderiam compara-los com dois desconhecidos caminhando por Londres ou um casal que não sabia falar a língua um do outro. O silêncio só foi quebrado quando a moça avistou a Westminster Bridge e o Big Ben logo em seguida, seus olhos brilhavam.

    – Quer ir até lá? – Perguntou Sherlock,  vendo que a ponte chamava a atenção de sua companheira, que logo balançou a cabeça em sinal de afirmação como uma criança que acaba de aceitar um doce.

    Caminharam lentamente até o local, que estava praticamente vazio, devido ao frio e por ser fim de ano e todos estarem em suas casas adiantando os preparativos de Natal.

    Se apoiaram nas enormes barras que formavam o guarda corpo da enorme ponte, ambos permaneceram olhando fixos para o Rio Tâmisa.

    – Estou feliz de te ver novamente Molly. – Sherlock permanecia olhando para o horizonte.

   – Por que? Agora já tem quem possa passar em uma passagem secreta e se esconder debaixo de uma mesa em seus casos? – Molly o encarou. Estava feliz em ver o moreno e tudo o que mais queria era abraça-lo e tê-lo para si, mas ao mesmo tempo queria dar um tapa naquele rostinho bonito, por todas as confusões que ele a envolvera.

    – Não. – Sherlock riu e olhou Molly, que estava com as bochechas praticamente rosadas pelo frio. Quando viu aquele rostinho branco contrastando com o rosado das bochechas não conseguiu conter o comentário. – Você está tão fofa. – Essa frase saiu quase sem som, mas devido a proximidade de ambos, pode ser escutada facilmente por Hooper.

   – O que? – Suas bochechas passaram de rosa para vermelho e o frio que batia em sua face quebrava-se com o calor que só aumentava.

   – É que... – nem mesmo Sherlock estava conseguindo se expressar. – Em São Paulo, o frio não é tão intenso quanto aqui e... bem... Eu nunca vi suas bochechas desse jeito... e... – Sua voz travou e ambos começaram a rir.

O Mistério está em SampaOnde histórias criam vida. Descubra agora