Já passava das oito da noite e Laura estava em seu quarto, fazendo uma oração, pedindo a Deus que estivesse guardando sua irmã Catarina.
Manoel já havia dado queixa na delegacia e voltara para a casa com a promessa do delegado de que a encontraria.
Assim que terminou de orar, Laura se sentou na cadeira e olhou para suas pinturas e principalmente para a de Sebastian.
- Depois que Catarina aparecer, darei um jeito de entregar este quadro a Sebastian. – Disse Laura. Ela pode ouvir a campainha tocando, no entanto, não se importou. Continuou olhando para o quadro.
Alguns minutos depois, bateram à porta.
- Entre. – Respondeu Laura. A porta se abriu e Sebastian entrou.
- O delegado Ramires, que estava à procura de Catarina, acabou de sair daqui.
- Então, fora ele quem tocou a campainha? – Laura estava afoita e se levantou da cadeira. – Que bom que encontram-na! Onde ela estava? Por que não deu notícias?
Sebastian estava procurando o melhor jeito de dizer.
- Sebastian!
- Escute Laura... – Ele chegou mais perto dela. – Você terá de ser forte. Ainda mais, por seus pais.
- Você está a me assustar...
- Catarina foi encontrada no meio da floresta do bosque abandonado...
- Mas... lá é perigoso. O que ela estava fazendo lá?
- Laura...sua irmã...faleceu. – Laura abriu a boca várias vezes. Estava atônita.
- Ela foi encontrada com marcas por todo o corpo e ensanguentada. E o delegado tem a teoria de que ela foi atraída até lá por alguém.
- Mas para que?
- Laura...sua irmã não estava apenas com marcas de agressões, mas também de violência sexual. Tudo aponta que ela fora molestada.
- Não...minha irmã não. Catarina não. Preciso vê-la. – Laura pôs se a correr e Sebastian a segurou pelo braço. – Me solte!
- Laura. Não tem como você vê-la. Ela foi levada para o Instituto Médico Legal e seu pai já reconheceu o corpo.
- Se ele pôde vê-la, eu também posso. Me solte!
- Laura, irá ficar traumatizada se a vir assim. É melhor você se lembrar do jeito que ela era.
- Mas isso não é justo Sebastian!
- Não é mesmo.
Laura foi escorregando até cair sentada no chão. Sebastian a abraçou e ficou enxugando suas lágrimas até o amanhecer.
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Eram dez da manhã quando Laura desceu pela escada, usando preto dos pés à cabeça. Usava um vestido colado, saltos, luvas até os cotovelos e um véu na cabeça, segurado por um chapéu Floopy. Sebastian estava esperando por ela na sala.
- Podemos ir? – Ele perguntara e Laura acenou com a cabeça. Ela estava calada e séria.
Teve uma pequena missa na catedral da cidade e de lá, seguiram para o cemitério. A população estava abalada com a morte assustadora de Catarina.
Melissa e Rebeca, amigas da moça, estava em prantos. Nada as faziam parar de chorar.
Joana e Hermínia andavam a frente. Uma consolava a outra. E Manoel ia um pouco mais afastado.
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Marcas da Guerra
RomanceSinopse O que você faria para apagar as marcas de uma guerra? Sebastian nunca pensou que perderia o controle de sua vida, nunca pensou que chegaria em tal situação, mas sua mera realidade lhe mostrou que, independente do que aconteça, o que realment...