Em poucos minutos o motorista particular de Mycroft deixou Sherlock e John em frente a uma pequena cafeteria em meio a Avenida Paulista, já eram quase seis e meia da tarde de um domingo com clima agradável, o ar era fresco e a avenida começava a se esvaziar sendo dominada pelas luzes dos prédios e comércios que começavam a substituir a beleza da multidão que caminhava pelo lugar, pela beleza da iluminada noite paulistana.– Por que estamos aqui? Não quero café. – Sherlock se estressa ainda sentado no banco traseiro do carro.
– Não vai querer ir embora de São Paulo sem ao menos passar na Starbucks, não é? – O loiro, já do lado de fora mira o moreno emburrado.
– Já fui uma vez na minha cidade, para resolver um caso. – ainda sentado no banco de trás, vira o olhar para frente em direção ao motorista, mantendo sua face séria. – Tudo muito clichê e entediante.
– Clichê? – John riu sem entender a expressão. – Não entendi.
– Mesinhas em seus devidos lugares, atendimento tentando imitar os estilos europeus ou americanos ou seja lá que diabos eles tentam imitar. Docinhos perfeitinhos também tentando ser imitados, pessoas perdendo seu tempo conversando, musica de fundo e blá blá blá. – voltou a sua expressão séria de antes e cruzou os braços.
John respirou fundo algumas vezes, olhou ao redor observando a movimentação cada vez mais tranquila do lugar, voltou sua atenção para Sherlock.
– Ok. Mas depois não se arrependa caso não solucionar o crime por sua infantilidade. – deu meia volta e seguiu rumo a entrada da cafeteria.
Sherlock permaneceu alguns segundos parado encarando a parte da frente do caro, coberto por vidros escuros. Ao mesmo tempo que não queria dar o braço a torcer e seguir com sua ideia daquele lugar ser chato, iria então dar ordens para o motorista dar meia volta e arranjar um restaurante que vendesse batatas. Mas como sempre, sua curiosidade foi maior, sentiu um aperto quando John disse a palavra "caso", um breve pensamento habitou sua mente, pensando que ali poderia sim, ter alguma pista sobre o assassino.
Imediatamente pulou do carro, o que provocou o espanto do motorista, que por um segundo podia jurar que Sherlock havia morrido em seus pensamentos de tão paralisado que se encontrava o moreno.
– Ué, não trouxe as batatas consigo? – John perguntou ironicamente soltando uma risada.
– Rá Rá Rá, realmente você tem um grande senso de humor. – disse passando pelas portas de vidro, que se abriram automaticamente. Sherlock fez uma careta ao entrar no local. – Ainda não estou acostumado com o cheiro do café.
John parou e o encarou, agora realmente sem entender nada e a ponto de sacudi-lo e gritar "CAFÉ É UMA COISA MARAVILHOSA. COMO PODE DIZER ISSO?".
– Então me explique as injeções de cafeína que você coloca diariamente nas veias todas as manhãs? – John o encarava frustrado.
– É diferente, não sou obrigado a conviver com o cheiro nem com o gosto e o efeito é mais rápido. – Encara John. – E coloco porque preciso, vocês bebem por diversão. Não sabem a verdadeira utilidade do café. Vocês usam o café da maneira mais entediante possível e isso é ridículo.
John permanecia imóvel, se segurando para não dar um tapa no rosto de Sherlock. Inspirou o ar o mais profundo que pode, pedindo forças aos céus para não enlouquecer e ao mesmo tempo se deliciando com aquele aroma de café misturado com chocolate e outros ingredientes que dominavam o ambiente.
A expressão de enjoo sumiu do rosto de Sherlock e uma de espanto dominou sua face.
– Cuidado para não desmaiar com o cheiro. – Passou por John e dirigiu-se até um banquinho vazio ao lado do balcão.
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O Mistério está em Sampa
FanfictionSherlock é um brasileiro que mora em uma pequena cidade do interior da região Sul junto de seus pais, que vieram de Londres. Ao receber uma carta para a resolução de um caso, é atraído para uma das grandes metrópoles brasileiras, São Paulo, ou mais...