Capítulo Onze

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Oie gente. Dessa vez eu demorei muitoooooooooo. Mas é q aconteceu tantas coisas nesse mês que acabei dando prioridade para outras coisas. 
Então, espero q me perdoem. Comentem, votem e compartilhem a história. Bjs!!!!

Na manhã seguinte, logo cedo, Sebastian havia ido ao orfanato saber como aquela menina órfã estava. E para seu alívio, a menina já estava quase boa.
Quando ele aproximou-se dela, ficou com medo de que a pobre menina se assustasse com ele. Mas sua reação foi completamente diferente.
- Obrigada doutor.
- Não tem de que, Isabel. Fico contente em saber que você está bem.
- E aquela moça que me trouxe aqui? Onde está?-Pergunta com expectativa.
- Você deve estar falando de minha esposa, Laura. Neste momento, está em casa. – Depois de tomada banho, a menina podia ser mais bem notada. Aparentava ter no máximo, treze anos. Isabel tinha a pele bem clara e os cabelos pretos como carvão. E tinha uma estatura consideravelmente alta.
- O senhor pode pedi-la para vir me ver?
- Será feita sua vontade. Agora, preciso retomar minhas atividades e alimente-se bem.
- Sim senhor. – Isabel estava sorrindo e Sebastian gostou de vê-la mais disposta. Assim que ele deixou a enfermaria, encontrou o padre José.
- E como vai a mocinha? – Ele perguntara.
- Vai muito bem. Logo, darei alta a ela.
- Graças a Deus!
- E o senhor, vai cuidar dela?
- Sim, Sebastian. Ela ficará sob os cuidados deste orfanato.
- Isso é uma boa notícia. Não gostaria que ela voltasse às ruas.
- Muito menos eu. – Os homens estavam andando em direção a saída. – Sebastian, quando retornará a igreja para se confessar?
- Não necessito disto, padre. – Alegou.
- Precisa sim! Depois daquela noite na qual estava atordoado, não voltou mais até a mim.
- Padre, já não tenho problemas. Vou deixar tudo como está.
- Desistiu de tentar conquistar sua esposa?
- Ela só é minha esposa no papel. E vivemos bem do jeito que nos encontramos agora.
- Mas não terá herdeiros...
- Isto não aflige. Preciso ir. Até logo padre. – Sebastian se despediu e entrou rapidamente no carro. Não queria ser visto por ninguém.
Sua aparência ainda era misteriosa para as pessoas daquela cidade. No entanto, sabiam que ele era um ser enigmático.
Não se apressava na volta para casa, na verdade as palavras ditas pelo padre lhe causaram certo sofrimento. Antes do casamento via Laura como uma donzela a ser salva, mas claro que por Miguel... No entanto com sua mudança definitiva á sua casa pôde perceber a mulher forte e destemida que brigava constantemente com a menina ingênua e de coração puro que existia dentro dela... Ambas o cativava, entretanto parte de si sabia que pouco dele seria capaz de chamar a atenção dessa bela jovem que há pouco tempo ele tornou a chamar de "esposa".
Laura ajudava Teresa na cozinha com os preparativos para o almoço, por mais que a jovem insistisse Laura não abria mão de ajudá-la quando possível.
O som da porta abrindo-se fora o necessário para fazê-las se calarem. Sebastian apenas sorriu fracamente para Laura, os passos dele ecoaram pela escada indicando que o mesmo iria para o quarto.
-Não parece que ele tivera uma manhã ruim.
-Não sei Tereza, ele está muito calmo...
-Mas menina, o patrão é calmo.
-Aí depende, da situação... As vezes fico com medo de sua calmaria.-Respondeu com certa nostalgia.
Teresa apenas sorriu com seu comentário, a menina não sabia muito da vida, também que a cobraria isso? Mas ela teria de aprender por si mesma a desvendar o humor do próprio "marido".
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O silencio pairava sobre a sala do jantar, Sebastian apreciava a comida calmamente enquanto Laura pensava em algumas desculpas para fazer com que ele visse a pintura que a mesma fizera dele.

Não queria mostrar ao mesmo, provavelmente não teria coragem, afinal como reagiria depois, sem contar a vergonha que sentiria caso não lhe agradasse... Mas por outro lado se ele apenas encontrasse tal pintura por ato do destino não poderia elogiar ou reclamar diretamente com ela.
-No que pensas?
-Nada, apenas em Isabel. –Mexeu-se na cadeira um tanto incomodada por mentir para ele, nunca escondeu quando estivera com medo, raiva ou ódio, mas agora escondia sua expectativa com medo do que viria.
Após o almoço Sebastian dirigiu-se até o escritório a trabalho enquanto Laura fora até seu quarto. Deixou sua pintura a vista, em parte ele era tão bonito que lhe fazia as bochechas rosarem, lembrou-se do toque de suas mãos enquanto ele lhe ensinara piano e pensou o quão intenso um simples toque poderiam ser.
Sentiu suas bochechas esquentarem ainda mais... Onde já se viu ter pensamentos como aquele? Nem mesmo com Miguel ela tivera tal atrevimento.
Parte de si tinha certa expectativa de que ele passasse na frente de seu quarto durante a tarde e visse a pintura, porém não ocorreu. Ele ficara trancafiado a tarde toda dentro daquele escritório.
Quando o sol já havia se posto ela decidiu que era hora de chamá-lo.
Um tanto tímida bateu na porta.
TOC TOC.
-Entre.
Abriu a porta lentamente vendo-o sentado atrás da mesa.
-Não saiu do escritório o dia todo fiquei preocupada que algo lhe aborrecera.
-Com o que me aborreceria?
-Não sei, talvez esteja bravo por ter se comprometido a cuidar de Isabel.
Ele levantou-se e aproximou-se dela.
-Não fiquei.
-Então por que se trancaste aqui até agora?
-Trabalho, a senhorita deveria estar pintando ou lendo, não?
-Acho que me cansei de fazer tais coisas.
-Então o que gostaria de fazer?
-Conversar.
Um pequeno sorriso tomou os lábios de Sebastian.
-Encontre-me na biblioteca daqui dez minutos.
Ela apenas assentiu e dirigiu-se a biblioteca logo em seguida.
Não demorou muito para que a porta fosse aberta.
Laura estava sentada em uma das poltronas, Sebastian apenas sentou na mais próxima a dela.
-Então sobre o que quer falar?
-Quero conversar sobre coisas.
-Que tipo?
-Hãn, tipo nos conhecermos melhor... Agora moramos juntos então achei interessante que nos conhecêssemos.
-Acho que a senhorita me conhece melhor do que eu á ti.
-O que quer saber? –Perguntou-o.
-Quem é Miguel?
Os olhos dela se arregalaram, e parte dele já havia se arrependido de ter feito tal pergunta.
-Hm, ele era meu grande amor.
-Era? Como assim?
-Não posso viver sem notícias, ou expectativas, acho que não posso mais alimentar um amor que talvez nunca venha a acontecer.
-Mas como dizia, é o seu grande amor.
-Às vezes grandes amores viram apenas histórias, não realidade. Mas e você já tivera um amor?
-Acho que um monstro não é capaz de amar. Você acha?-Perguntou em um tom irônico.
-Acho que deveria perguntar-te é se ele está pronto para ser amado.
Seus olhares se cruzaram, o estômago de Laura se retorcia uma sensação muito parecida com a que sentiste quando suas mãos se tocaram.
-E se ele estiver?
Sebastian levantou-se, começou a vagar pela biblioteca, parte vendo os livros parte esperando por sua reação.
Ela apenas levantou-se... Com o fim do pequeno tour pela sala ele parou bem diante dela, seus olhares ainda conectados. Pensou em conter-se, mas quando deu-se por si a mão dele já estava em seu rosto angelical.
Desejou aproximar-se os lábios, mas apenas admirou sua pele tão branca tornar-se vermelha aos poucos.
O som da porta abrindo-se o fez afastar-se. Tereza afastou-se da porta ao ver a cena que presenciara. Sem pronunciar uma única palavra Sebastian deixou a biblioteca. Enquanto Laura apenas tentava conciliar o que acabara de acontecer e de sentir... Não esperava ser tocada assim por um homem, ainda mais por Sebastian, mas também não esperou ter sensações tão enigmáticas, porém boas...

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