Capítulo Oito

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Olá gente! Hj consegui estar aki para postar um novo cap. Voltei a estudar e está tudo muito corrido. Espero q gostem do cap e da música q eu escolhi, achei perfeita para o cap de hj.
Então, votem, comentem e compartilhem; a opinião de vcs é muito importante. 
Bjs e até sábado q vem!

Já havia se passado uma semana desde o ocorrido com Sebastian e Laura.

Sebastian estava tentando ser mais cordial e Laura estava sempre próxima dele.
Na noite anterior, Laura se encontrava na biblioteca lendo um livro de poemas. Não era seu gênero preferido, mas não havia encontrado nada melhor. Até que Sebastian chegou.
- Posso me sentar aqui? – Ele indagou e Laura abriu um sorriso, afirmando. Ele analisou o livro em suas mãos e viu que ela não estava muito interessada e tentou fazer palpite. – Pelo visto, está a detestar o pequeno livro.
- Sim. – Ela sorriu novamente. Laura estava tentando deixar os acontecimentos de lado e cumprir sua promessa.
- Eu conheço um livro que você deverá gostar. – Sebastian se pôs de pé e foi até a estante de livros.
- Se você for pegar algum livro de Jane Austen, não irei gostar. – Agora, os jovens estavam se tratando com menos formalidades.
- Não se preocupe, não é ela.
- Não quer dizer que eu não goste dela, só acho que esses romances escritos são impossíveis.
- Pensei que fosse mais romântica. – Concluiu Sebastian.
- Comecei a pensar assim quando vi que nem tudo na vida é um conto de fadas.
Sebastian andou até Laura e lhe entregou um livro novo.
- Este livro é um romance policial. O nome da escritora é Agatha Christie e ela é muito boa.
- Só pelo título acho que deve ser mesmo.
- Depois me conte o que achou dele. Vou me retirar. Boa noite.
- Boa noite.
...........
Laura estava neste momento pintando um quadro. Aquele outro quadro de Sebastian no jardim, não havia conseguido terminar. Não sabia como caracterizar sua outra metade. Agora ela se empenhava em terminar de pintar a linda casa na qual residia.
Feito isto, Laura limpou suas mãos e cobriu os outros quadros que já haviam ali; Como o retrato de Sebastian e Miguel.
Pegou o mais novo trabalho e deixou seu quarto, rumando para o escritório de Sebastian. Deu algumas batidas na porta e não obteve resposta; resolveu entrar assim mesmo.
Viu que o lugar estava vazio e pôs o quadro em cima de uma cadeira. Olhou para a mesa e viu um caderno com a data daquele ano. Parecia um diário, mas preferira não ler. Seria uma grande falta de educação.
- Laura? – Perguntou Sebastian assim que a vira.
- Oi. Vim lhe mostrar minha pintura. – E Sebastian olhou admirado.
- Está magnífico! Você é muito talentosa!
- Obrigada. Pode ficar com este quadro como símbolo da nova relação que estamos criando.
- Obrigado. – Respondeu surpreso. – Irei pendurar na sala de estar. A propósito, vi seu pai hoje.
- E como ele está?
- Bem e com saudades. Por que não vai visita-lo hoje à tarde?
- Ótima ideia! Posso lhe pedir uma coisa?
- Sim, se eu puder ser útil.
- Gostaria que me ensinasse a tocar piano. Você é maravilhoso nesta tarefa. – Laura queria passar mais tempo ao seu lado para mudar o jeito de Sebastian e como ele queria fazer o mesmo, só que na intenção de ficar perto da jovem, ele aceitou com muita alegria.
- Nossa primeira aula será hoje depois do jantar.
Laura agradeceu e saiu do cômodo. Se arrumou e pediu que Franco lhe levasse até sua antiga casa e na saída, encontrou com o doutor Osório que estava a visitar Sebastian.
Cumprimentou aquele senhor de cabelos grisalhos e foi para casa de seus pais fazer-lhes uma visita.
Osório foi anunciado por Teresa e logo já estava no escritório, conversando com seu amigo.
- Quer dizer, que a jovem está tentando viver em paz com o senhor?
- Sim, Osório. Estou feliz; ela já não me olha com relutância e muito menos deixou os últimos acontecimentos lhe abalar.
- E com isso, está a admirar mais a moça? – Perguntou o advogado, arqueando suas sobrancelhas.
- Sem dúvida. Mas não mantenho esperanças, sei que ela já pertence a outro.
- Uma dúvida que me intriga. Se esse "outro" voltar, o que irá fazer?
- O certo. Vou deixá-la ir. Não posso prendê-la neste lugar. No entanto, acha que esse rapaz voltará?
- Bom...ele foi para Itália faz alguns anos. Nem sei se ainda continua vivo.
Sebastian ficou a pensar. Mas logo, Osório o tirou de seus devaneios.
- Eu trouxe as informações mais recentes da guerra, como sempre pede. – Osório abriu sua pasta e lhe entregou um envelope amarelo.
- Obrigado, lerei mais tarde.
- Tenho de ir, com licença. – E Sebastian ficou sozinho em seu escritório. Quer dizer, nem tão sozinho. Sua gata Emma apareceu e subiu em seu colo pedindo por carinho.
...............
O dia havia se passado rápido demais naquela segunda-feira. Laura esteve com seus pais e irmã e pôde contar como estava se procedendo em sua nova casa.
Seus familiares haviam ficado chocados com a atitude de Sebastian e ainda mais com a coragem de Laura.
Hermínia lhe deu seus novos vestidos, que costurara com tanto carinho.
Quando a moça já estava de saída, sua irmã havia lhe falado.
- Soube que foi inaugurado um restaurante na rua da senhora Madeline. Minha amiga Emily já esteve lá e disse que a comida é estupenda. Por que você não leva seu marido até lá?
- Sebastian nunca aceitará. Ele não sai de casa para quase nada.
- Tente minha irmã. Não custa nada.
Laura foi embora com aquele pensamento. Será que ela conseguiria tirá-lo de casa?
Franco estacionou o automóvel na calçada, alegando que teria de ir fazer as compras da dispensa e Laura entrou na mansão sozinha, indo direto para seu quarto.
Guardou as roupas que ganhou, achando um pouco exagerada a quantidade delas e algumas camisolas que eram um pouco...exóticas.
- Hermínia...você tem cada uma... – Disse em voz alta. Como Laura havia passado o dia e a parte da tarde na casa que já fora sua, sentou-se na cadeira ao lado da mesinha e pôs-se a ler o novo livro que Sebastian lhe emprestou.
Aquela história era tão intrigante que a jovem já estava no capítulo trinta. Faltava apenas mais cinco para solucionar o grande mistério da história e assim, teria mais coisas para conversar com Sebastian durante o jantar.
Depois de terminar o livro, Laura o fechou com satisfação e um pouco surpresa pelo vilão ser a pessoa que ela menos esperava.
Tomou o seu banho e se vestiu com um lindo vestido verde rodado e escovou seus cabelos para ficarem mais esvoaçantes.
Saiu de seu quarto e foi direto para a sala de jantar, encontrando Sebastian a sua espera.
- Está linda Laura! – Disse, admirado.
- Obrigada. – Sebastian empurrou a cadeira e a jovem se sentou. Enquanto o jantar era servido, Laura contava como havia sido o seu dia e que estava animada com o fim da leitura.
Logo depois, foram direto para a sala de estar. Laura achava que seria um desafio aprender a tocar aquele instrumento tão complexo e Sebastian estava adorando a ideia de passar mais tempo ao seu lado. Sentaram- se ao piano e Sebastian pegou algo.
- Tomei a liberdade de comprar um caderno para seus estudos. Serei um professor rígido e gostaria que fosse uma aluna exemplar.
- Farei o que me pede.
Sebastian apresentou todas as teclas a Laura e deu uma breve explicação sobre as notas e algumas partes essenciais sobre a teoria. Ele tocou algumas notas e Laura ficou chocada ao ver como aquelas mãos se moviam tão rapidamente.
- Esta é a escala de Dó. É muito fácil. Tente. – E foi o que ela fez. Mas quando chegava na tecla três, seus dedos travavam.
No entanto, Sebastian pegou a mão direita de Laura e por cima dela, começou a guiá-la.
Laura sentia pequenas pontadas em seus dedos. Nunca havia sido tocada daquele jeito. As mãos dele eram calorosas e suaves. Enquanto ele, nem tinha reparado o que estava fazendo.
Depois pediu para Laura tocar sozinha e assim o fez, conseguindo tocar as notas.
- O instrumento não é tão difícil quanto você pensa. – Ele concluiu.
- Pode ser. Mas ainda estou com pouco de repulsa sobre ele. – Ela sorriu, encantando ainda mais o homem a sua frente.
- Logo você pegará jeito.
- Aprendeu a tocar com que idade?
- Aos nove anos. – Laura bocejou.
- Vou me retirar. Adorei a aula de hoje.
- Fico contente. Treine mais esta escala e na quarta-feira teremos mais uma aula.
- Como quiser. Boa noite.
- Boa noite.
E Laura sumiu nas escadarias, deixando aquele homem sonhando se um dia ela seria de fato sua esposa.
.............
Ainda faltava pouco para o dia amanhecer. No entanto, Sebastian já estava de pé, arrumado para sua caminhada matinal, que fazia todos os dias, antes das pessoas começarem a ir para seus trabalhos. Ele não gostava de ser visto.
Andou por toda a extensão da rua onde morava e foi algumas esquinas mais longe. Quando percebera pessoas na rua, ele resolveu voltar para casa.
Foi até seu quarto e vestiu um terno. Logo sentou-se em sua poltrona e fez carinho em sua gata Emma, olhando as últimas notícias que havia recebido de seu país natal. Ele tinha ficado muito triste e com raiva ao mesmo tempo, pois ficou sabendo que dois colegas de trabalho haviam falecido por conta da guerra. Sebastian não via a hora daquele holocausto chegar ao fim.
Olhou em seu relógio de bolso e viu que já estava na hora de Laura levantar e o mesmo foi até a sala de jantar esperar sua companhia para o café.
E ela apareceu exatamente às 8 da manhã, exuberante. Trajava uma linda saia rosa de cintura alta e uma blusa azul de mangas por dentro da mesma e sandálias de saltos baixos.
- Bom dia Laura.
- Bom dia. – Sebastian fez uma referência e fez a jovem se sentar em uma cadeira.
Depois de fazerem a refeição em silêncio, Laura resolveu se pronunciar.
- Ouvi dizer que abriu um novo restaurante na rua Fernando Mendes.
- Ouvi falar sobre ele. Dizem que é ótimo! – Ajudou Teresa, percebendo o que a patroa estava querendo dizer.
- Então, Sebastian...por que não vamos almoçar lá hoje? – Ele deu um pequeno riso, mas não parecia contente.
- De jeito nenhum Laura. Você sabe que não gosto de ficar perto da sociedade.
- Sim, mas...eu cresci nestes termos e não posso continuar presa aqui dentro.
- Você pode ir com seus familiares. Ou até mesmo com Teresa e Franco.
- Você é meu marido Sebastian. Ficará estranho se você não estiver ao meu lado.
- Achei que você não se importasse com que as pessoas dizem. – Ele havia sido irônico e logo o brilho que estava nos lindos olhos de Laura se apagaram e seu sorriso murchara. Ele se levantou, deixando-a sozinha.
- Estou feliz por estar se entendendo com meu patrão. – Disse Teresa.
- Mas ainda é difícil. Meu plano era fazer com que ele saísse de casa hoje. E não consegui.
- Terá mais oportunidades. Não perca a esperança.
Algumas horas mais tarde, Laura estava ao piano, praticando algumas notas que aprendeu na noite passada e Sebastian veio até ela, com semblante de culpado e se agachou perto dela.
- Desculpe se fui grosseiro consigo mais cedo. – Ela parou de tocar e olhou diretamente em seus lindos olhos azuis que lhe lembravam o oceano e pode notar sinceridade neles. Ela já não se incomodava com a aparência do próprio.
- Está desculpado. – Ela suspirou. – Já é um grande avanço. Se desculpar por ter agido mau.
- Sim. Estou aprendendo com a melhor professora. – Laura deu um sorriso majestoso. – E você está tocando bem, para alguém que começou apenas ontem.
- Estou aprendendo com o melhor professor. – Ela retribui a frase e Sebastian sorriu. E pensou em uma hipótese.
- Creio que já está perto do almoço. Por que não vá se arrumar para irmos? – Ela arqueou suas sobrancelhas.
- Ir onde?
- Esqueceu? Ao restaurante, provar a comida de lá.
- Está certo disto?
- Absolutamente.
- Ah, Sebastian...você realmente está se esforçando! Vou ao meu quarto e já volto. Não ouse em mudar de ideia!
A jovem se levantou e foi correndo até seu quarto. Se olhou no espelho e disse para si mesma que a roupa estava boa. Passou um batom vermelho que combinava perfeitamente com sua pele e escovou seus cabelos, eles são a marca de sua beleza. Colocou um chapéu não muito grande e pegou uma bolsa, voltando rapidamente para sala.
Seu marido a espera em frente a porta. Ele lhe deu o braço e acomodou o seu junto dele.
- Espero que tenham uma boa comida.
- Garanto que não há de se arrepender!



Franco os levou de carro até o estabelecimento e os deixou lá.
O casal entrou de braços entrelaçados e todos desviaram atenção a eles. E olhavam principalmente para Sebastian, que desviou o olhar para o chão.
Escolheram uma mesa afastada, bem no canto.
Logo apareceu um garçom que os cumprimentou e deu dicas de pratos da casa.
Laura pediu um frango grelhado com salada e Sebastian o mesmo; havia pedido um vinho tinto para eles.
- Eu não sei se vou conseguir tomar vinho. – Completou Laura, rindo.
- Você há de gostar. Já eu, não sei se foi uma boa ideia lhe acompanhar.
- Não pense nisso. Pensamentos negativos atraem coisas negativas. – Respondeu a jovem. Sebastian evitava olhar para os lados. Somente olhava sua esposa. Laura colocou sua mão em cima da dele, para tranquilizar. E ficaram assim até a comida chegar.
....................
- Realmente, a comida é deliciosa! – Sebastian falou, sorrindo.
- Eu também gostei muito. Ainda mais por você estar comigo.
- Mas se não é a querida Laura? – Disse Elena se aproximando, com seu noivo Frederico e sua irmã Elisa.
- Que agradável coincidência Laura! – Disse Elisa, contente.
- Pensei que estivesse em seu cárcere. – Maldou Elena. – Este é seu marido? – Ela olhou para Sebastian. – Ele de fato, parece com um monstro. Tinha toda razão de ter medo de casar, Laura.
- Minha irmã, contenha-se!
- Você veio até nossa mesa nos insultar? – Indagou Laura, com semblante aborrecido.
- Insultar? Você sabe melhor do que ninguém que nunca faria isso.
- Mas quanto cinismo você tem Elena! Como pude me enganar tanto? – As vozes estavam se alterando e todos no lugar, olhavam para aqueles jovens. Sebastian percebera e pediu para um garçom levar a conta.
- Mas já vão? Está com medo de assustar mais alguém?
- Por favor Elena! Pare com isto. – Pediu sua irmã. Seu noivo já havia se sentado. Ele não dava muita importância para os caprichos da moça.
- Tenho certeza que deve ter medo de estar ao lado dele. Principalmente durante as noites. – O mesmo se levantou rapidamente, deixando Elena com medo de que fosse atacá-la. Mas para sua surpresa, não o fez. Somente havia saído pela porta.
- Sebastian! – Gritou Laura. – Você é impossível Elena! – Ela saiu, quase que correndo, para tentar alcançar Sebastian. Os dois entraram no carro e pelos rostos, Franco sabia que deveria ir embora.
- Elena, não sabe o que diz. Não se preocupe. – Ele não respondeu. Não emitia nenhum sinal de raiva, apenas estava calado. – Eu sinto muito.
E foram em silêncio para casa. Assim que chegaram, Ele deixou o carro numa velocidade impressionante e Laura foi atrás.
Ele chegou em seu quarto e se trancou. A moça encostou na porta.
- Sei que deve estar triste, com raiva. Eu entendo. Nunca deveria ter insistido para sair de casa. Eu realmente sinto muito.
Laura foi para seu quarto derrotada, quase que chorando. Enquanto Sebastian quebrava coisas ao seu redor. Ele sabia que nunca haveria chances de viver normalmente perante uma sociedade.
E que tinha feito uma escolha terrível ao se casar com Laura, pois ela estaria presa junto dele. Para sempre. Ou até que seu grande amor voltasse para buscá-la.

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