4. O Caso

104 9 48
                                    


A chuva era torrencial, cada vez mais forte, o que era quase impossível acontecer em pleno meio do mês de Junho. Como já passavam das 19:15, não havia mais a insistência dos raios solares, proporcionando um show magnífico de raios e relâmpagos que iluminavam constantemente o céu.

  – Acho que você trouxe a chuva para São Paulo Sherlock. – John soltou um sorriso bobo para o moreno, que não parava de mexer os pés.

   – Já não aguento mais ficar aqui dentro. Preciso respirar. – assim que acabou de dizer as últimas palavras, quase foi atirado para frente do carro, se não fosse a proteção do sinto de segurança que já o enforcava a algum tempo, devido uma brusca freada do motorista. – Merda. – Sherlock gritou, aquele grito era uma mistura de raiva e tédio.

  – Desculpe senhores, quase passava do número da residência. Com essa chuva não dá pra ver quase nada. – desculpou-se o motorista.

   – Tudo bem. Sabemos como é.  – John respondeu ao motorista. – Desculpe pelo meu amigo, ele está um pouco impaciente.

   – Não estou impaciente. Só quero sair desse carro. – O cacheado deu um pequeno soco na janela do carro.

  – Deixa que eu pago senhor. – John se ofereceu para pagar, já abrindo sua pequena carteira preta de couro e contando algumas notas. – Pode ficar com o troco.

Assim que o loiro deu o dinheiro um homem de terno e gravata chegou com um guarda-chuva enorme e abriu a porta ao lado em que se encontrava John.

  – Olá. – O loiro se assustou.

   – Como eu amo a Sra. Hudson, ela nunca falha. – Sherlock vibrou de alegria.

   – Quem? – John não entendeu a animação do amigo. Como uma pessoa que ficou o caminho todo sério, sem ao menos falar, agora do nada, parecia a pessoa mais feliz do mundo?

   – Vamos John, ande, saia logo desse carro. – O detetive empurrava as costas do amigo.

Os dois entraram na enorme recepção da residência, acompanhados com os seguranças.

    – Foi a Sra.Hudson quem chamou esses guardas? – questionou o loiro.

– Infelizmente não. – Encosta parte do braço direito na bancada da recepção. – Foi Mycroft, meu arqui-inimigo.

   – O que? – John encostou seu cotovelo esquerdo na mesma borda da mesa em que se encontrava Sherlock e se aproximou do rapaz. – Pessoas não tem arqui-inimigos.

   – Na verdade, segundo os conceitos biológicos e a lei da reprodução, ele foi consagrado meu irmão. – Bate no sininho em cima da mesa, para chamar algum recepcionista.

   – Nossa, ele se preocupa muito com você.

   – Não preciso de proteção, isso só atrapalha meus planos. – Estende a mão para um senhor alto de cabelos brancos semelhante a neve, que acabara de aparecer atrás do balcão, vestia uma camisa social de manga longa com listras azuis e uma causa social azul marinho. – Prazer, Sherlock Holmes.

   – Olá senhor Holmes. A Sra.Hudson está esperando os senhor no apartamento. – O velho pegava o telefone para informar Hudson de que seu novo morador havia chego. – Quem é esse? – aponta para John, que observava o ambiente. – Achei que a Sra.Hudson só havia aberto espaço para um morador apenas.

  – É um amigo. – Olha para John com um olhar de felicidade. Nunca havia usado ou dito aquela palavra antes com tanta firmeza. O que mais lhe doía era que realmente nunca tivera um amigo, ou pelo menos, alguém que o acompanhasse em suas aventuras e resoluções de crimes. Por mais que afirmasse que estava bem, sentia falta de ter alguém ao seu lado, para conversar, rir.

O Mistério está em SampaOnde histórias criam vida. Descubra agora