– Ei garoto! Garoto, acorde! Está dormindo e sua cabeça está encostada em meu ombro. – Sherlock cutucava o homem que estava quase babando em seu casaco.
– Huumm! – O homem levantou a cabeça lentamente. – Me desculpe senhor, não tive tempo de dormir na noite anterior.
– Mais um idiota. – Pensou Sherlock.
– Falou algo senhor? – Questionou o homem se ajeitando na poltrona.
– Você escutou algo? – retrucou o moreno encostando a cabeça na janela do avião.
– Como assim?
– Se você escutou algo é porque eu falei algo, caso o contrário, não falei nada. – Falou Sherlock fechando os olhos.
Por mais que achasse aquela ideia de dormir idiota, estava mais do que cansado, o vôo não era tão demorado, uns 50 ou 60 minutos no máximo, fazia apenas 10 minutos que estava no avião, mas já era o suficiente para que o sono e o cansaço apertassem. Apoiou a cabeça de um modo mais confortável na poltrona e fechou os olhos.
Não durou cinco minutos, Sherlock sentiu algo gelado em sua calça, fazendo-o acordar e olhar espantado para a parte esquerda de sua perna.
– Aaaa! – O moreno levantou, desviando rapidamente do porta bagagens do avião para não bater a cabeça. – Você vomitou em mim. – Disse olhando de forma enojada para o local sujo.
– Sinto muito senhor. Não me dou bem com turbulências. Se quiser posso ajudar a limpar. – disse o moço com o rosto praticamente pálido.
– Não precisa. – Sherlock falou pegando sua pequena bolsa no porta bagagens para pegar uma muda de calça e o seu sobretudo que estava dobrado embaixo da bolsa. – É melhor você ir procurar uma das comissárias de bordo.
O moreno seguiu pelo corredor em direção ao banheiro, precisava se livrar imediatamente daquele odor horrível, que agora o deixava enjoado.
– O que esta fazendo com minha bolsa? – Pergunta Sherlock, que chega após ter gastado dez minutos para se limpar e trocar de roupa.
Sherlock estava parado no meio do corredor próximo de seu acento, segurando a calça levemente húmida após uma lavagem relâmpago. Encarava o menino, que também o encarava espantado, já estava recuperado do mal estar mas permanecia com a aparência pálida.
Antes que pudesse pensar em mais coisas para falar e repreender o garoto que acabara definitivamente de invadir sua privacidade, começou a analisá-lo.
O Garoto aparentava ter entre 28 ou 29 anos, cabelos e olhos castanhos claro, alto, praticamente da mesma altura de Sherlock, magro e seu rosto tinha quase as mesmas semelhanças do moreno.
– Me desculpe novamente, é que eu estou precisando de um casaco.
– E pensou "Vou pegar daquele moço estúpido e ele nem vai perceber" - Sherlock o encarava, nunca havia sido tão grosseiro com alguém daquele jeito, pelo menos era o que achava. Não sabia o motivo, mas não estava indo muito com a cara de seu novo companheiro de viagem, que com certeza, estava tornando sua primeira viagem inesquecível.
– Desculpe. – continuou Sherlock, vendo que o moço olhava assustado para ele. – Eu me exaltei. Não estou acostumado a conviver com pessoas por mais de 20 minutos, incluindo as que mexem nas minhas coisas.
– Bem... – o moço começou a falar após recuperar o fôlego – Eu ia pedir para o senhor, é claro.
– Sherlock. – o moreno interrompeu a fala do outro.

VOCÊ ESTÁ LENDO
O Mistério está em Sampa
Fiksi PenggemarSherlock é um brasileiro que mora em uma pequena cidade do interior da região Sul junto de seus pais, que vieram de Londres. Ao receber uma carta para a resolução de um caso, é atraído para uma das grandes metrópoles brasileiras, São Paulo, ou mais...