Capítulo Dois

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Assistam o book trailer do livro acima. E não esqueçam de comentar, votar e compartilhar a história. Bjs!

Já havia se passado dois dias desde a proposta de Emanoel para sua filha, Laura. A moça ainda não havia perdido a esperança; ela acabara de enviar uma carta a seu grande amor, explicando os novos acontecimentos e suplicando-lhe que voltasse imediatamente para buscá-la.

Laura terminou de escovar seus lindos cabelos e colocou um chapéu clochê - de cor preta - ficando mais exuberante. Logo após, deixou seu quarto e rumou para cozinha, ela queria saber tudo sobre seu suposto conjugue e faria de tudo para conseguir isso.

Chegando a cozinha, deparou-se com Hermínia, empregada de sua família há mais de vinte anos. A senhora já apresentava cabelos brancos e um ar de cansada.

- Bom dia, menina Laura! – A dama cumprimentou a mais nova.

- Bom dia, Hermínia. – Laura respondeu com seu sorriso estrondoso. Até nos piores dias, como aquele, ela conseguia sorrir.

- Vieste pedir para eu tirar suas medidas para seu vestido de noiva?

- N-não. – A jovem gaguejou. Laura sempre sonhara com o vestido mais lindo para casar-se com Miguel. Agora que não seria ele, ela tinha vontade de vestir-se de preto. Pra ela, esse casamento seria como a morte. Ela pensou: "Quem casa sem amor?" - Eu vim perguntar se a senhora sabe algo sobre meu noivo.

- Por que você acha que eu sei?

- Porque você é a única que conhece todos os homens com quem meu pai faz negócios. – Laura disse com delicadeza.

- Está bem. Bom... O senhor Rosenstock é o dono da mansão na Rua São Francisco.

- Aquela que pertenceu aos Martinez? – Hermínia confirmou e Laura se surpreendeu com a revelação. Então o seu futuro marido seria aquele que nunca se apresenta a sociedade e todos dizem ter uma aparência tenebrosa? Até quando seu pai esconderia isso dela?

- Meu Deus! Hermínia, as pessoas dizem que ele é horripilante. Mas horripilante como?

- Eu já ouvi esses boatos também. Entretanto, eu nunca vi esse homem.

- Como não Hermínia?

- Toda vez que esse cavalheiro vem aqui, é dia de feira. Uma vez, eu ouvi seus pais comentando que esse cavalheiro não gosta de ser visto. Por isso nunca estamos presentes para vê-lo.

- Obrigada, Hermínia. Se ver minha mãe, diga que fui até a casa de Elisa.

- Sim, senhorita.

Enquanto Laura andava o mais rápido que podia até a casa de suas confidentes, o cavalheiro misterioso, que seria seu esposo, estava na mansão, exatamente em seu escritório; conversando com seu advogado de confiança.

- Está tudo certo com o contrato? – Indagou Rosenstock, seriamente. Voltado com sua cabeça para frente, usando seu chapéu coco e procurando o máximo esconder seu rosto, apesar do advogado já estar acostumado com seu cliente.

- Está sim, senhor. Está do jeito que o senhor exigiu. Tem certeza que quer continuar com essa proposta?

- Sim, Osório. – Rosenstock o respondeu com sua voz grossa. – É uma boa oportunidade. Não quero morrer sozinho e já estou cansado de conviver com essa solidão. Ouvi falar muito bem dessa moça. Tenho a mais absoluta certeza de que irá me fazer uma boa companhia.

- Está bem. Preciso ir. Tenho mais alguns clientes para visitar.

O advogado foi embora, deixando Rosenstock sozinho novamente. O Homem suspirou e tirou seu chapéu.

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