Capítulo Treze

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Já passava das oito da noite e Laura estava em seu quarto, fazendo uma oração, pedindo a Deus que estivesse guardando sua irmã Catarina.

Manoel já havia dado queixa na delegacia e voltara para a casa com a promessa do delegado de que a encontraria.

Assim que terminou de orar, Laura se sentou na cadeira e olhou para suas pinturas e principalmente para a de Sebastian.

- Depois que Catarina aparecer, darei um jeito de entregar este quadro a Sebastian. – Disse Laura. Ela pode ouvir a campainha tocando, no entanto, não se importou. Continuou olhando para o quadro.

Alguns minutos depois, bateram à porta.

- Entre. – Respondeu Laura. A porta se abriu e Sebastian entrou.

- O delegado Ramires, que estava à procura de Catarina, acabou de sair daqui.

- Então, fora ele quem tocou a campainha? – Laura estava afoita e se levantou da cadeira. – Que bom que encontram-na! Onde ela estava? Por que não deu notícias?

Sebastian estava procurando o melhor jeito de dizer.

- Sebastian!

- Escute Laura... – Ele chegou mais perto dela. – Você terá de ser forte. Ainda mais, por seus pais.

- Você está a me assustar...

- Catarina foi encontrada no meio da floresta do bosque abandonado...

- Mas... lá é perigoso. O que ela estava fazendo lá?

- Laura...sua irmã...faleceu. – Laura abriu a boca várias vezes. Estava atônita.

- Ela foi encontrada com marcas por todo o corpo e ensanguentada. E o delegado tem a teoria de que ela foi atraída até lá por alguém.

- Mas para que?

- Laura...sua irmã não estava apenas com marcas de agressões, mas também de violência sexual. Tudo aponta que ela fora molestada.

- Não...minha irmã não. Catarina não. Preciso vê-la. – Laura pôs se a correr e Sebastian a segurou pelo braço. – Me solte!

- Laura. Não tem como você vê-la. Ela foi levada para o Instituto Médico Legal e seu pai já reconheceu o corpo.

- Se ele pôde vê-la, eu também posso. Me solte!

- Laura, irá ficar traumatizada se a vir assim. É melhor você se lembrar do jeito que ela era.

- Mas isso não é justo Sebastian!

- Não é mesmo.

Laura foi escorregando até cair sentada no chão. Sebastian a abraçou e ficou enxugando suas lágrimas até o amanhecer.

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Eram dez da manhã quando Laura desceu pela escada, usando preto dos pés à cabeça. Usava um vestido colado, saltos, luvas até os cotovelos e um véu na cabeça, segurado por um chapéu Floopy. Sebastian estava esperando por ela na sala.

- Podemos ir? – Ele perguntara e Laura acenou com a cabeça. Ela estava calada e séria.

Teve uma pequena missa na catedral da cidade e de lá, seguiram para o cemitério. A população estava abalada com a morte assustadora de Catarina.

Melissa e Rebeca, amigas da moça, estava em prantos. Nada as faziam parar de chorar.

Joana e Hermínia andavam a frente. Uma consolava a outra. E Manoel ia um pouco mais afastado.

Marcas da GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora